GAZETA CIDADÃ - Edição 105 (abril de 2016) - 17 anos
gazetacidada@ymail.com /
jornalgazetacidada@gmail.com
CAPA
Dom Duarte de Orleans e Bragança dá palestra
Foto: Cacildo Marques
O herdeiro presuntivo do trono português profere palestra na UBE sobre a língua portuguesa. Pág. 4.
Gazeta Cidadã no Parque Volpi
A reportagem visitou o Parque Alfredo Volpi, em caminhada. Pág. 3.
D. Guomar Schilaro In Memoriam
Itaim Bibi homenageia D. Guiomar Schilaro, figura símbolo do bairro.
Pág. 8.
De última hora
A inauguração oficial do Parque Chácara do
Jockey, no Butantã, está prevista para o dia 17
de abril. É um dia de festa para os moradores
da região, que tanto lutaram para manter essa
área verde.
CONCURSOS
Prefeitura de Diadema oferece 152 vagas
A Prefeitura
de Diadema, SP, divulga
edital de concurso
com a finalidade de
selecionar candidatos
de ensino fundamental,
médio e superior, para
o provimento de 152
vagas no quadro de
servidores permanentes
da municipalidade. A
remuneração mínima é
de R$ 898,75, e pode
alcançar R$ 6.064,33.
Os cargos a serem
preenchidos são: Agente
de Serviços Cozinha
I, Educador Social,
Guarda Civil Municipal
3ª Classe (Masculino e
Feminino), Médico (várias
especialidades), Professor
de Educação Básica
Especial - Def. Intelectual
ou Mental, Professor de
Educação Básica Especial
- Def. Visual, Professor
da Educação Básica I,
Professor da Educação
Básica II - Arte e Professor
da Educação Básica II -
Educação Física.
Para se candidatar,
acesse o endereço www.
zambini.org.br, até o dia
12 de abril de 2016. A
taxa de inscrição vai de
R$ 18,90 a R$ 89,90,
dependendo do cargo
procurado.
A prova objetiva
prevista inicialmente para
o dia 8 de maio de 2016,
domingo, será realizada
em horário e local a ser
divulgado por ocasião
da homologação das
inscrições e o concurso
terá validade de dois anos,
podendo ser prorrogado.
Índice desta edição
EDITORIAL - Licitação frouxa é o nome da crise ........................................
Interlingua: faça seu projeto escolar.................................................
Choveu na horta - Maria dos Prazeres G. Martins.......................................
Conexão Suíça - Toufic Attar..........................................................
Príncipe faz palestra na UBE..........................................................
O Centro da Cultura Judaica...........................................................
Teatro Décio de Almeida Prado - abril.................................................
Poesia - Cacildo Marques .............................................................
Corrupção corrói nossa cultura - Ronaldo Estevam......................................
A "nossa avenida" dos jerivás (2) - Helcias Pádua.....................................
ACSP-Sudoeste: Jubileu de ouro do Ceasa...............................................
|
pág. 2
pág. 2
pág. 3
pág. 3
pág. 4
pág. 4
pág. 5
pág. 5
pág. 6
pág. 7
pág. 8
|
PÁG. 2
EDITORIAL
|
Licitação frouxa é o nome da crise
|
O economista inglês John
Maynard Keynes escreveu que
crise econômica é sinônimo de
desemprego. Este, seguramente,
é o modo como a crise se
configura. Muitos motivos
podem estar por trás de uma
eclosão de transtornos nesse
campo, como surto inflacionário,
quebra repentina no sistema
de crédito e choque de oferta.
A revelação de um grande
esquema de corrupção que
mine a confiança dos agentes no
sistema de poder também pode
ser estopim de grandes crises,
embora isso seja problema
facilmente sanável se juros e
preços não forem afetados de
forma substantiva. No Brasil,
se há um convite à corrupção
deslavada, a empurrar a crise
econômica para níveis inéditos,
é a frouxidão da Lei 8666/93, a
Lei de Licitações.
Nas últimas eleições
presidenciais, membros da
OCDC, mantenedora desta
Gazeta Cidadã, vêm insistindo
com os candidatos a tomarem
providências para a reforma
dessa lei. Com o Congresso
Nacional a insistência é
diuturna. Mas as chances de
melhoria são pequenas. Há
um ano, o Senado deu início a
uma reforma. Pode parecer que,
finalmente, os parlamentares
se deram conta da necessidade
de conserto, mas não é bem
assim. A reforma proposta não
atinge o núcleo da infecção.
Propinas e formação de cartéis
continuarão a ser urdidas, se as
regras continuarem cheias de
brechas.
Talvez por não contar com uma
correção em tempo hábil, e por
estar horrorizado ao acompanhar
uma ferrovia (Norte-Sul) que
há 35 anos está em construção,
e uma refinaria (Abreu e Lima)
que durou mais de uma década
para ser levantada, o governo
federal optou por passar por
cima da Lei 8666/93 ao tratar
das obras da Copa 2014. Foi
criado o chamado Regime
Diferenciado de Contrações,
que dispensava licitações para
aqueles casos. No entanto, uma
lei de licitação, como o nome
indica, é uma garantia mínima
de lisura. Qualquer coisa fora
dela será mais danosa ao serviço
público. O que é necessário e
urgente é fazer uma nova lei, de
licitações, sim.
Talvez a garantia mais
importante da lei atual seja a
cláusula do critério do menor
preço, dentro das especificações
estabelecidas em edital. Com as
práticas de corrupção vigente,
nem esse ponto é respeitado,
pois uma empresa perdedora,
por apresentar preço alto,
pode derrubar judicialmente
a vencedora e, em rodada
seguinte, tomar o lugar daquela.
Não há, pois, proibição de
participar de rodadas seguintes
às que agem para desmanchar o
resultado do processo.
Também fica fora da atual
lei a proibição de subcontratar
perdedoras, como é muito
comum. Mais grave que isso,
não há rescisão de contrato, com
multa e ostracismo, a empresa
que não cumprir o prazo
firmado inicialmente - daí os
35 anos da ferrovia e os outros
tantos anos da Estação Vila
Sônia, em São Paulo. Grandes
obras, como uma extensa
ferrovia, uma hidrelétrica
gigante ou uma longa rodovia,
não são fracionadas, podendo
ser arrematadas por uma
única organização, o que leva
à montagem de oligopólios,
caracterizados nos chamados
“consórcios”, pois não há
também proibição para isso. Um
conglomerado de empreiteiras
pode ser criado na véspera,
para tocar uma grande obra que
uma empresa sozinha, que seja
parte do grupo, não conseguiria.
Essas e muitas outras falhas da
lei atentam claramente contra a
prática da competição saudável
na praça, empurrando empresas
a formar grandes confrarias,
conluios, setores de pagamento
de propinas, jurídicos
especializados em sabotar a
boafé do agente contratador
e departamentos de pilhagem
do erário público. Não adianta
prender corruptos se a tentação
continuar a criar novos.
EXPEDIENTE
Gazeta Cidadã
Presidente da Ong OCDC:
Cacildo Marques
Jornalistas Responsáveis:
Cacildo Marques - MTb 73701
e Roldão Soares Filho - MTb 37108
Editor: Cacildo Marques
Impressão:
Gáfica Abjad 7857-4174
Uso livre, citada a fonte.
Publicidade:
Toufic Attar
Colaboradores: Renata Polydoro, Francisco Gonçalves de Oliveira, Rogério Chiavassa Neto, Frederico Lazarini Ferreira, Renato A. Ricardo, Toufic Attar, Werner Regenthal, Guilherme Bonfim, Werbster Gomide, Nilton Moura, Aída Schwab, Cidinha Finimundi, Fredi Jon, Sheyna Adamo, Diego Parma, Eliseu Gabriel, Dr. Raul Marinheiro Jr., Nabil Bonduki, Sandra Pandolfi, Luiz Gabriel Di Pieri, Loiola Carneiro, Viviana Bosi, Olívia Raposo da Silva Telles.
Redação: Rua Dr. Silvio Dante Bertacchi, 429 (Cursão)
Endereço Eletrônico:
gazetacidada@ymail.com
jornalgazetacidada@gmail.com
As matérias assinadas são de responsabilidade exclusiva de seus autores.
A Gazeta Cidadã (Jornal da Vila Sônia) é uma publicação da Organização Cultural de Defesa da Cidadania – OCDC
ENSINO
|
Interlingua pode ser um projeto
|
Se pedirmos numa roda de
pessoas bem informadas para
que alguém dê o nome de uma
proposta de língua universal,
a primeira resposta, quase
certamente, será: “esperanto”.
Injustamente, ela é a mais
famosa das propostas nesse
sentido, sem ter a mínima
chance de se tornar realidade,
por ser uma língua artificial,
em sua base.
Por causa desse lugar
reservado ao esperanto no
imaginário internacional,
pouca gente sabe do esforço
feito no projeto “interlingua”,
algo muito mais factível.
O início se deu com a
“interlingua de Peano”, lançada
em 1903 pelo matemático
Giuseppe Peano, com o nome
de “latino sine flexione”. Se o
aspecto geral se parece com o
do italiano, não é por acaso,
embora Peano recomendasse
a pronúncia original do latim.
Em 1951, o linguista germanoamericano
Alexander Gode
apresentou uma versão mais
prática do projeto, que pode
ser chamado de “interlingua de
Peano-Gode”.
Nem Peano nem Gode
contavam com um grande baque
no progresso de suas propostas,
que veio a ser o abandono do
latim no rito católico, a partir de
1962. Isso esfriou sobremaneira
os ânimos dos adeptos da causa,
que, no entanto, não perdem as
esperanças. Tendo em conta que
o latim foi a língua internacional
de cultura até o século XIX,
Peano viu como causa de seu
crescente abandono por escritores
e cientistas a dificuldade na
gramática. E formulou seu latim
simplificado, para ser usado por
todos os países, inspirado em
ideia de Leibniz sobre princípios
básicos da língua.
Um dos motivos de ser a
interlingua ainda um projeto
desconhecido de quase todos é
a insistência em ganhar adeptos
entre os adultos, gente já formada.
Ao contrário, se ela for praticada
pelas crianças, nas escolas, como
instrumento de correspondência
internacional, quase certamente
virá a ser um aprendizado muito
disseminado.
O vocabulário é enriquecido a
partir das “línguas de controle”:
italiano, português, espanhol,
francês e inglês. Além dessas
cinco, interlingua também se
serve das “línguas de consulta”,
que são o alemão e o russo.
Um exemplo de simplificação
é que o plural só se usa nos
substantivos. Confira: “Quante
personas venira a tu festa?”
(Quantas pessoas virão à tua
festa?). Este exemplo está no
livro “Gramática essencial de
interlingua em português”, de
Cláudio Rinaldi, gratuito em
pdf, na internet. Adquira-o e
divirta-se. Para ouvir: www.interlingua.com/radio
PÁG. 3
ESCOLA
Maria dos Prazeres Garcia Martins*
Minha turma.
Você já acordou dia
desses e se perguntou:
o que será que eu posso
fazer?
Será que a minha
participação faz
realmente diferença?
E, se sim, por quais
metas trabalhar?
E se todos nós
trabalharmos pelas metas
globais?
Nossos líderes irão
trabalhar por elas. Sendo
deste ou daquele sentido.
Sem importar quem
quer que esteja no poder.
Somando forças, juntos,
construiremos pontes,
plantadas em bases
sólidas, que perdurem ao
longo do tempo.
Otimizando recursos e
poupando gastos. Juntos
trabalhando pelas metas
globais, conhecendo-as.
‘Bora lá?
Venha comigo,
curumim.
Você tem a força.
Vamos fazer um mágico
e maravilhoso 2016.
Crise = oportunidade.
Nós podemos muito.
Nós podemos mais.
Vamos lá fazer o que
será!
(*) Maria dos Prazeres Garcia Martins é educadora - prazeresgarcia@hotmail.com
AMBIENTE
|
Caminhada no Parque Alfredo Volpi traz novo ânimo
|
Muitas vezes moradores do
Butantã e imediações receberam
convite para participar de trilha
no Parque Alfredo Volpi. À
primeira vista, parece algo sem
muita novidade, como caminhar
em alguma praça arborizada da
cidade, ou coisa do tipo. Não é
bem assim.
A reportagem da Gazeta
Cidadã atendeu ao convite feito
pelo biólogo César Pegoraro
para uma caminhada ladeira
acima, numa tarde de terça-feira.
Para quem precisa de uma fuga
da barulheira das ruas de São
Paulo, dificilmente haverá opção
melhor nas imediações.
Recebidos pela administradora
atual do Parque, Ângela Donda
Troleis, César Pegoraro e os
munícipes que compareceram ao
evento subiram a trilha beirando
o riacho central do parque,
formado por diversos olhos
d’água que vão se juntando até
formar o Riacho do Bosque,
onde nadam vários gansos e, à
noite, segundo Pegoraro, coaxam
muitas dezenas de sapos.
Na caminhada, Pegoraro expôs
diversos tópicos sobre o candente
problema da água, tanto aqui
quanto no resto do mundo. Disse
que a NASA gasta relativamente
muito mais pesquisando água em
outros planetas do que é gasto em
geral com pesquisa sobre a água
do planeta Terra. E perguntou:
Algum rio nasce sujo? Ninguém
arriscou uma resposta, e então ele
contou. Só se a nascente estiver
contaminada, pela ação humana.
O natural do rio é nascer limpo.
Depois nós humanos vamos
sujando a água. Com detergentes
e resultado de lavagens, temos a
chamada água cinza, que pode
ser aproveitada como água de
reúso. Com mistura de fezes,
tem-se a água preta, que não
pode ser mais utilizada e vai
para o esgoto.
No topo do bosque, ouvese
apenas o canto dos pássaros,
porque as árvores servem
de barreira ao barulho do
Morumbi.
O leitor não deveria perder
as próximas atividades lá. No
dia 9 de abril, a trilha noturna.
No dia 27, aniversário de 45
anos do Parque, haverá uma
programação comemorativa,
ainda em preparação. Fique
atento.
Câmara terá palestra sobre Degeneração Macular e Diabetes
A Ong Apoio realiza
na Câmara Muncipal, no
1º andar (Viaduto Jacareí,
100), no dia 18/04, das
8h30 às 10h30, a palestra
“Degeneração macular
relacionada à idade e
Diabetes”, com o Dr.
Michel Eid Farah, da
Unifesp (Universidade
Federal de São Paulo).
Para participar, inscrevase
na página web www.
apoiosaudebemestar.
com.br. O evento é
totalmente gratuito e
organizado pela psicóloga
Elizabeth Vasconcelos.
COLUNA DO TEO
|
Conexão Suíça - Etapa internacional
|
Toufic Attar*
No meio de todo o alarido
provocado pelas revelações da
OLJ (Operação Lava Jato) chama a
atenção a designação de “1ª Etapa
Internacional” dada a esta noticia
proveniente da Suíça, deixando
entender que viriam outras.
Enquanto aqui dentro o país fica
paralisado entre prós e contras,
com o Congresso relegando a
crise econômica a um dia mais
parecido ao São Nunca do que
alguma previsão de normalização
e retomada de controle da crise, lá
fora começam entendimentos que
estão levando o Brasil a decidir
se adere aos recentes acordos de
combate à evasão fiscal. É preciso
retomar alguns esclarecimentos.
Nesta mesma Coluna do Teo
(julho 2013), a Gazeta Cidadã
noticiou a guerra fiscal entre o fisco
norte-americano e os bancos suíços,
atacando-se o sigilo bancário
suíço que acobertava contas
ilegais de cidadãos americanos.
Nos diversos processos o fisco
acusava funcionários dos bancos
envolvidos de incitar seus clientes
nos EUA a enviar ilegalmente
seus depósitos em bancos suíços.
Ameaçando proibir suas atividades
em solo americano. Causa ganha na
Justiça americana abriu portas para
uma série de sucessos seguintes,
impondo multas e indenizações
milionárias aos bancos infratores
que tiveram de assinar acordos com
a Justiça americana para escapar
da continuidade de processos
mais rigorosos ainda. Essa atitude
foi seguida pela Alemanha, Grã-
Bretanha e França, que intimaram
seus cidadãos fraudulentos a
repatriar ou normalizar sua
situação com o fisco local. Todos
ficaram maravilhados ao ver os
cofres públicos receber dinheiro
precioso em tempo de rigor e
austeridade. Surgiu daí uma
frente de nações que assinaram
um acordo que atacava o que foi
considerado o inimigo numero um
da democracia: a fuga ilegal de
capitais, o que levou à assinatura
de um tratado de combate a evasão
fiscal e lavagem de dinheiro.
O Brasil não aderiu. Era época
de Copa do Mundo e da arrogância
da FIFA em solo nacional. A notícia
da Gazeta Cidadã indagava porque
continuar a ignorar possibilidades
de apostar na repatriação de capital
que tanta falta faz por aqui. Por
que não seguir esta trilha aberta
e que levou a um intercambio de
dados entre justiças dos países
que aderiram ao pacto? A resposta
parecia óbvia: não havia interesse
em chamar a atenção sobre
esse novo capitulo da economia
mundial. Situação e oposição
deixaram passar esse momento tão
propício e tão oportuno de combate
contra a corrupção que sangra os
cofres públicos.
A OLJ trouxe uma primeira
resposta, numa das etapas, quando
anunciou a repatriação de depósitos
provenientes de casos ligados ao
Petrolão. Todos os canais de TV e
meios de comunicação trouxeram
a noticia com louvor e alegria.
Não fizeram nenhuma ligação
com os rumos da economia dos
novos tempos surgidos com a crise
americana de 2008. Era preciso
achar dinheiro e fontes novas. O
fisco americano achou e atacou
os intocáveis bancos suíços e seu
principal escudo, o sigilo bancário.
Portanto, quando na última etapa da
Lava Jato anunciaram a descoberta
de mais de 1000 contas suspeitas
em bancos suíços, a Justiça suíça
só podia colaborar com a Justiça
brasileira para dar solução a
dinheiro retido em nome da evasão
fiscal e lavagem de grana. Esta
cooperação internacional entre
justiças é um dos capítulos mais
importantes que a Lava Jato está
abrindo, para ajudar a desvendar
se a proveniência era legal ou
ilegal, legitima ou se lavagem de
dinheiro, simples depósitos ou
evasão fiscal.
Aparentemente estamos prontos
a assistir os próximos capítulos
quando o pertencimento partidário
não terá nenhum valor para as
autoridades suíças, cansadas de
ver a fama do país envolvida com
tantos escândalos que atentam a
sua imagem. A Operação Lava
Jato parece ter atingido esta etapa
onde verdades e mentiras deixam
o público em suspense. A gota de
esperança para o Brasil é saber que
na vida há males que vêm para o
bem!
Podemos dizer que a Operação
Lava Jato virou um “case”, caso
de sucesso alcançando fama
internacional. Quem sabe inscrevese
no Guiness do combate à
corrupção, doa a quem doer?
(*) Toufic Attar (Teo) é presidente da OCDC - Organização Cultural de Defesa da Cidadania - e diretor de publicidade da Gazeta Cidadã
PÁG. 4
TRANSPORTE
|
São Paulo ganha linha de turismo
|
Começou a circular em março
uma linha de ônibus circular
que percorre pontos turísticos
e históricos da cidade de São
Paulo. São veículos de dois
andares, com vista panorâmica
e com direito a gratuidade no
ingresso de espaços culturais e
museus. São também equipados
com wi-fi e informações em três
idiomas. Entre os locais de visita
estão o Mercado Municipal, o
Estádio do Pacaembu, o MASP,
o Parque Ibirapuera e o Theatro
Municipal.
Partindo do Parque da Luz,
com valor fixo, o usuário
embarca quantas vezes quiser
no mesmo dia. O programa tem
o nome de “Circular Turismo
Sightseeing SP”.
LÍNGUA
|
Príncipe Dom Duarte faz palestra sobre nossa língua
|
O príncipe da Casa de Bragança
de Portugal, Dom Duarte de
Orleans e Bragança, herdeiro
presuntivo do trono luso, esteve
na sede da UBE, SP, no dia 16
de março, proferindo palestra
com o tema “A Importância da
Língua Portuguesa no Mundo”.
Dom Duarte é presidente da
Fundação Dom Manuel II e há
muitos vem anos pesquisando
sobre os usos, retrocessos e
avanços de nossa língua nos
vários continentes do globo.
Saudou o acordo existente nos
países do MercoSul, segundo o
qual o Brasil oferece ensino de
espanhol enquanto que os países
hispânicos do bloco oferecem
português a seus alunos.
Fato notável contado na
palestra foi o resgate da língua
portuguesa em Timor Leste, após
a libertação frente à Indonésia
no início do século. Quando
houve a invasão indonésia,
os ilhéus foram proibidos de
ensinar português. Então o bispo
Dom Ximenes argumentou que
a língua era parte essencial do
rito nas igrejas, o que convenceu
as novas autoridades. Só os
cultos católicos continuaram
em português, e isso foi
fundamental para que a língua
não desaparecesse por completo
na região.
Além do presidente da UBE,
Durval Noronha Goyos Jr.,
outras figuras de peso nas letras
estavam presentes, como foi o
caso de Ricardo Ramos Filho,
neto de Graciliano.
EQUIPAMENTOS CULTURAIS
|
O Centro da Cultura Judaica
|
O Centro da Cultura
Judaica é uma instituição
cultural privada fundada em
1964, sob a denominação
inicial de Casa de Cultura
de Israel, e tem por objetivo
divulgar a cultura judaica
e a produção cultural de
Israel, fortalecendo os laços
entre a comunidade judaica
e a sociedade brasileira. O
Centro foi criado com apoio
da Embaixada de Israel no
Brasil. O empresário Leon
Feffer, então cônsul-geral de
Israel em São Paulo, foi o
primeiro presidente.
Desde abril de 2003, o
Centro da Cultura Judaica
encontra-se instalado em um
edifício de aproximadamente
5 000 metros quadrados na
rua Oscar Freire, distrito
de Pinheiros, projetado
pelo arquiteto Roberto
Loeb. Regularmente a
casa abriga exposições de
artes plásticas e fotografia,
espetáculos musicais e de
dança, sessões de cinema e
teatro, cursos, conferências,
palestras e eventos culturais
e educativos em geral.
Entre os eventos
memoráveis realizados
pela instituição estão as
apresentações da Orquestra
Filarmônica de Israel na
Sala São Paulo (2001 e
2005), com regência de
Zubin Mehta, a exposição
sobre o diário de Anne
Frank (2003), as edições
do Ciclo Multicultural, a
apresentação da Orquestra
Sinfônica de Israel (2008),
a exposição Coexistence, na
Praça da Paz do Parque do
Ibirapuera (2006), a I Mostra
Audiovisual Israelense
(2008) e a exposição de obras
de Marc Chagall (2008).
O endereço do Centro da
Cultura Judaica é Rua Oscar
Freire, 2500, Pinheiros, São
Paulo, 11-3065-4333.
SAÚDE: Vêm aí as eleições dos novos conselheiros
Na reunião de março
do Conselho da UBS
Vila Sônia o tema
predominante foi a
realização das eleições
para a nova composição
dos conselhos dos
órgãos públicos de
saúde.
Os conselheiros
presentes concordaram
quanto à necessidade de
buscar candidatos que
possam desempenhar
a função de modo
comprometido com a
causa do atendimento à
saúde da população.
Roldão Soares
e Antônio Nilton
sustentaram que é
importante engajar os
idosos, porque estes
fazem parte da faixa
de população mais
necessitada de cuidados
médicos. Assim é que
Roldão Soares propôs
que se realizassem
reuniões no Clube
da Terceira Idade,
na Rua Dias Vieira,
próximo à UBS, com
vistas a sensibilizar os
frequentadores para a
questão da participação
nos equipamentos
públicos de saúde,
independentemente de
que partido ou prefeito
venha a ganhar a
eleição no fim do ano.
Resposta do Benjamin (Peirce),
da pág. 8:
5-4-2/ 4-5-4/ 3/ 4-7-1/ 9-2-5-7
PÁG. 5
CULTURA
|
Teatro Décio de Almeida Prado - abril
|
Rua Cojuba, 45 - Itaim Bibi
01/04 - sexta 21h - Rico
Dalasam
03/04 - domingo 19h -
Dan Nakagawa
08/04 - sexta 9h30
- Cinema: Hotel
Transilvânia
09/04 - sábado 21h -
Flávia Bittencourt: Todo
Domingos
10/04 - domingo 19h -
Negra Li: Tudo de Novo
16/04 - sábado 21h - Théo:
Dias de Paz
17/04 - domingo 19h -
As Bahias e a Cozinheira
Mineira
22/04 - sexta 9h30 -
Cinema: Labirinto
23/04 - sábado 21h - Paulo
Neto canta Belchior
24/04 - domingo 19h - Os
Cadus: Espetáculo
30/04 - sábado 21h -
Lucas Santana
Na Casa de Cultura do Butantã
Rua Junta Mizumoto, 13
Espetáculo de dança -
todo primeiro sábado do
mês.
HUMOR
|
Os Clecs de Eno Teodoro Wanke - Jogos de palavras - Letra C
|
Datas. Quando uma companhia
afunda, ela passa a ter duas datas
importantes na vida: a da fundação
e a da afundação.
Dedos. O que em mais dedos, um
pé ou nenhum? Nenhum, pois um
pé tem cinco dedos e nenhum (pé)
tem 25.
Defeitos. Não tinha defeitos, e seu
único defeito era não ter defeitos.
Então explique como é que não
tinha nenhum defeito?
Desenvolta. Desenvolta mesmo
é aquela que não se embaraça,
mesmo que esteja rodeada por uma
dezena de pessoas.
Deus. Deus fez o mundo do nada.
Muita gente, por nada, faz uma
tempestade.
Diabético. O diabético será mesmo
um diabo ético contraído?
Diferença. A diferença entre
verdade e mentira é uma diferença
verdadeira, e não mentirosa, como
querem os mentirosos.
Disputa. Em uma inocente e
saudável competição esportiva ou
literária, quem disputa não está
necessariamente dizendo palavrão.
Ditadura. A ditadura, onde a dita
não é dura, não dura.
Elegantes. Ia sair na lista das dez
mais elegantes, mas um erro de
revisão a colocou na lista das dez
mais elefantes.
Enriquecer. Quer ver seu filho
enriquecer logo depois de nascer?
Então batize-o como Henrique e
ele passará a partir dali a Henrique
ser.
Espantalho. A única platação onde
não se deve pôr espantalho são
as de alho, pois eles, em vez de
passarinhos, espantarão os alhos.
Estatutos. Os estatutos são em
geral muito devotos, pois, dizem,
como rezam os estatutos!
Estranheza. Uma estranha coisa
é sempre mais estranha que uma
coisa estranha.
CANTINHO DA POESIA
Escreve poesia com olhos fechados: não deixes que escapem sonhos pelos dedos.
|
Soneto dos lábios reveladores
|
Cacildo Marques
Por cílios, testa, olhar, nariz,
Não posso aqui deduzir nada.
Resposta não me será dada
Pela pergunta que eu me fiz.
És um duende, és uma fada?
Moço ou menina? Esse é meu quiz.
Tiram-me então das mãos o giz
Sem que eu decifre essa charada.
No bem-me-quer, no mal-me-quer?
Como saber se és tu mulher,
Trazendo curtas as madeixas?
Ah, são milênios de aulas e hinos
A ensinar fala aos pequeninos:
Ver teus suaves lábios deixas.
O Samba da Elis no terceiro domingo
Com o intuito de ampliar
a representatividade
das mulheres no samba
(mas não somente) como
musicistas, em dezembro
de 2015, nasceu o Samba
da Elis. O evento, que
ocorre todo terceiro
domingo de cada mês na
Praça Elis Regina se inicia
com uma roda aberta à
participação do público,
que busca fomentar a
troca de experiências e
acolhimento daquelas
mulheres em processo
de aprendizagem
musical, e é seguida
por uma programação
de grupos profissionais
convidados, formados
majoritariamente por
mulheres, priorizando
seus trabalhos autorais.
PÁG. 6
ACONTECEU
Congonhas. O ex-presidente Luiz
Inácio foi levado por agentes da PF
para depor no Salão Presidencial do
Aeroporto de Congonhas (04/03).
Pena. O juiz federal Sérgio Moro
condenou, Marcelo Odebrecht, a 19
anos e quatro meses de prisão, por
corrupção e outros crimes (08/03).
Premier. O Senado criou comissão,
com apoio de 41 dos 81 senadores,
para construir uma proposta de
semiparlamentarismo, a vigorar a
partir de 2019 (08/03).
Pedido. Promotores do MPE-SP
encaminharam à juíza Maria Priscilla
Ernandes Veiga Oliveira, da 4ª Vara
Criminal, pedido de prisão do expresidente
Luiz Inácio, acusado de
ocultação de patrimônio e falsidade
ideológica (10/03).
Manifestação. Cerca de 500 mil
pessoas reuniram-se na Av. Paulista,
São Paulo, em protesto contra o
governo de Dilma Rousseff (13/03).
Gravação. Foi divulgada pelo juiz
Sérgio Moro gravação de grampo no
Instituto Lula, em que a Presidente
Dilma Rousseff liga, avisando ao expresidente
que está enviando o termo
de posse dele como ministro-chefe da
Casa Civil, para ser usado “em caso
de necessidade” (16/03).
Matarazzo. O vereador Andrea
Matarazzo, pré-candidato a prefeito
de São Paulo, desfiliou-se do PSDB
após ser derrotado pelo empresário
João Dória em convenção (18/03).
Funasa. O presidente da Fundação
Nacional de Saúde (Funasa), Antônio
Henrique de Carvalho Pires, indicado
de Michel Temer, foi exonerado
pelao Planalto, precipitando, segundo
analistas, possível decisão do PMDB
de sair do governo (24/03).
Bônus. O governo estadual de São
Paulo anunciou o fim da política de
pagamento de bônus às escolas que
apresentassem melhorias (28/03).
Partido. O PMDB, a sigla com mais
parlamentares nas duas casas do
Congresso, decidiu, em reunião de
três minutos, entregar os cargos no
governo federal (29/03).
Merenda. Leonel Júlio, ex-deputado
estadual protagonista do “escândalo
das calcinhas”, foi preso pela
Operação Alba Branca, junto a mais
seis pessoas, implicado na fraude da
“máfia da merenda” (29/03).
Equador. As universitárias argentinas
María Coni e Marina Menegazzo, em
turismo pelo Equador, foram mortas
ao regirem a tentativa de estupro na
praia (10/03).
Tênis. Maria Sharapova, tenista russa
campeã mundial, foi flagrada em uso
de “doping”, sob efeito da substância
meldonium, proibida no início deste
ano, e confessou seu erro (12/03).
Turquia. Atentado com uso de
carro-bomba em Ancara, capital da
Turquia, matou 34 pessoas e deixou
mais de cem feridos (13/03).
Putin. O Presidente Vladímir Putin,
da Rússia, anunciou que retirará
do território sírio a maior parte das
tropas russas, deixando apenas duas
bases (14/03).
Obama. Em discurso no terceiro e
último dia de sua histórica visita
a Cuba, após a ilha passar 88 anos
sem receber um presidente norteamericano,
Obama exortou Raúl
Castro a ampliar a abertura econômica
e a liberdade de expressão (22/03).
Teleguiados. Em resposta à prisão
do projetista do ataque à Casa
Bataclan em 2015, homens-bomba
promoveram dois ataques em
Bruxelas, Bélgica, no metrô e no
aeroporto, deixando 35 mortos e
mais de 200 feridos (22/03).
Palmira. O governo da Síria anunciou
a retomada da cidade história de
Palmira, que estava nas mãos do
ISIS, o grupo extremista Estado
Islâmico (27/03).
Paquistão. Em evento de
comemoração da Páscoa, em Lahore,
Paquistão, um homem-bomba
explodiu-se, provocando a morte de
65 cristãos e mais de 300 feridos,
em ataque reivindicado pelo grupo
Taleban (27/03).
Cônsul. Dani Dayan, o diplomata
argentino-israelense que havia sido
indicado para embaixador do Brasil
e recusado pelo governo brasileiro,
foi confirmado como futuro cônsul
em Nova Iorque (28/03)
África. Na África do Sul, a oposição
faz manifestações exigindo renúncia
ou impeachment do Presidente Jacob
Zuma, enquanto a Suprema Corte
condena-o a ressarcir aos cofres
públicos reforma feita em sua casa
própria (31/03).
RADAR
|
Rede Butantã fará reunião no Plantão Social do Sapé
|
março da Rede Butantã de
entidades sociais ocorreu
na Ong de Economia
Solidária, dirigida por
Maria Cristina Tissi,
Distrito do Butantã.
Discutiu-se o pedido
de audiência com o
novo subprefeito, Ives
Campos Lazarini, o que se
confirmou, e a reelaboração
da Carta ao Candidatos,
que foi apresentada em
2012.
No mês de abril a reunião
será no Plantão Social do
Sapé, Rio Pequeno, na Rua
Gertrudes Cunha, 400, no
dia 6, 9h.
|
Teatro japonês vem à Casa do Sertanista
|
A Casa do Sertanista
reabre neste mês de abril com
importantes espetáculos, do
Núclio Fu Bu Myon, comandado
pelo artista japonês Toshi Tanaka,
em performances de dança,
escrita, música e canto.
Cada Passo - dias 16, 17, 23 e
24/04, às 15h (50min). Hiraki no
mizu ni.
Na água luminosa - dias 30/04
e 1, 14 e 15/05, às 15h (60min).
Casa do Sertanista. Praça Dr.
Enio Barbato , s/n - Caxingui .
Tel. : 3726-6348. Grátis
GESTÃO
|
A corrupção corrói nossa cultura
|
Ronaldo Estevam*
Em tempos em que a discussão
sobre corrupção na política está tão
acirrada, aproveito para falar que a
corrupção está em todos os setores,
inclusive na arte e cultura.
Neste artigo, vou focar na
música, que é meu principal campo
de atividade.
Talvez o leitor já tenha ouvido falar
no termo “Jabá”. No meio artístico,
é o “Pixuleco”, ou o “Acarajé”, que
temos ouvido na política. É aquele
agrado, aquela grana dada para
a Rádio ou DJ para que essa ou
aquela música seja tocada repetidas
vezes até o povo se viciar no refrão
grudento, que, mesmo que não seja
assim tão bacana, acaba colando na
mente das pessoas pela repetição
excessiva.
No passado, essa prática era de
certo modo inocente. Esse agrado
era geralmente um presente dado
pelo divulgador da gravadora ao
DJ, como uma garrafa de uísque,
camisetas para serem sorteadas ou
discos promocionais.
Nos anos 90, havia uma forte
demanda pelas músicas mais
populares, como sertanejas ou
pagode, estilos esses não muito
executados pelas grandes rádios
FM, por considerarem que não
atendiam ao seu público. Contudo,
esses estilos cresciam em seus
guetos, o que interessava muito às
gravadoras e empresários. Assim,
esses setores passaram a oferecer
cada vez mais vantagens aos DJs
e às rádios para que tocassem seus
produtos, fossem eles o que fossem,
sem critério de qualidade. A velha
garrafa de uísque tornou-se cifras
de milhares de reais e até festas de
casamento luxuosas com Lua de
Mel na Europa, para DJs.
Os donos das rádios passaram a
estabelecer preços e o Top 10 nada
mais era que um leilão de negócios
(quem dava mais, ficava com as
melhores posições). A atividade
tornou-se ainda mais firme com
a entrada da produção de CD no
mercado, mais acessível que o
vinil. Isso fez com que surgissem
mais artistas independentes,
com trabalhos de alta qualidade,
mas desvinculados das grandes
gravadoras.
Com a queda das gravadoras,
em virtude da entrada do mp3 e
da pirataria, a situação só piorou.
Atualmente a música está nas
mãos dos empresários artísticos,
que apenas se preocupam com o
lucro imediato oriundo da venda
de shows. Não estão nem um
pouco preocupados com a carreira
do artista ou com a qualidade do
que este produz. O que importa é
se a música é dançante, se tem um
refrão apelativo e pegajoso ou se
tem um vídeo no Youtube com uma
proposta viral. No fim, como nada
aparece sem TV e rádio, são esses
empresários que pagam o preço do
“Jabá” e por isso a qualidade do que
você ouve nas rádios está tão ruim.
Essa prática de corrupção é
combatida em outros países, como
a Inglaterra, que, preocupada com
a degeneração de sua cultura,
transformou o pagamento de “Jabá”
em crime, tanto para quem paga
quanto para quem recebe. No Brasil,
país acostumado com o jeitinho,
essa atividade é tolerada, com a
argumentação de que as Tvs e as
rádios são particulares e se cobram
ou não é problema delas.
Sim, não é dinheiro público
desviado, nem são funcionários
públicos. Mas essa prática
abominável está destruindo o maior
patrimônio que uma nação pode ter
que é sua arte, sua cultura.
O leitor pode não saber, mas
ainda se produz muita música de
qualidade no Brasil, só que está
no escuro, no gigantesco mar da
internet, sem que você saiba que ela
existe, pois não está em evidência
nos meios de comunicação de
massa. Então é incorreto dizer que a
Música Popular Brasileira atual está
um lixo. Só na distribuidora da qual
meus discos fazem parte mais de mil
artistas são distribuídos pelo mundo.
Destes, ao menos uns quinhentos
fazem música de qualidade, mas
estão aí, pulverizados, sem chance
de aparecer, pois não possuem
dinheiro ou não querem compactuar
com essa prática institucionalizada
em nosso país.
Observando as estatísticas de que
minhas músicas são mais ouvidas
no exterior do que no Brasil, resolvi
gravar um álbum com versões em
inglês e outro em espanhol. Assim
nossa amada e linda língua pátria
vai se perdendo em refrões de baixo
calão por aí.
Depois reclamam que o Ed Mota
não canta mais em português e só
faz show no exterior.
(*) Ronaldo Estevam é bacharel em Teatro pela ECA-USP e proprietário da escola Violão & Cia.
PÁG. 7
O ITAIM BIBI EM FOCO
|
A "nossa avenida" - dos jerivás e das jabuticabas (2)
|
Helcias Pádua*
Não podemos deixar de
citar um grande exemplo de
persistência comercial da loja
de ferragens, a “Casa Paes”,
com os mesmos proprietários
e no mesmo endereço, no
quarteirão entre a Rua Urussuí e
a Bandeira Paulista, mantendo
na sua fachada um antigo e
grande luminoso e o número
de inscrição no CADAN –
Cadastro de Anúncio.
Distribuídas por toda
região varzeana destacavamse
as palmeiras com seus
enormes e pendentes cachos
de coquinho amarelo, os
gerivás (jerivás, juruvas,
jerivás), definidos pelos índios
como a “baba que escorre
pelo canto da boca” (o Cocus
sp - Syagrus romanzoffiana).
Esparsos exemplares ainda
são encontrados na frente
e nos fundos do terreno da
agência Brad. da Rua
Joaquim Floriano, situada
no quarteirão entre as ruas
Brasília e Renato Paes de
Barros, na entrada da Creche
Santa Teresa (Rua Cojuba),
e também na Rua Salvador
Cardoso, em frente ao Colégio
Estadual Ceciliano José Ennes.
Apenas três exemplares dos
inúmeros antes existentes no
amplo terreno da antiga Casa
Sede dos Couto de Magalhães
foram mantidos e replantados,
servindo como naturais
guardiões das memórias e
histórias itahyenses. Estão na
esquina das ruas Iguatemi com
a Aspásia.
Em 2007 a AGMIB
solicitou - e foi atendida pela
Subprefeitura de Pinheiros - que
replantasse mudas de alguns
jerivás no canteiro superior
central do túnel ligando as
avenidas Santo Amaro e São
Gabriel, dando “boas vindas”
às terras que os indígenas
chamavam de “jurubatuba”,
ou seja, “onde há muitos
jurubas (jerivás, gerivás)”. Os
pinheiros (pinheiro brasileiro)
desapareceram, embora
fossem inspiradores dos
jesuítas quando da formação
do Sítio dos Pinheiros (1560).
Notamos um único exemplar
recentemente plantado, quando
muda, no jardim de entrada da
Biblioteca Anne Frank, Rua
Cojuba, n° 45, durante uma
ação AGMIB/Associação
Grupo Memórias do Itaim
Bibi - “O Verde do Itaim Bibi
- 2007/08”.
Resultado de forçado
replantio quando dos acordos
para construção do Complexo
Comercial Pátio Victor
Malzoni (Av. Brig. Faria Lima),
remanescentes exemplares
das jabuticabeiras frutificam
entre os meses de setembro até
dezembro no terreno frontal
à Casa Bandeirista, Sítio
Arqueológico Itaim Bibi.
Dia desses, caminhando
pela calçada da grande casa
na Rua Iguatemi quase
esmaguei algumas goiabas de
um restante exemplar (goiaba
branca: Psidium Guajava).
Nos galhos, só as verdes. Em
tempos anteriores a criançada
pulava os muros do terreno para
catar goiabas e laranjas-caipira
(Citrus sinensis), bichadas ou
não, que despencavam das
árvores, ou cutucar o galho
com uma vara até que os frutos
caíssem. As jabuticabas eram
colhidas e degustadas com
eles escalando os troncos das
árvores, não se contentando só
com algumas. Que delícia!
AGMIB/Sala Memórias -
Rua Cojuba, nº 45 - Biblioteca
Anne Frank, - CONTA A
TUA HISTÓRIA. “2016:
120 anos dos Couto de
Magalhães na Chácara Itaí”
- agmibitaimbibi@gmail.com
helciaspaduanova@yahoo.
com.br; tel.11-9.6918.1660
/ 11-3078.352 - (†) IN
MEMORIAM - GUIOMAR
DA CONCEIÇÃO SCHILARO
– FEV/2016.
AGMIB/Presidência - 2016.
(*) Helcias Bernardo de Pádua é biólogo, jornalista e presidente da AGMIB/Assoc. Grupo Memórias do Itaim Bibi, biólogo e professor. helciaspaduanova@yahoo.com.br
RECEITA DA DONA LOURDES
|
Salada de abacate com palmito
|
Ingredientes:
150g de alface
1/4 de xícara de nozes picadas
1 abacate descascado, em pedaços
1 ramo de cebolinha picado
3 colheres de sopa de azeite de oliva
2 colheres de suco de limão
1 lata de 400g de palmito
sal a gosto
Modo de fazer:
Numa panela grande,
misture bem o azeite, o
suco de limão e o sal.
Acrescente os ingredientes
restantes, sem a alface,
e mexa levemente, para
temperar tudo. Orne uma
travessa com a alface
em volta e ponha tudo
sobre ela. Depois sirva
acompanhado de peixe
assado ou de frango.
Rendimento: quatro pessoas.
Nervosismo
Faça chá
com 20 folhas de ervacidreira,
ou 10 folhas de
capim-cidrão, deixando
ferver por 10 minutos
pelo menos. Tome duas
xícaras por dia durante
duas semanas. À noite,
antes de dormir, tome
uma colher de mel de
abelha.
PÁG. 8
REGIÃO
|
Novo Subprefeito Ives Lazarini concede entrevista
|
A equipe da Gazeta Cidadã
esteve no gabinete do novo
subprefeito do Butantã,
contabilista Ives Campos
Larazini, para uma conversa
sobre os problemas do bairro e
o relacionamento entre o poder
público e a imprensa local.
O novo subprefeito vem de
experiências anteriores no serviço
público municipal. Trabalhou
na Câmara, como chefe de
gabinete, e também foi assessor
na subprefeitura do Ipiranga.
Quando a Gazeta Cidadã
abordou a atuação de Pedro
Perez, falecido no ano passado,
relativa à questão do verde, ele
se mostrou entusiasmado com
o tema. Mostrou-se também
disposto a trabalhar para ajudar
nos problemas do idoso. Se
tiver tempo hábil, nos meses
que restam da gestão, pretende
implantar uma pista de botcha,
uma vez que os aposentados têm
nesse esporte uma grande fonte
de diversão. Essa pista poderia
ser, acrescentou, dentro do
Parque Chácara do Jockey.
A Gazeta Cidadã perguntou
também sobre o apoio que ele
poderia dar à volta das feiras de
artesanato, que se organizaram
em vários pontos do Butantã
em anos anteriores e hoje estão
desativadas. Ele disse que a
subprefeitura pode colaborar,
sim, no retorno dessa atividade,
que serve para gerar renda, mas
recomendou que os esforços se
concentrassem em uma feira, e
não em várias. Disse também que
se dispõe a ajudar nessa atividade
e também em várias outras que os
moradores da região procurarem
implementar.
Tributo a D. Guiomar Schilaro
C. Marques, H. Pádua, Nereide Schilaro, Neusa Schilaro e J. L. Marques
Guiomar Schilaro - In
memoriam. No último dia
12 de março, a Associação
Grupo Memórias do Itaim
Bibi, AGMIB, presidida
por Helcias Pádua, abriu a
exposição: “Tributo: Guiomar
da Conceição Schilaro -
homenagem - In memoriam”,
na Biblioteca Anne Frank,
Quarteirão da Cultura, Itaim
Bibi, durante o Encontro
Mensal Conta a Tua História,
com fotos, documentos
e vídeos cedidos pelos
familiares e disponíveis no
acervo da AGMIB. A amostra
permaneceu aberta até o dia
16/03/2016.
Dona Guiomar como era
carinhosamente chamada, foi
fundadora (2006) e madrinha
da AGMIB. Residiu na região
desde os seus cinco anos de
idade. Faleceu no dia 13 de
fevereiro de 2016, com 98
anos. Participava ativamente de
todas as ações da comunidade
itahyense, tendo recolhido
valiosas informações sobre as
memórias e histórias do bairro
e do distrito, em especial sobre
seus patrimônios culturais, como
a “Casa Bandeirista do Itaim”, e
de eventos cívicos, por exemplo,
as publicações na mídia quando
do primeiro hasteamento da
Bandeira do Distrito do Itaim
Bibi, ocorrido em julho de
1990 em frente à antiga Fábrica
de Chocolates Kopenhagen,
material que também serviu
de prova para a oficialização
da nossa auriflama, sob Lei
Municipal nº 15.013/2009 e PL
nº 503/2008, este apresentado
pelo Vereador Eliseu Gabriel-
CMSP.
Evento mensal - Participe.
Compareça. Divulgue - CONTA
A TUA HISTÓRIA - Todo 2°
sábado do mês, das 10h às 12h.
- Rua Cojuba, nº 45, Biblioteca
Municipal Anne Frank,
agmibitaimbibi@gmail.com
- helciaspaduanova@yahoo.
com.br: tel.11-9. 6918.1660, 11-
3078.352.
EMPREENDEDORISMO
|
ACSP - Notícias da Sudoeste
|
Jubileu de ouro do Ceasa
No dia 4 de março, a
ASSOCIAÇÃO Comercial de
São Paulo – Distrital Sudoeste
- participou ativamente,
através de seu Diretor
Superintendente, Ricardo
Granja, e do Conselheiro
Pedro Valente, da Solenidade
em homenagem aos 50 anos
do antigo Ceasa – SP, onde
puderam compartilhar a
alegria dos festejos.
ACSP discute em
Congonhas o barulho dos
aviões
Em 28 de março, Ricardo
Granja e José Sérgio de
Toledo Cruz, respectivamente
Diretor Superintendente
e Conselheiro Nato da
ASSOCIAÇÃO Comercial
de São Paulo – Distrital
Sudoeste, estiveram
presentes, junto com as
Entidades do bairro, no
SPRV-SP, no Aeroporto
de Congonhas, com
representantes da ANAC e
da Aeronáutica, em reunião
referente ao enorme
problema do barulho
dos aviões com rota em
nossa região, nos bairros
do Morumbi, Butantã,
Caxingui e Vila Andrade,
em busca de uma solução
viável.
(ACSP-Sudoeste: Rua
Alvarenga, 591, 11-3180-
3772/3773.)
DIVERSÃO
|
BENJAMIN- o jogo dos noves-fora
|
Preencha os algarismos
que faltam na tabela de 25
números.
* Multiplique dois
números contíguos de
cima para baixo.
* Preencha o valor
como operando ou como
resultado.
* Coloque o “noves-fora”
do resultado, de 1 a 9.
* Se há mais de uma opção
de valor, escolhe-se o que
dá menor.
* Exemplo: em 7 ... 1 o
valor é 4, pois 7x4=28, 2+8=10 e 1+0=1.
(Prevenção contra AVC e
mal de Alzheimer, inspirado
no quadrado mágico; não é
sudoku.) Resp.: pág. 4.
Aquicultura – Piscicultura - Qualidade das águas
Projeto – Assessoria – Amostragem – Interpretação
Relatórios - Matérias
helciaspadua@yahoo.com.br
C.F.Biologia: 00683/01D - Jornalista: MTb 72270SP
(11) 96918-1660
Biólogo
PATROCINADORES
CURSÃO – R. Dr. Silvio Dante Bertacchi, 429 - (11)3744-0196
PIZZARIA Dois Amigos – (11)3501-0451
Drogaria INDIANA – (11)3742-1011
MARCO CESAR Decorações - (11)3742-1845/ 8271-7937/ 9109-0879
SERRALHERIA HÉRCULES - (11)9839-2408
RITA&PATY - Soluções em Presentes - (11)4106-3021/ 2364-3630
JU COSMÉTICOS - R. Dr. Mário de Moura Albuquerque, 507 - (11)2634-7091
SAPPORO Hair - Cabeleireiros - (11)3731-3035 (Raposo) 3735-1020 (Bonfiglioli)
WALKIRIA ROUPAS E LINGERIE - R. Áurea Batista dos Santos, 81 walkiriasouza75@gmail.com - (11)2809-9590
NAHU Hostel - Rua Marinha de Moura Pimenta, 354, Butantã São Paulo - (11)2729-8000.
RTS Turismo - retoursampa@gmail.com rotoursampa@gmail.com (11) 3501-6738 4999-3734 97266-0092.
Associação Comercial de São Paulo - Distrital Sudoeste - Rua Alvarenga, 591 (11) 3180-3772 .
|