EDIÇÃO 119


 

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Edição 119 (julho de 2017) - 18 anos
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CAPA
Expedição visita nascentes do Instituto Butantan
                                           
Foto: Cacildo Marques
RiosButantan
Com o movimento Rios e Ruas e o Ponto de Economia Solidária, ativistas iniciam caminhada dentro do Instituto Butantan. Pág. 3


Biblioteca Municipal Anne Frank segue nos preparativos para comemorar seus 70 anos de funcionamento. Pág. 6.




CONCURSOS

SEE-SP abre 1878 vagas para diretor de escola

     
      A Secretaria de Estado da Educação de São Paulo (SEE-SP) publicou edital abrindo concurso para provimento de 1878 vagas para o cargo de Diretor de Escola, integrante do Quadro de Magistério Estadual. O exame está a cargo do Instituto Nosso Rumo.
      São necessários (a) experiência de pelo menos oito anos de efetivo exercício de Magistério, em escola devidamente autorizada e reconhecida pelo órgão do respectivo sistema, e (b) posse de pelo menos um dos seguintes títulos: Licenciatura Plena em Pedagogia ou Pósgraduação na área de Educação.
      O salário inicial é de R$ 3.834,00, somando-se o salário base de R$ 2.840,00 e a Gratificação de Gestão Educacional, de R$ 994,00. Há reserva legal de 94 vagas para pessoas com deficiência e também podem participar os estrangeiros compatíveis com os requisitos para naturalização e os estrangeiros de nacionalidade portuguesa.
      As inscrições, no valor de R$ 82,73, serão realizadas exclusivamente na página www.nossorumo.org.br, no período de 3 a 17 de julho de 2017.
      O concurso ocorrerá em duas fases: prova objetiva (de caráter eliminatório e classificatório, com 70 questões) e fase de títulos e experiência profissional (classificatória). A prova objetiva terá duração de cinco horas e será realizada no dia 3 de setembro de 2017, nas cidades-sede das 91 Diretorias Regionais de Ensino da SEE.
      O período de validade do concurso é de dois anos, prorrogáveis por igual período.



Índice desta edição

EDITORIAL -- Empresário: predatório X esclarecido...........................................................................
As exatas são mais acessíveis...............................................................................................
CPO não receberá dependentes.de crack.......................................................................................
O idoso e o bem-estar social - Toufic Attar.................................................................................
Expedição visita nascentes do Butantan......................................................................................
O CDMS - Centro de Memória do Samba.........................................................................................
Escola Municipal de Música vai às Bibliotecas...............................................................................
Poesia - Cacildo Marques ...................................................................................................
Já podeis da pátria, filho? - Antônio Carlos Licerre........................................................................
Fruita na Casa Bandeirista - Helcias Pádua..................................................................................
ACSP-Sudoeste: Palestra de Gilson Rodrigues.................................................................................
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EDITORIAL

Empresário predatório e empresário esclarecido


      Nas primeiras décadas da Revolução Industrial parecia configurar-se um tipo de sociedade em que duas categorias de pessoas podiam ser muito bem separadas, os proprietários de imóveis e máquinas, de um lado, e os ofertantes da força de trabalho, do outro. Estariam em constante luta, até que o maior contingente viesse a tomar definitivamente as rédeas da política e dos negócios. Dois séculos depois, vemos que os prognósticos tinham deixado de considerar muitas variáveis, que poucos podiam vislumbrar.
      Não há dúvida de que as linhas políticas continuam, desde a Revolução Francesa, a dividir-se entre as que buscam fortalecer o lado da demanda por mão de obra e as que formam com os que a ofertam, embora haja novas frentes de batalha, como a do meio ambiente, a da qualidade de vida e a da liberdade sexual. Mas desde que se desenhou na França, em 1873, o conceito de República Parlamentarista, vicejou a semente do embate democrático, em lugar dos sonhos de tomada do poder pela força, o que só veio a consolidar-se de modo consistente entre as gerações que se formaram após a criação da ONU, em 1945.
      O que pode indicar hoje, nas jornadas políticas, o rumo da civilização, se mais avanço ou mais retrocesso, é a medida do peso das duas alas dos agentes de negócios: o empresariado predatório e o empresariado esclarecido.
      O primeiro tipo não precisa de muita caracterização, pois sempre que pode age como motoniveladora, esmagando concorrentes e deteriorando mercados. Um pescador consciente pesca os peixes grandes e devolve os peixes mais novos à água, para que possam crescer e procriar. O pescador predatório bombardeia o pesqueiro e mata os peixes de todas as idades, sem preocupação com o ambiente futuro de trabalho. Os dois tipos de empresariado comportam-se segundo essas diferenças.
      O empresariado esclarecido busca atuar respeitando (a) a responsabilidade social da firma, (b) a melhoria do ambiente de negócios, (c) a competição saudável, (d) a conformidade (“compliance”) frente às leis, (e) o zelo pelo meio ambiente, (f) o respeito aos direitos sociais e (g) a repulsa a conluios e monopólios. Não é nada fácil persistir nesses caminhos e ainda assim lograr êxito quando a concorrência está contaminada por uma ala de empresários inescrupulosos e corruptores, mas estes são tumores alimentados no passado. Compor com eles é destruir o futuro da empresa, trocar eficiência por eficácia efêmera, enriquecimento consistente por grandeza ilusória e apedeuta.
      O empresário predatório regozija-se em explorar o trabalho servil, ou o mais próximo disso que ele conseguir. Diferentemente, o empresário esclarecido quer que seus empregados melhorem de vida e cuidem bem de suas famílias.



EXPEDIENTE

Gazeta Cidadã

Presidente da Ong OCDC:
Toufic Attar
Jornalistas Responsáveis:
Cacildo Marques - MTb 73701
e Roldão Soares Filho - MTb 37108

Editor: Cacildo Marques
Impressão:
Gáfica Abjad 7857-4174
Uso livre, citada a fonte. Publicidade:
Toufic Attar

Colaboradores: Renata Polydoro, Francisco Gonçalves de Oliveira, Rogério Chiavassa Neto, Frederico Lazarini Ferreira, Renato A. Ricardo, Toufic Attar, Werner Regenthal, Guilherme Bonfim, Werbster Gomide, Nilton Moura, Aída Schwab, Cidinha Finimundi, Fredi Jon, Sheyna Adamo, Diego Parma, Eliseu Gabriel, Dr. Raul Marinheiro Jr., Nabil Bonduki, Sandra Pandolfi, Luiz Gabriel Di Pieri, Loiola Carneiro, Viviana Bosi, Olívia Raposo da Silva Telles.

Redação: Rua Dr. Silvio Dante Bertacchi, 429 (Cursão)
Endereço Eletrônico:
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As matérias assinadas são de responsabilidade exclusiva de seus autores.
A Gazeta Cidadã (Jornal da Vila Sônia) é uma publicação da Organização Cultural de Defesa da Cidadania – OCDC





ENSINO

As exatas são as mais acessíveis


      A medida provisória da “flexibilização” do ensino médio foi assinada visando liberar os alunos de cursar Física e Química. Biologia também entrou no sacrifício, porque ninguém lutou por ela.
      Essa obrigatoriedade de cursar as três ciências naturais básicas vinha do fim do século passado, precisamente, 1999. Por 18 anos os alunos tiveram um currículo integrado, algo inédito no mundo. A batalha para derrubar esse currículo não era demanda dos alunos nem dos professores, mas sim dos inimigos do aprendizado, que não queriam a potencialização dos jovens. O país volta agora ao lugar comum do cultivo do preconceito contra as ciências exatas.
      Um dos argumentos usados era que havia grande taxa de evasão no ensino médio, como se no tempo em que os jovens escolhiam sua área, antes de 1999, a evasão não fosse enorme. O motivo maior da evasão, como os professores sabem, é que os jovens de família pobre começam a trabalhar cedo, mesmo na informalidade, e estudar no período noturno hoje em dia é um risco que poucos aceitam correr. Tanto era mentira essa história de reduzir a evasão que a matéria mais apreciada pelos adolescentes ia ser leiloada: Educação Física. Pelo menos nesse quesito os parlamentares conseguiram fazer uma correção adequada. A matéria continuará.
      Assim como Educação Física não era bicho-papão, tampouco as ciências exatas o eram. É muito mais fácil aprender equação do segundo grau que período composto por subordinação, e é também muito mais fácil aplicar o Teorema de Pitágoras que dissertar sobre as causas da derrota de Napoleão em Waterloo. Mas os preguiçosos nunca saberão disso.
      Parece romântico chamar os adolescentes para “escolher”. Parece, e é mesmo romântico. E o romantismo passa longe da democracia.
      O imperador japonês Mutsuhito não estava sonhando quando, em 1869, generalizou o ensino básico em seu país baseando-se no aprendizado das ciências e no “vício” da leitura. O aprendizado mais acessível para os filhos das famílias pobres é mesmo o das ciências, começando pela Matemática. E já dissemos também aqui que a aritmofobia, a doença resultante do preconceito exacerbado contra os números, só se alastra num país quando se abole o estudo da Geometria no primário e do Desenho Geométrico no ginasial (ciclo autoral), como fizeram com o Brasil. Para as crianças aprenderem, dizia Tatiana Belinky, é só não atrapalharem. E acrescentamos: não sonegarem conteúdos importantes e não enganarem.










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ESCOLA

As cinco falhas da educação argentina


      A página de notícias Infobae convidou especialistas para falar sobre os problemas educacionais da Argentina, ante uma polêmica que se instalou depois que o governo da província de Buenos Aires decidiu retomar as avaliações por nota numérica no ensino primário.
      No informe PISA os estudantes argentinos tiveram desempenho situado entre os dez piores das 64 nações avaliadas. O consultor Juan María Segura afirmou que “a crença é de que o baixo rendimento vem pelo fato de que os meninos não estudam, por passarem o tempo no Facebook, e porque os professores não ensinam bem, mas de nenhum modo há uma resposta única e salvadora”.
      Alejandro Ganimian, doutor em Análise Quantitativa de política educativa, pela Universidade Harvard, elaborou o informe chamado “Termômetro Educativo”, analisando a fundo os resultados de exames gerais de 2005 a 2013. A partir desse estudo, especialistas concluíram que os problemas são:
      1. O contexto sócio-cultural. É difícil escapar ao clima de confronto, violência e discriminação.
      2. A infraestrutura. O estado físico das escolas joga um papel fundamental no rendimento.
      3. A desatualização curricular. A concorrência da internet e das redes sociais deixa em segundo plano programas curriculares que já têm mais de 30 anos, sem atualização.
      4. A estabilidade físico-emocional do docente. É fundamental que os docentes cheguem a seu trabalho com as condições necessárias.
      5. A contradição ética. A premissa da inclusão choca-se com a busca da qualidade, algo que ainda não se equacionou.







SAÚDE

CPO não receberá dependentes de crack


      Era boato a informação que circulou pelo Butantã dando conta de que a Coordenadoria de Projetos e Obras da Prefeitura Regional, CPO, situada na Rodovia Raposo Tavares, seria convertida em centro de recuperação de dependentes de crack trazidos dos bairros da Luz e dos Campos Elísios, onde se situa a Cracolândia, que a prefeitura pretende extinguir.
      Segundo o assessor de comunicação da Prefeitura Regional do Butantã, Eduardo Fidel, o boato deve ter surgido porque a CPO atualmente para por reformas de adequação, mas não há nenhuma intenção de alterar as fi nalidades do prédio.
      A questão dos dependentes de drogas ilícitas é um problema crescente que, certamente, agrava-se com as difi culdades econômicas porque passa o país, principalmente pelo alto nível de desemprego. Um problema macroeconômico acentua um fenômeno comportamental que, finalmente, traz maior transtorno para as áreas de segurança e de saúde.
      Tais assuntos foram objeto de discussão na reunião ordinária da OCDC (Organização Cultural de Defesa da Cidadania) do mês de junho.
      A Prefeitura de São Paulo tem condições de resolver o problema? É certo que pode amenizar, mas não tem como eliminá-lo. E há uma gritante contradição no padrão abraçado pelo país, de liberar o uso e a compra sem liberar a venda. Como é possível alguém comprar livremente um produto se a venda é absolutamente proibida, até mesmo para pesquisas e tratamento por parte do poder público? A solução disso pode vir a ser a liberação do comércio, mas então é necessário discutir as vantagens e desvantagens disso. A cânabis é espécie invasora se plantada de forma industrial em meio a nossa vegetação sul-americana. Que problemas isso trará? Por enquanto ninguém pode responder. O que se pode enxergar no momento é que a polícia enxuga gelo e a área de saúde luta para resolver casos individuais, sem uma solução para o todo.











COLUNA DO TEO

O Idoso e o Bem-Estar Social


Toufic Attar*

      O Estatuto do Idoso, em edição da Prefeitura de São Paulo (Direitos Humanos e Cidadania), estipula no seu Título II, Capitulo I, Art. 8º: “O Envelhecimento é um direito personalíssimo e a sua proteção um direito social, nos termos desta Lei e da legislação vigente.” E no Art. 9º: “É obrigação do Estado, garantir à pessoa idosa a proteção à vida e à saúde, mediante efetivação de políticas sociais públicas que permitam um envelhecimento saudável e em condições de dignidade.”
      Eis, portanto, alguns pressupostos com os quais a sociedade deve encarar os caminhos que permitem construir estas conquistas sociais. Eis que o Estatuto do Idoso incorpora a idéia de que as condições de ser são mais importantes do que as de ter. Parece uma utopia, uma dessas promessas de candidatos feitas para encantar na hora do voto, sem nunca oferecer os instrumentos necessários para sua implantação.
      Pois é preciso, sim, buscar esse caminho de devolver a plena vida aos que pleiteiam seu direito de fazer de sua força de vontade individual algo a serviço da vida social, uma busca conjunta pelo bem-estar coletivo. Viver com dignidade passa a prevalecer sobre o sobreviver simplesmente com a permanente preocupação em lutar para amenizar os sofrimentos dos plantões de saúde.
      Não faltam entidades, organizações e cidadãos envolvidos com a questão. Há porém uma grave lacuna quando se trata de oferecer algo mais: deixar de olhar para o idoso exclusivamente sob o ponto de vista de suas necessidades de saúde.
      De fato, o envelhecimento não pode ser uma barreira para usufruir a plenitude do que a vida oferece em lazer e atividades que ajudam a manter a pessoa idosa acesa, cheia de energia e com boa disposição para cuidar de coisas novas que a longa vida passada impediu de exercer por alguma razão. Quem gostava de música, de culinária, de jardinagem, de momentos de meditação, de repente pode encontrar o tempo necessário para manter atividades que lhe agradam. A vida de cada um passa a ser preciosa para a vida coletiva, sem sentir-se sobrando, ou sem amor. É uma maneira de enfrentar o peso da solidão, abrindo espaços de convívio carinhoso.
      Como convidar este segmento da sociedade a ser agradável e sociável, menos amargo e menos exposto aos perigos da solidão, através da convivência comunitária e de programas elaborados para trazer aquilo que pode ser considerado bem-estar social, com a harmonia resultante do convívio partilhado?
      Pois a OCDC decidiu apresentar um projeto de conteúdo social que vai nesse sentido, incentivando a criação de centros de lazer comunitários, com atividades sóciorecreativas. Desenvolvidas com seriedade e responsabilidade, elas podem contribuir para se enfrentar a perigosa ruptura na sociedade. Quem diz que os mais idosos gostam de viver de favores e de pequenas atenções sem ter necessariamente a vida que lhes agrada? Quem diz que eles se contentam com sua vidinha sem manifestar preocupações com os rumos tomados pelo país? Passam a cuidar de sua vida individual como se nada pudessem fazer pelo entorno, para ajudar a melhorá-lo, tornando-se úteis enquanto detém energias e forças nada esgotadas?
      Do contrário, o social, saudável e cheio de dignidade estipulados no Estatuto do Idoso passam a ser vazio de todo sentido.

(*) Toufic Attar (Teo) é presidente da OCDC - Organização Cultural de Defesa da Cidadania - e diretor de publicidade da Gazeta Cidadã












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TECNÓLOGOS

Cimento ósseo ganha prêmio e vai aos EUA


      Conforme noticiado em nosso número de abril, alunos da ETEC Prof. Carmelino Corrêa Junior, de Franca, desenvolveram o projeto Cimento Ósseo, para uso odontológico e outros, a partir da reciclagem de resíduos das indústrias de couro e de pesca, usando escamas de peixe e colágeno de couro. Pois esse projeto foi o vencedor do Prêmio CRQ 2017, do Conselho Regional de Química, na categoria Química de Nível Médio.
      Os autores, premiados, foram as alunas Sabrina Aparecida Miranda e Verônica Marques, orientadas pela professora Joana Félix. A orientadora tem pela terceira vez alunos com trabalhos premiados pelo CRQ, algo inédito.
      A pesquisa das estudantes do curso técnico de Curtimento traz uma alternativa barata e ecológica para a reposição de tecido em enxertos de fraturas e procedimentos odontológicos por meio da utilização materiais que eram normalmente descartados. “Esse prêmio nos motiva ainda mais a continuar estudando para conquistar nossos objetivos”, conta Sabrina.
      O projeto foi apresentado na Feira Tecnológica do Centro Paula Souza (Feteps) em 2017 e na Feira Brasileira de Ciência e Engenharia (Febrace), da Universidade de São Paulo (USP), e partiu para sua primeira mostra internacional, a Genius Olympiad, na State University of New York, em Oswego, nos Estados Unidos, que ocorreu em 10 de junho. O evento recebeu mais de mil alunos de 71 países. Outra aluna, Angela Ferreira de Oliveira, da Etec agrícola, apresentou a pele artificial com derme de porco na mesma feira.



VERDE

Expedição visita nascentes do Butantan


      Sábado, 3 de junho, foi o dia em que o movimento Rios e Ruas, em parceria com o Ponto de Economia Solidária, congregou dezenas de ativistas ambientais para a exploração das nascentes de riachos que correm dentro do Instituto Butantan.
      Já às 9h da manhã começaram a chegar os participantes daquela caminhada, aglomerando-se na frente do portão do Instituto. Pouco depois chegaram José Bueno e Luiz de Campos Júnior, integrantes do Rio de Ruas, e com eles todo o grupo foi recebido por duas monitoras do Instituto Butantan, que guiaram a expedição até os olhos d’água ali existentes.
      Depois de atravessar o terreno no sentido Cidade Universitária, a expedição virou à esquerda e o guarda abriu o portão da área florestal, logo após a casa que outrora foi residência do Dr. Vital Brazil, onde ele realizava suas pesquisas.
      Fundado em 1901, por Adolfo Lutz, que, convocado pelo governo, destacou Vital Brazil para investigar meios de solucionar uma epidemia de peste bubônica que assolava a baixada santista, o Instituto Butantan conta hoje com uma área de 80 hectares, e encontra-se nas atuais instalações desde 1914. É conhecido no mundo inteiro e faz com que o bairro do Butantã rivalize com o bairro carioca de Ipanema como o mais famoso do Brasil, aquele por causa da “garota”, cantada por Vinicius de Moraes e Tom Jobim.
      Como aconteceu com o Riacho Iquiririm, dentro do Instituto as nascentes eram difusas, sem que se identificassem os pontos iniciais. No entanto, funcionários do órgão realizaram obras e liberaram os cursos, que hoje descem em meio às matas.








EQUIPAMENTOS CULTURAIS

O Centro de Documentação e Memória do Samba


      Se o Rio tem o Museu do Samba, São Paulo tem seu Centro de Documentação e Memória do Samba (CDMS), que funciona nas dependências da UESP, União das Escolas de Samba de São Paulo.
      A UESP, fundada em 1973, não organiza mais o desfile do primeiro grupo, que se apresenta no sábado de Carnaval, desde que em 1986 as principais escolas fundaram a dissidente LigaSP (Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo), mas continua a organizar os desfiles do domingo, da segunda e da terça, além dos carnavais de bairros, contando com 81 filiados, entre escolas e blocos. O lema da entidade é “Samba é Cultura”, e além dos eventos promove cursos e seminários sobre a história e os fundamentos do samba carnavalesco.
      O CDMS (Centro de Documentação e Memória do Samba) coloca à disposição do público livros, discos, CDs, vídeos, fotografias e quadros sobre a história do carnaval e das escolas de samba, não só de São Paulo mas de todo o Brasil.
      Mais de 600 pessoas já receberam capacitação na UESP e no CDMS para atuar no Carnaval, em funções como jurados, técnicos e outros. Segundo a UESP, o envolvimento com o samba tem transformado e melhorado a vida de muitos jovens de São Paulo e das cidades vizinhas.
      O endereço do CDMS é Rua Rui Barbosa, 588, Bela Vista, São Paulo.





Resposta do Benjamin (Peirce),
da pág. 8:
2-1-1-2/ 2-5/ 5-4-4/7-7/ 4-1-2-5.









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CULTURA

Formandos da Escola Municipal de Música tocam nas bibliotecas


      No dia 24 de junho, 11h, a Biblioteca Municipal Anne Frank, Rua Cojuba, 45, Itaim Bibi, recebeu um presente da Secretaria Municipal de Cultura: uma apresentação dos músicos Matheus e Lucas, executando em viola de arco suítes de Johann Sebastian Bach, com entrada franca.
      Os dois são formandos da Escola Municipal de Música, que não se situa mais na Rua Vergueiro, mas na Praça das Artes, Avenida São João, 281, Centro, São Paulo. A apresentação, segundo o agente cultural Felipe, que acompanhava os músicos, é parte de um programa da Secretaria, que decidiu levar a Música às diversas bibliotecas municipais da cidade, aos sábados.
      A reportagem da Gazeta Cidadã, presente ao evento, questionou a pouca divulgação desse programa, que poderia ser usufruído por maior número de pessoas.





HUMOR

Os Clecs de Eno Teodoro Wanke - Meteorologia (de A a N)


Água. A água gosta do frio. Quanto mais frio, mais vidrada.

Brisa. Quando o calor é muito, Deus manda os anjos abanarem uma brisa agradável para refrescar os mais justos.

Céu. Quando o céu começa a espirrar trovões, é porque apanhou gripe e pode escorrer chuva.

Chuva. Nos dias de chuva, nossa sombra, sabiamente, se esconde para não se molhar.

Chuva. Se vai chover hoje? Pode tirar o cavalo da chuva, pois chover não vai.

Dança. Embora breve, a dança dos relâmpagos provoca sempre o aplauso estrondoso dos trovões.

Deus. Enquanto fazia a barba, Deus criou as nuvens.

Eclipse. O eclipse, como sabemos, é causado pela elipse. A Terra, seguindo calmamente sua elipse, é alcançada pela penumbra C da Lua, que se projeta entre o seu E e o seu I.

Felino. A tempestade, com ar de grande felino, sacode a juba das nuvens, dá olhares fulminantes de raios e ruge trovões.

Geografia. Existe uma efêmera geografia nos céus, um Atlas onde as nuvens são continentes vaporosos navegando no mar azul da atmosfera.

Guarda-chuva. Na chuva é que os guarda-chuvas desabrocham.

Luz. A luz do sol não tem similar, e é grátis.

Nublados. O sol detesta os dias nublados. Daí que nem dá as caras em tais dias.

Nuvem. Quando uma altiva nuvem encontra uma montanha, vira uma simples neblina.

Nuvens. As nuvens são os balões de uma colossal história em quadrinhos, nos quais ainda falta colocar o letreiro.







CANTINHO DA POESIA

Escreve poesia com olhos fechados: não deixes que escapem sonhos pelos dedos.


Soneto a Joana D'Arc

Cacildo Marques

Quanto combate ao sol, Santa Joana,
Empunhando do herói Carlos Martel
A espada que, com cálice de fel,
Livrou Paris da garra muçulmana!

Sete séculos lidos no papel,
E a França viu-se sob a mão tirana
De invasores do norte, em guerra insana
Por conquista de terra e de laurel.

Fizeste em Reims coroar o delfim,
E a Guerra dos Cem Anos ir-se ao fim,
Retomando Orleans como um sinal.

Restauraste um país em poucos meses,
Mas logo presa e vendida aos ingleses,
Foste à fogueira inquisitorial.





Rondó do Sonho

Jacira Munduruca

Vem do mar a brisa amena,
A vela do barco acena.
A estrela d’alva do sonho
Desce na nuvem serena.

Vem do mar a brisa amena
A vela do barco acena.
O adeus enxugando o pranto,
Meu amor em quarentena.

Vem do mar a brisa amena
A vela do barco acena.
No céu brilha um diamante
Que cintila como o sol.

Vem do mar a brisa amena
A vela do barco acena.
Navega no mar argênteo
Um imenso girassol.

Vem do mar a brisa amena,
A vela do barco acena.
A luz forte do farol
Ilumina a alma pequena.
O adeus enxugando o pranto
Por ver morrer o meu sonho.
Meu amor em quarentena.










PÁG. 6

ACONTECEU

Notas daqui


PIB. O IBGE anunciou que o primeiro trimestre registrou alta do PIB, de 1%, depois de dois anos seguidos de queda, podendo o aumento atual representar o fim da recessão (01/06).

Cobradores. O Tribunal de Justiça de SP deu ganho de causa ao Prefeito João Doria, da capital, em sua intenção de eliminar paulatinamente a função de cobrador de ônibus (08/06).

TSE. Por quatro votos a três, com voto de minerva do Ministro Gilmar Mendes, o Tribunal Superior Eleitoral absolveu de crime eleitoral o Presidente Michel Temer, eleito vice na chapa presidencial Dilma-Temer em 2014, em processo movido pelo PSDB logo após o pleito (09/06).

Crack. Com algumas incinerações feitas pelos usuários, operação da PM de SP recolheu todas as barracas restantes da Cracolândia, que estavam instaladas na Praça Princesa Isabel após serem retiradas da Rua Helvétia (11/06).

Janot. O Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, denunciou formalmente no STF o Presidente Michel Temer por corrupção passiva, em processo que deve passar por votação na Câmara dos Deputados, que autorizará ou não a investigação (26/06).

Palocci. O ex-Ministro da Fazenda e ex-Ministro-Chefe, Antonio Palocci, foi condenado pelo juiz Sergio Moro a 12 anos de prisão, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro (26/06).

Vaccari. O TRF-4, de Porto Alegre, reverteu, por 2 a 1, a condenação a 15 anos de prisão por corrupção a João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT, por ter sido baseada apenas em testemunho de delatores (27/06).

Procuradora. A procuradora Raquel Dodge, 55, foi escolhida pelo Presidente Michel Temer como nova Procuradora Geral da República, a tomar posse em setembro, sucedendo Rodrigo Janot como primeira mulher no posto (28/06).

Aécio. O Ministro Marco Aurélio Mello, do STF, devolveu o cargo de senador a Aécio Neves, suspenso havia semanas, no mesmo dia em que o Ministro Edson Fachin transformou em prisão aberta a detenção do exdeputado Rodrigo Rocha Loures, ex-assessor do Presidente Temer (30/06).




Notas dali


Clima. Alegando risco à economia, o Presidente Donald Trump, dos EUA, anunciou a saída do país do Acordo de Paris, que trata do controle sobre o clima mundial (01/06).

Londres. Três atentados na mesma noite aconteceram em Londres, com atropelamento, facadas e tiroteio, deixando sete mortos (03/06)

Sapiens. Arqueólogos localizaram no Marrocos fósseis de Homo sapiens datados de 300 mil anos, o que talvez desbanque Lucy, de cerca de 200 mil anos, da Etiópia, como a mãe da humanidade (07/06).

Inglaterra. O Partido Conservador, da premier Theresa May, perdeu nas eleições antecipadas a maioria das 650 cadeiras da Câmara dos Comuns, ficando com 318 e tendo de se compor com o DUP, pequeno partido da Irlanda do Norte, com dez assentos, para formar o governo (08/06).

Japão. O Senado japonês aprovou a lei que permite ao Imperador Akihito, 83, abdicar, como é seu desejo, em favor de seu primogênito Naruhito, 57 (09/06).

Iraque. Uma mulher-bomba explodiuse em Musayeb e um homem-bomba, em Karbala, Iraque, com saldo de 34 mortos nos dois atentados (09/06).

Batman. Adam West, 88, o Batman da TV (ABC - 1966 a 1968, “pow”, “crash”), morreu de leucemia, nos EUA, deixando a mulher, Marcelle, e seis filhos (10/06).

Incêndio. Grande incêndio florestal na Rodovia N236, em Pedrógão Grande, Portugal, deixou mais de 70 pessoas mortas (18/06).

Estudante. Morreu nos EUA o estudante Otto Warmbier, 22, solto em estado de coma pela Coreia do Norte depois de ficar um ano preso por ter arrancado um cartaz de propaganda do regime (19/06).

Farc. Cumprindo o acordo firmado com o governo da Colômbia, sob supervisão da ONU, os guerrilheiros das Farc, após conflito que já durava 53 anos, entregaram todas as armas às autoridades (20/06).

Proporcional. Don Beyer, 67, Partido Democrata, deputado representante da Virgínia, entrou com petição para projeto de voto proporcional, o “Fair Vote”, para eleição à Câmara dos EUA (26/06).





RADAR

Reunião da Rede Butantã será no CRSANS


      A reunião da Rede Butantã de Entidades Sociais do mês de julho será no dia 12 e, como sempre, às 9h. Desta vez o encontro se dará no CRSANS, Centro de Referência em Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável, à Rua Nella Murari Rosa, 40, Jardim Jaqueline.
      A reunião anterior, do mês de junho, ocorreu na COHAB Raposo Tavares, e realizou discussões de temas de interesse da comunidade local, mas também do âmbito municipal.
      Nesta reunião de julho, o local, como de outras vezes, trará a discussão sobre a questão da alimentação relacionada à saúde da população e também ao meio ambiente. Outros temas devem abranger o fechamento de salas de aulas e de escolas diante da queda de arrecadação de impostos e o tratamento aos dependentes de drogas ilícitas.

      Biblioteca Anne Frank festeja os 70

      No segundo sábado de julho, dia 8, às 10h, a Comissão de Aniversário da Biblioteca Municipal Anne Frank estará reunida no interior da Biblioteca para organizar as atividades da comemoração dos 70 anos do órgão, que foi a primeira biblioteca municipal paulistana fora do centro da cidade. O convite está aberto aos munícipes.



CRÔNICA

Já podeis da pátria, filhos, ver contente a mãe gentil?

Antônio Carlos Licerre

      Braços. Não sei se os cruzo ou arregaço as mangas. Luto. Dizem os mais entendidos que cruzá-los é sinal de defesa, descaso, indiferença. Medo. Nas crianças, o gesto traduz negação. A carinha feia do pimpolho completa a birra.
      Imito o exemplo de Pedro: “Se for para o bem de todos e felicidade geral da nação, diga ao povo que fico”. Ou pego o primeiro avião? Salto suicida de paraquedas numa ilha deserta e me deito em rede esplêndida.
      Sei quem constrói aeroplanos e paraquedas, mas não quero saber quem aniquila os sonhos intensos dos outros com esse estado de coisas.
      Sou povo, mas não sou herói de nada. Talvez a voz retumbante de um batocotô pelas avenidas da minha cidade fosse uma saída, assim mesmo, como faziam outrora os escravos que batiam esse tambor nas manifestações de revolta.
      Tenho comigo o sol da liberdade que me deixa escolher. Entoar o hino aos quatro cantos me traz minutos de conforto, depois, desperta lembranças daqueles que, com braços fortes, desenharam com sangue as fronteiras desta nação.
      Minha indignação é que alguns, bem poucos, passam a mão na bunda de muitos e ainda enfiam o dedo! Minha esperança é que esses poucos, esses loucos irão passar...
      Se eu for morar numa ilha quero levar um pé de flor, para lembrar as flores dos bosques do meu país e me alimentar no seio das recordações. Quanta glória passada, quanta paz ansiada no futuro desta terra morena cor de café, branca, vermelha, amarela de sol nascente.
      Vejo que um filho teu não foge à luta. Oh minha mãe gentil! Então onde estão os nossos Tiradentes, Fernão Dias, nossos Caxias, Deodoros? Não se precisa aprender mais nada acerca de alguns que saem de suas tocas em certas épocas e atraem multidões à cata de votos. Circo do absurdo. Palhaços mambembes, devolvam-me as raízes!
      Se for morar numa ilha, eu levo um punhado de chão para lembrar o cheiro da terra maternal. Um sabiá e uma muda de palmeira para que a avezinha possa cantar canções e embalar os sonhos meus. Bandeira da minha vida! Nosso céu tem mais estrelas do que aqui!
      Lembrarei minhas cidades, gente simples, alegrias rasgadas em carnaval, futebol campeão, conquistas sociais pintadas em telas tarcilianas, borboletas ruibarbosiando nas matas, cachoeiras deslumbrantes, tuiuiús pantaneiros, araras azuis, pássaros de arribação. Meus poetas patativos, escritores suassúnicos quero ficar!
      Sei que nessa ilha deserta, depois de um tempo, certamente o banzo vai invadir o meu coração. Então é bom eu também levar um livro, um manual: Faça você mesmo uma jangada.
      Na volta para a casa abrirei velas no mar da tempestade, desafiarei os moinhos de vento de possibilidades. Será isso utopia? Que seja assim. Um malestar sentindo-me bem. No meio do dilúvio de saudade uma asabranca dará o aviso e, pousando suave no mastro da embarcação com uma folha de mandacaru entre o bico, vai apontar a terra prometida.
      Depois, serpenteando espumas por toda a costa verde-amarela, de braços abertos, o Redentor vai acenar na praia. Enxugará o meu pranto com o lenço puro das emoções ressuscitando certezas do peito. Finalmente estarei convicto e feliz. Mais um filho tranquilo, seguro a viver nessa obra de arte adorada, idolatrada. Salve Brasil! Que assim seja.












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O ITAIM BIBI EM FOCO

Fruita na Casa Bandeirista


Helcias Pádua*

      Fruita? “Nossa, que horror! Mais um erro”, dirão os exaltados críticos, porém não necessariamente corretos. Sim, a frutinha jabuticaba é também conhecida pela designação de Fruita, Fruitinha, lá pelo interior paulista, portanto não está errada a escrita inicial. É o coloquial, o falar, o escrever popular. Como se diz, “os apressados comem cru”, ou melhor, mastigam o fruto ainda verde, sem gosto e sabor característico.
      Jabuticaba, jaboticaba ou jabuticabeira - Myrciaria jaboticaba (Vell.) Berg, Myrcia cauliflora Berg; ou Myrciaria cauliflora (Mart.) O. Berg., ou Plinia trunciflora - é uma árvore frutífera brasileira nativa da Mata Atlântica, principalmente da mata pluvial e das submatas de altitude. Ocorre desde Mato Grosso do Sul e Minas Gerais até o Rio Grande do Sul. A principal espécie de jabuticabeira é Myrciaria jaboticaba (Vell.) Berg, conhecida como sabará. Outras espécies são a Assú ou Ponhema e a Myrciaria cauliflora (DC.) Berg, muito conhecida aqui no Estado de São Paulo, por isso chamada de jabuticaba paulista. Sua árvore é pequena, de até 15 metros de altura, com troncos lisos, claros e folhas simples. Seus frutos são pequenos, com casca negra e polpa branca e única semente. Crescem no tronco e nos ramos, característica peculiar à árvore. Deliciosos para serem consumidos in natura, (o bom é comer jabuticaba trepado no pé), deles se fazem licor, geleia e aguardente. Floresce duas vezes por ano. Sendo uma planta ornamental, presta-se ao paisagismo, além de atrair a avifauna. É muito cultivada em pomares domésticos.
      Obs.: as árvores replantadas na calçada e no jardim frontal da Casa Bandeirista, Rua Iguatemi, atualmente estão florindo e frutificando, segundo observação de ávidos degustadores.
      Tudo isso para dizer que quando criança, ainda coroinha da Igreja de Santa Teresa de Jesus, junto com o Frei Constâncio, vigário na época, eu disputava com outros colegas, a indicação para ir ajudar a missa na capela do Sanatório Bela Vista. A escala era semanal (no sábado ou domingo pela manhã), afixada em um quadro de avisos na parede esquerda de quem entrava na nave sagrada, ao lado do primeiro degrau da escada da então igreja provisória, ainda na rua Tabapuã, prédio que hoje recebe a cozinha industrial do Buffet Fasano (obs.: há alguns anos virou um supermercado e depois estacionamento coberto).
      O grande interesse em “ajudar a missa” era que depois da mesma os coroinhas tinham o direito de ir catar, colher e comer as doces frutas pretinhas, coladas ao tronco branco de aspecto descascado, entre outras frutas existentes no grande pomar. Na ocasião não precisávamos roubar, ou melhor, pular o alto muro do sanatório e surrupiar unidade por unidade, antes que o vigia nos visse. Era sempre assim, a maioria das vezes pulávamos o muro sem autorização dos proprietários (que Deus me perdoe) e outras poucas vezes éramos abençoados pelo frei, celebrante da missa. Coisas de criança “Itahyense”, quando o bairro era cheio de chácaras, quintais e pássaros. O chão era de terra, às vezes seco e outras vezes bastante enlameado. O Itaim Bibi era um verdadeiro charco.
      Em 6 de julho de 2007, depois de muitas décadas dessas aventuras infanto-juvenis, pratiquei mais um ato não autorizado. Emocionado e injuriado, invadi o terreno da área tombada pelo Condephaat desde 1980, antes que o segurança me encontrasse. O meu objetivo era contar quantos pés de jabuticabeiras ainda restavam, depois de quase 30 anos desse espaço de memórias e parte importante das histórias da região do Itaim Bibi e de São Paulo, sofrendo agressões e desrespeitos diversos, como a criminosa quase total derrubada do edifício da Casa Bandeirista, construção em “pau-apique”, erguida pela tropa de Fernão Dias e depois por componentes aventureiros, desbravadores e seguidores de Borba Gato. Ao todo, até 2007, foram paulatinamente destruídos mais de 12 cômodos e criminosamente derrubadas as dezenas ou, quem sabe, centenas de árvores, frutíferas ou não. Amigos, é só ir ao MPESP, ao Condephaat, ao Conpresp e à própria AGMIB, ver e ler os inúmeros registros, protocolos e decretos, todos listados nos enormes quatro quadros brancos expostos em cada uma das calçadas do quarteirão objeto.
      Na ocasião consegui contar apenas seis mirradas jabuticabeiras e cinco palmeiras, o nosso jerivá. Fui avistado e perseguido pelo senhor segurança que entre os ostensivos gritos dirigidos a mim, ia-se comunicando com alguém, usando um rádio. Anteriormente, em novembro de 2005, e com mais calma havia contado oito pés de jabuticabas. Na ocasião não fui expulso aos berros. Agora o homem “do Direito”, seguindo ordens e sem qualquer conhecimento do significado da área, dizia-se: “isso aqui é propriedade particular, é um estacionamento e para tirar fotos só com autorização da prefeitura”. Palavras do segurança da área de uma grande quadra pertencente ao Patrimônio Público situado nas ruas Iguatemi e Aspásia, avenidas Brigadeiro Faria Lima e Horácio Lafer. O pior é que dessa vez não pude comer nenhuma “fruitinha”. Mas eu voltarei.
      (O texto acima foi publicado em 21/07/2007, na página web do Museu da Pessoa. Atualmente, dez anos depois, a coisa está quase na mesma. A Casa Bandeirista foi reconstruída, não restaurada, mas continua fechada. Segundo os atuais proprietários do enorme terreno da quadra, “ainda não podem dispor o edifico à população porque o Conpresp exige que o jardim frontal, com o chafariz, seja restaurado e que os restos de uma antiga construção lateral esquerda, com tijolos de barro, recebam cúpulas protetoras”. Tais alegações se arrastam desde 2013-14 e até agora nada foi feito visando cumprir as determinações. Consultado o Conpresp, a resposta é que a abertura e disposição da Casa Bandeirista e do seu entorno depende da vontade dos proprietários. A Luta Continua! Vamos vencer!)

(*) Helcias Bernardo de Pádua é biólogo, jornalista e presidente da AGMIB/Assoc. Grupo Memórias do Itaim Bibi, biólogo e professor. helciaspaduanova@yahoo.com.br







RECEITA DA DONA LOURDES

Ovos à Jerusalém


Ingredientes:

1 colher de azeite
4 dentes de alho esmagados
1 colher de cominho
1 lata massa de tomate
3 pés de cebolinha picados
1 colher de orégano
1 colher de manteiga
4 ovos
150 g de queijo feta
Algumas azeitonas verdes
Alguns tomates cereja
sal a gosto

Modo de fazer:

      Frite um pouco os dentes de alho com o cominho. Ponha a massa de tomate, o orégano e a manteiga e cozinhe por 20 minutos. Tempere com sal. Organize os pedaços de queijo (queijo minas se não achar o feta), os tomates cereja e as azeitonas em uma travessa. Cubra com o molho quente e misture-o para que possam ser vistos os pedaços de queijo e as azeitonas. Asse por 20 minutos, a 100 graus. Retire do forno e quebre os ovos em cima (com um garfo, espalhe as claras, uniformemente). Cubra com papel alumínio, aumente o fogo para 200 graus, retorne a travessa ao forno e retire-a quando os ovos estiverem cozidos (cerca de 10 minutos). Pique a cebolinha sobre o conjunto. Sirva com pão e arroz.

Rendimento: quatro pessoas.



Plantão saúde natural:


Soluço incessante.

      Faça um chá de alho, com uns dois ou três dentes. Tome ainda quente. O soluço deve passar em minutos.








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REGIÃO

Festa Junina do Andronico foi "mágica"

MagicoBidu


      Com a presença do mágico Bidu, e de centenas de ex-alunos de várias épocas, a Festa Junina da Escola Estadual Prof. Andronico de Mello foi pura animação, durante toda a tarde de sábado, 24 de junho, até as 20h.
      Com todos os ingredientes juninos das festas escolares, os alunos e também familiares puderam experimentar grande variedade de doces e salgados, de bebidas não alcoólicas e de diversões várias, como o baile no auditório da escola e as atividades desenvolvidas durante aquela tarde.
      O mágico Bidu, que atua há quarenta anos apresentando truques com argola, fogo, pombo na cartola, coelho na caixa e muitos outros, já se apresentou em vários programas da TV aberta e em muitos outros países, principalmente da América Latina. É morador das imediações, cidade de Itapecerica da Serra, mas raramente trabalha na região, dados os frequentes compromissos em outros territórios.
      Como há alguns anos a escola não realizava a festa junina, esta foi novidade para os alunos atuais da escola. Entre eles, não só por causa da presença do mágico Bidu, há quem tenha dito que a festa foi “mágica”. Na foto acima, Bidu e a diretora da escola, profa. Terezinha Barbosa.







CIÊNCIA

Os dose livros principais da história da ciência físico-biológica


Science

1 - Opus Majus (1268) - Roger Bacon

2. A Fábrica do Corpo Humano (1543) - Andreas Vesalius

3. Diálogo Sobre os Dois Principais Sistemas do Mundo (1632) - Galileu Galilei

4. Princípios Matemáticos de Filosofia Natural (1687) - Isaac Newton

5. Um Novo Sistema de Filosofia Química (1808) - John Dalton

6. Fermentações e Gerações ditas Espontâneas (1857, publ. 1922) - Louis Pasteur

7. A Origem das Espécies (1859) - Charles Darwin

8. Experimentos Sobre Hibridação de Plantas (1866) - Gregor Johann Mendel

9. A Fisiologia Geral (1872) - Claude Bernard

10. Pesquisa Sobre as Substâncias Radioativas (1903) - Marie Curie

11. Teoria da Relatividade Geral (1916) - Albert Einstein

12. A Dupla Hélice (1968) - James D. Watson









EMPREENDEDORISMO

ACSP - Notícias da Sudoeste


ACSP Sudoeste recebe Gilson Rodrigues

      No encerramento da Semana de Meio Ambiente 2017 da Distrital Sudoeste da Associação Comercial de São Paulo, os associados e amigos receberam, no dia 6 de junho, a palestra do engenheiro André Marcelino Rebouças, que tratou das questões da realização dos negócios ante a realidade atual das questões ambientais.
      No dia 13, a Terça Nobre da entidade apresentou duas palestras: “Como conseguir sua licença de funcionamento, independente da regularização do imóvel”, ministrada pela arquiteta Larissa Campagner, docente da Universidade Mackenzie, e “Paraisópolis Sustentável”, com Gilson Rodrigues, líder comunitário. Esteve presente o Vice-presidente da ACSP, Sr. Antonio Carlos Pela, que fez intervenções interessantes durante as palestras.
      O ponto alto da palestra da Profa. Larissa foi a informação de que, por iniciativa da Associação Comercial, o novo Plano Diretor da cidade passou a facilitar emissão de licença de funcionamento para empresas de atividades de baixo risco. Para esses casos, o tempo para a documentação é de 90 dias, e não há mais necessidade de comprovar a regularização do imóvel.
      Na palestra de Gilson Rodrigues, ele informou que o bairro Paraisópolis, que já conta com 100 mil habitantes, vem trabalhando para implementar um bando de crédito e já desenvolveu seu próprio cartão de crédito, pela Cabal. Disse também que uma empresa dos Estados Unidos planeja implantar um Shopping Center no local.
      ACSP Sudoeste: Rua Alvagenga, 591, 11-3180-3772





DIVERSÃO

BENJAMIN- o jogo dos noves-fora


  4  
74  2
  85 
87  8
   8 


      Preencha os algarismos que faltam na tabela de 25 números.
      * Multiplique dois números contíguos de cima para baixo.
      * Preencha o valor como operando ou como resultado.
      * Coloque o “noves-fora” do resultado, de 1 a 9.
      * Se há mais de uma opção de valor, escolhe-se o que dá menor.
      * Exemplo: em 4 ... 1 o valor é 7, pois 4x7=28, 2+8=10 e 1+0=1.
      (Prevenção contra AVC e mal de Alzheimer, inspirado no quadrado mágico; não é sudoku.) Resp.: pág. 4.











Aquicultura – Piscicultura - Qualidade das águas
Projeto – Assessoria – Amostragem – Interpretação
Relatórios - Matérias
helciaspadua@yahoo.com.br
C.F.Biologia: 00683/01D - Jornalista: MTb 72270SP
(11) 96918-1660
Biólogo






PATROCINADORES

CURSÃO – R. Dr. Silvio Dante Bertacchi, 429 - (11)3744-0196
PIZZARIA Dois Amigos – (11)3501-0451
Drogaria INDIANA – (11)3742-1011
MARCO CESAR Decorações - (11)3742-1845/ 8271-7937/ 9109-0879
SERRALHERIA HÉRCULES - (11)9839-2408
RITA&PATY - Soluções em Presentes - (11)4106-3021/ 2364-3630
JU COSMÉTICOS - R. Dr. Mário de Moura Albuquerque, 507 - (11)2634-7091
SAPPORO Hair - Cabeleireiros - (11)3731-3035 (Raposo) 3735-1020 (Bonfiglioli)
WALKIRIA ROUPAS E LINGERIE - R. Áurea Batista dos Santos, 81 walkiriasouza75@gmail.com - (11)2809-9590

Nahu
NAHU Hostel - Rua Marinha de Moura Pimenta, 354, Butantã São Paulo - (11)2729-8000.

Tur-Regiani
RTS Turismo - retoursampa@gmail.com rotoursampa@gmail.com (11) 3501-6738 4999-3734 97266-0092.

ACSP-Sudoeste
Associação Comercial de São Paulo - Distrital Sudoeste - Rua Alvarenga, 591 (11) 3180-3772 .

 

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