GAZETA CIDADÃ - Edição 59 (novembro 2011)
gazetacidada@ymail.com
CAPA
Pedras da artista Amélia Toledo. Pág. 7
Dona Daise Lazarini sofre calúnia e vira o jogo. Pág. 6
Grade da UBS Vila Sônia traz perigo. Pág. 3
O caso da rotatória. Pág. 3
Alerta: o Brasil está seguindo a Grécia? Pág. 3
Porque fazer uma análise psicanalítica. Pág. 4
Direito de família e o Código Civil. Pág. 4
Evolução e comunicação. Pág. 5
Quadras de roda - poemas de Cacildo Marques. Pág. 5
Resultado da eleição do Conselho Tutelar. Pág. 5
A lutadora vovô Sônia. Pág. 6
Ciclo de Leituras de Textos Teatrais. Pág. 7
Alerta: o Brasil está seguindo a Grécia? Pág. 3
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EDITORIAL
Voltamos
     
Começamos a circular em 1999 como Jornal da Vila Sônia, estivemos envolvidos em muitas lutas, mudamos nosso nome para Gazeta Cidadã, em 2004, conquistamos muitas vitórias, alimentamos polêmicas e por um certo tempo estivemos desativados.
Nós, da Organização Cultural de Defesa da Cidadania, mantenedores do jornal, passamos por dificuldades diversas, que nos fizeram suspender algumas de nossas atividades, até que viéssemos a alcançar nova base de operação que nos parecesse mais promissora e mais sólida. Retomamos agora a trajetória da Gazeta Cidadã, contando com novos colaboradores e com novo pulso. Embora o momento internacional recomende cautela, o país tem dado mostras de que consegue atravessar turbulências
sustentado na força de sua pujante economia interna.
(...)
EXPEDIENTE
Gazeta Cidadã
Presidente da Ong OCDC:
Cacildo Marques
Jornalistas Responsáveis:
Cidinha Finimundi - MTb 19045
e Roldão Soares Filho - MTb 37108
Editor: Cacildo Marques
Impressão:
Gáfica Abjad
Publicidade:
Roldão Soares Filho
José Mário Cândido
Colaboradores: Helena Mariko Uhima, Maria de Lourdes Ferrarez Soares, Francisco Gonçalves de Oliveira, Rogério Chiavassa Neto, Frederico Lazarini Ferreira, Renato A. Ricardo, Toufic Attar, Werner Regenthal, Guilherme Bonfim, Werbster Gomide, Nilton Moura, Aída Schwab, Cidinha Finimundi, Fredi Jon, Débora Barbosa SIlva, Dr. Raul
Redação: Rua Dr. Silvio Dante Bertacchi, 429 (Cursão)
Endereço Eletrônico:
gazetacidada@ymail.com
As matérias assinadas são de responsabilidade exclusiva de seus autores.
A Gazeta Cidadã (Jornal da Vila Sônia) é uma publicação da Organização Cultural de Defesa da Cidadania – OCDC
A SERENATA DO FREDI
Disputa não tem idade
     
Uma senhorinha me liga muito aflita numa manhã de novembro pedindo uma homenagem para um velho amor. Ela dizia que uma outra senhorinha havia roubado o coração dele e agora ela não queria deixar barato, afinal, depois de tantas histórias com ele...
Ela deveria ter seus 70... e ele... certamente mais de 75 anos.
A senhorinha, de nome Marli, nos passou o endereço dele, e disse que deveria ser pela manhã, uma vez que ele acorda tarde e depois vai passear.
Chegamos ao local descrito por ela, mas ninguém o conhecia. Achamos muito estranho. Liguei pra ela e, depois de muitos atropelos, soube o lugar certo.
Na hora da seresta ele desceu acompanhado com sua ‘patroa’ e por isso não pude dar-lhe um bilhetinho contendo uma frase especialmente preparada para ele. Dissemos que a seresta era oferta de uns amigos dele. Citei João Donato e Gil, nomes fictícios inventados na hora em virtude da ocasião, e ele entendeu.
A senhorinha dele pareceu feliz e um pouco desconfiada, mas minha descontração a fez relaxar.
Todos gostaram, afinal foi feita na portaria do prédio em frente a alguns moradores. Ele recebeu o texto que lhe fizera, e a d. Marli sentira que investir no velho amor era o que mais queria.
Senti que a senhora dele estava satisfeita por seu companheiro ter sido lembrado pelos ‘amigos’, mas ele sabia que seu outro amor estava de antenas bem ligadas querendo captar a freqüência de seu coração.
Depois da serenata, não tive resposta sobre a frequência deste amor.
Fredi Jon
RECEITA DA DONA LOURDES
Sopa de abóbora
     
Ingredientes:
1 kg de abóbora em pedaços
3 colheres de sopa de manteiga
1 cebola picada
1 litro de leite
noz-moscada ralada
azeite de oliva
cebolinha-verde
sal
Modo de preparar: Lave os pedaços de abóbora e cozinhe-os numa panela com água já temperada com sal, até que estejam bem macios. Retire o caldo e amasse os pedaços no liquidificador ou com um garfo. Derreta a manteiga e refogue a cebola, depois acrescente o purê de abóbora e espere aquecer. Junte o leite, misturando-o . Tempere com sal e noz-moscada e cozinhe por mais uns minutos.
Ao servir, acrescente a cebola picada e um fio de azeite nos pratos. Faça acompanhar fatias de pão francês quente.
Autor na Praça
     
A Praça Benedito Calixto, na Vila Madalena, tem, na Feira de Artesanato, aos sábados, um programa cultural de grande significado em São Paulo: O projeto Autor na Praça - Espaço Plínio Marcos. O nome de Plínio Marcos foi adotado, após a morte do dramaturgo, porque ele foi um dos criadores do projeto.
Informações: Edson Lima.
(11) 3085-1502 e 9586-5577
edsonlima@oautornapraca.com.br
www.oautornapraca.com.br
Apoiamos
Nós da Gazeta Cidadã e da OCDC apoiamos as seguintes entidades:
MCCE - Movimento Contra a Corrupção Eleitoral
RNSP - Rede Nossa São Paulo
Rede Butantã de Entidades Sociais
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UTILIDADE PÚBLICA
Nota sobre a paróquia são Benedito
     
Este jornal fica feliz em poder parabenizar nosso querido pároco, Pe. Elinaldo Ferreira de Oliveira, pelos seus 15 anos de sacerdócio, sendo seis deles na Paróquia São Benedito, Vila Sônia, após nove anos como pároco da Paróquia Cristo Liber-tador, na região do Mboi Mirim. Zeloso com a Igreja e o povo de Deus, Pe. Elinaldo assume com fé e dedicação seu lema sacerdotal: “Fiz-me tudo para todos”, 1Cor.9.22. Que Deus continue a iluminar o seu sacerdócio.
Para comemorar o seu aniversário, a comunidade, em parceria com o restaurante Haudy, programou um yakissoba para o próximo dia 20 de novembro, domingo, das 11h às 15h. Os participantes poderão optar por almoçar no salão paroquial ou levar para viagem. Os convites poderão ser adquiridos por R$ 15,00, após as missas ou na secretaria paroquial. Toda a renda será revertida nas obras sociais da Paróquia.
UBS Vila Sônia tem grade com perigo de acidente
     
Na entrada do saguão de atendimento da UBS Vila Sônia (Rua Abraão Kalil Rezek, 91) uma grade de ferro está solta, balançando, com risco de cair a qualquer momento. O problema é que as pessoas se recostam nela, sem perceber o perigo. Para crianças o risco é ainda maior, porque podem levar a coisa na brincadeira. A Gazeta Cidadã está de olho nessas coisas. Quando tomarão providências?
O caso da rotatória Silvio Dante - Manoel Jacinto
     
Em 2001 a Subprefeitura do Butantã, então Administração Regional, recebeu da CET ofício (CE PR 10226/06/01 PS 00.00.01970-01*13) prevendo instalação de sinalização no cruzamento das Ruas Manoel Jacinto, Dr. Silvio Dante Bertacchi e Gonçalo Pires. De acordo com o documento, haveria “adequação das placas, pinturas e canalização divisora de fluxos (zebrados com tachões), de legendas de solo do tipo ‘Pare’, de faixa de retenção e linha de divisão de fluxos de sentidos opostos (dupla contínua) demarcada na cor amarela, para o referido cruzamento, visando melhorar as condições de segurança no local”. O mesmo documento garante que o programa seria implantado dentro do cronograma da Superintendência de Sinalização.
Essa correspondência veio em decorrência de uma antiga reivindicação da comunidade, através da OCDC (Organização Cultural de Defesa da Cidadania), que tem cobrado constantemente das autoridades faixa de segurança para pedestres e rotatória no referido local, e não tem até hoje recebido nenhum retorno além de promessas de que a obra seria feita.
Roldão Soares -Vice-presidente da OCDC
OPINIÃO
Alerta: o Brasil pode estar indo na mesma direção que a Grécia
Toufic Attar*
     
A Grécia foi o país que organizou os Jogos Olímpicos de 2004. Notícias na mídia francesa traziam relatos alarmantes sobre o endividamento causado pela enorme gastança para adequar o país às exigências do Comitê Olímpico Internacional. Já falavam de balancetes manipulados apresentados para a admissão da Grécia na U.E. Informavam também que o volume de dinheiro gasto estava provocando uma situação de perigo para as novas gerações gregas que passavam a dever, per capita, muito mais que o anunciado pelas autoridades gregas. Verdade ou exagero, em 2011 a Grécia é um cenário que merece a maior atenção das autoridades brasileiras e da sociedade civil como um todo.
Em 2000, quando começaram as obras de adequação para os Jogos Olímpicos, surgiu um capital suficientemente importante para permitir ao governo grego sacar todas as necessidades para a infra-estrutura. De onde veio e quem foi, isto nem sempre fica claro. Mas é fato que veio, que todos ficaram maravilhados pela modernização da Grécia, aplaudindo o esforço. Restavam, sem resposta, as revelações acima, públicas na época.
Ora, parece que é o mesmo capital que permitiu tais investimentos que está indo em socorro do desespero financeiro grego atual em 2011. Podemos dizer que aquele que abriu as portas para a grande aventura de então é o mesmo que vem tentar impedir a explosão do sistema monetário europeu.
A Grécia, país estratégico europeu, às portas da Turquia e do Leste europeu, está recebendo um socorro financeiro do volume anunciadopelos acontecimentos na Europa por ser uma plataforma preciosa na astuciosa montagem da recuperação da Europa como força continental. O Brasil certamente não é país europeu (a Argentina se considera tal) e não terá esse tipo de apoio. Basta ver que, no passado, o FMI se mostrava intransigente com a Dívida Externa Brasileira, fazendo sombra para outro credor de força, o Clube de Paris, que praticava política de usura com os empréstimos destinados ao Brasil. Todos, no Brasil e na América Latina, olhavam e hostilizavam o capital americano sem perceber o que havia de oportunismo e ganância nesse outro capital de origem diversa!
Falar da Grécia hoje quando a FIFA e o COI têm posturas de intransigência com o Brasil na organização dos eventos mundiais aqui, permite lembrar que, neste caso, se aplica perfeitamente um famoso slogan publicitário de uma vodka celebrado com “eu sou você amanhã!”. Será que em 2030 as gerações brasileiras vão lembrar que a geração de 2011 deixou acontecer uma catástrofe deste tamanho sem reagir, sem protestar?
Voltaremos a este assunto, pois a Defesa da Cidadania é um conceito que defende a respeitabilidade e a dignidade na maneira de viver. É um estado permanente e transcende qualquer envolvimento político partidário. Fazendo da política da cidadania consciente e participativa uma alternativa ao que temos aqui hoje!
(*)Toufic Attar (Teo) é tesoureiro da OCDC.
Casa de Cultura do Butantã - Programação
Terças-feiras: 10h30 - Origami - Helena Goto. 14h - Yoga - Marcela Poças Maia. 17h30 - Circo - Cia. de Circo Fractais (maiores de 16 anos). 19h - Teatro-vocacional - Péricles Martins (maiores de 14 anos)
Quartas-feiras: 8h30 - Lian-Gong - Isa Castiglione (maiores de 14 anos). 10h - Tear - Luiz Carlos Evangelista. 14h - Violão I - Diego Parma. 14h - Grupo de socialização e convívio. 17h30 - Percussão - Alexandre Gouveia. 19h - Música-vocacional - Ana Cristina (maiores de 14 anos).
Quintas-feiras: 17h - Dança-coreográfica - Guilherme de Almeida. 19h - Teatro-vocacional - Péricles Martins (maiores de 14 anos).
Sextas-feiras: 8h30 - Lian-Gong - Isa Castiglione (maiores de 14 anos). 10h30 e 11h30 - Sapateado-americano - Luciana Guimarães (maiores de 14 anos). 14h - Violão II - Clóvis Ribeiro. 16h - Música-vocacional - Ana Cristina (maiores de 14 anos).
Sábados: 8h - Capoeira – Oliveira (maiores de 5 anos). 11h30 e 12h30 - Dança-de-salão - Nestor Quintana. 14h30 - Iniciação-teatral - Miriam Selma e Tony Moreno. SARAU: primeiro sábado de cada mês.
Rua Junta Mizumoto, 13 - Jardim Peri-Peri - Butantã. Telefone: 3742-6218. Atividades gratuitas.
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SAÚDE
Porque fazer uma análise psicanalítica
Aída Schwab e Giuliana de Angelis*
     
Toda pessoa tem o direito de analisar a própria vida, a própria história, fazer reflexões de como se relaciona com o mundo e as pessoas. Fazer análise é poder se virar com o desconhecido, suportar o que a gente desconhece de nós mesmos. Alienados ao Outro, buscamos saídas padronizadas que muitas vezes falham Um paradoxo! Vivemos, só ao sair da zona de conforto da sobrevivência que é a padronização e passarmos a marcar a vida com o nosso particular, quando nos comunicamos com a marca do desejo - a digital psíquica.
Quando o bebê nasce ele é organismo, tem sensações de fome, frio, e quem nomeia esses movimentos é o Outro, cujas representações chegam via pessoas que o criam e dele cuidam. O bebê nasce “coisa” e na medida em que entra na linguagem, num lugar cultural dado pelo adulto que fala quem é o bebê, que sustenta o bebê, o adulto toma a tarefa de apresentar uma aposta de realidade que, depois da resolução do “Complexo de Édipo”, é revista pela própria criança que passa a produzir nova versão de realidade e de si mesma.
O sujeito, ao vir ao mundo a partir dos modelos parentais que o nomeiam e lhes apresentam ao mundo, encontra a realidade e se conecta a ela. A partir daí o sujeito estabelece e constrói laços e se torna dono de seus atos, ampliando sua estada na vida, passa a determinar ações sociais, propor políticas - ou seja, adquire autonomia, a capacidade de nomear os objetos e ampliar benefícios a si mesmo e ao maior número de pessoas. O sujeito pode, então, ter a capacidade de gerir-se e sentir-se tocado pelo outro, outro que é diferente dele, mas que ajuda a confirmar a sua existência.
“O Outro, é aquele diante do qual vocês se fazem reconhecer... Ele deve ser reconhecido para que vocês possam fazer-se reconhecer” (Lacan,1955). Mas é claro que todos nós escorregamos, é difícil lidar com a diversidade de sentimentos e pensamentos, eles nos invadem e atormentam - e muitas vezes deixamos de fazer políticas, de ter autonomias, de nos conectarmos ao mundo e às pessoas. E passamos a produzir sintomas, os mais difusos, às vezes escondidos no interior do corpo, nas relações de trabalho, com os amigos e com a família; às vezes manifestados através de doenças, de alterações de humor, de paranóias, etc. Aí os sintomas aparecem fortes frente às situações pouco compreendidas por nós, ficam na forma de sinais da angústia, resíduo antecipado do que devemos retornar, mas o inconsciente desconectado do consciente, pela angústia, fica sem o sinal de realidade e perdido, resta o desafio, um enigma, que também é convite para dar um rumo próprio, autoral.
Nessas horas o psicanalista é aquele que auxilia o sujeito a se defrontar com sua angústia, primeiro passo para hospedar a criatividade. Além desse apoio, vai fazer interrogações convidando o analisando a retomar o ponto de angústia para destravar e construir uma saída de sujeito, tirando aos poucos as muletas. Ora, o psicanalista, ao deixar de aceitar plenamente o convite embutido na solicitação de apoio moral, sabe que este é o papel primordial dos familiares e amigos. Essa tarefa de apoio é também do Estado, para a construção de uma sociedade democrática, porque está advertido do movimento tímido do aparelho psíquico quando angustiado, e busca a real ajuda que o aparelho psíquico precisa para voltar a recuperar o próprio movimento, suas escolhas, responsabilidades e as relações consigo, com o mundo. O psicanalista, para além da resolução da situação, aposta na faculdade do aparelho psíquico de se haver com a vida.
(*) Aída Schwab e Giuliana de Angelis são psicanalistas da
Clínica Escola OFICINa de PSICaNáLISE LaCaNIaNa.
www.LACANIANA.com
CIDADANIA
Direito de Família e o Código Civil
Débora Barbosa Silva*
     
Sancionado em 10/01/2002, entrou em vigor em 11/01/2003 o atual Código Civil - Lei 10406. Comparado com o Código Civil de 1916, podemos notar grandes mudanças. Contudo, muito do que traz esse novo código já vinha sendo aplicado pelos Juízes e Tribunais, além de muita matéria já haver sido disciplinada por leis próprias e, principalmente, pela própria Constituição Federal de 1988.
Especificamente no que diz respeito ao Direito de Família, temos que, até a promulgação da CF-88, havia um complexo de normas regulamentando e contemplando o casamento propriamente dito. Com a CF-88, houve profunda alteração nos conceitos de família, uma vez que a Carta reconheceu a União Estável entre homem e mulher como entidade familiar, determinando a facilitação de sua conversão em casamento, feita através da Lei 8971/94 e posteriormente da Lei 9278/96. Estas leis introduziram algumas mudanças no Direito de Família, quais sejam, a equiparação dos cônjuges, a não discriminação entre filhos e o regime da comunhão parcial de bens. O Novo Código procurou ordenar essas alterações já havidas nas relações sociais e disciplinadas em legislações próprias e apartadas.
Entre as diversas alterações trazidas pelo Código Civil de 2002, destacamos as seguintes:
A Idade Nupcial é de 16 anos, tanto para os homens como para as mulheres.
O defloramento da mulher ignorado pelo marido deixa de ser motivo para a nulidade do casamento.
Qualquer dos cônjuges pode acrescentar ao seu nome o sobrenome do outro, ou seja,tanto o homem pode adotar o sobrenome da mulher, quanto esta, o do marido, ou, ainda, manter o nome de solteiro.
A união estável é equiparada ao casamento com regime de comunhão parcial de bens.
O casamento estabelece comunhão plena de vida, com base na igualdade de direitos e deveres dos cônjuges. O exercício desses direitos e deveres conjugais pertence igualmente a ambos os cônjuges, sem colocar qualquer dos cônjuges em posição inferior, como ocorria no Código anterior onde o rol de direitos do marido era muito mais extenso do que os da mulher. Não existe mais a figura de chefe de família, indicada pelo Código de 1916, que deixava a mulher em situação submissa. Segundo o Novo Código, “Pelo casamento, homem e mulher assumem mutuamente a condição de consortes, companheiros e responsáveis pelos encargos da família”.
O dever de sustento cabe a ambos os cônjuges, que são obrigados a contribuir para as despesas feitas no interesse do casal e dos filhos na proporção dos recursos e rendimentos de cada um.
O domicílio do casal será escolhido pelos cônjuges de comum acordo e não mais pelo marido como previa o Código anterior.
(*) Débora Barbosa Silva é advogada e trabalha com Direito de Família
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CIÊNCIA
Evolução e Comunicação
Renato de Albuquerque Ricardo*
     
O que a Ciência tem a ver com a comunicação?
Há bilhões de anos algumas gotas de óleo começaram a se formar nas poças de água morna que existiam na superfície daquela Terra estéril e sem vida. Elas eram formadas por combinações químicas que ocorriam ao acaso. Algumas aprenderam a absorver nutrientes do meio exterior e com isso cresceram. Eventualmente dividiam-se em gotas menores de composição quase igual. As que eram melhores em atrair nutrientes cresciam e se dividiam mais. Seus filhotes herdavam a mesma habilidade, aparecendo com mais freqüência pelas gerações futuras. Essas células acabaram por desenvolver um mecanismo de processamento de informação - comunicação - como forma de registrar, para uso das gerações futuras, sua receita de sucesso, ou seja, aquilo que as tornava boas em deixar descendentes pelas gerações afora. Sucesso na natureza do mundo vivo é isso.
O mecanismo que elas desenvolveram está em uso até hoje, é o código que o DNA escreve. Com o DNA veio uma tremenda vantagem. O conhecimento, na forma de receitas genéticas, pode se transmitir de geração em geração.
As células se sofisticaram e acabaram aprendendo a trocar mensagens químicas entre elas próprias.
Aprenderam também a se comunicar. Comunidades de células que se davam bem juntas ou morriam juntas se formaram. Se a comunidade se dá bem, todas as células são favorecidas pela evolução. Isso demorou um bilhão de anos para acontecer. A vida passou também a acontecer na forma de comunidades, nas quais as células individuais não mais andavam por aí querendo se dar bem sozinhas, células do estômago dependem de células da pele e dos músculos, e vice-versa. Um filamento único de DNA contém esse código completo de comunicação. A evolução saiu do nível da célula e entrou no nível do organismo coletivo.
Muito depois, essas comunidades de células (organismos) começaram a construir estruturas especiais (estruturas neurais) que tinham a única missão de processar a informação em benefício da comunidade como um todo. Surgiu um aparato especial para isso chamado neuron, e desenvolveram-se estruturas para detectar, registrar, e entender a informação: olhos, ouvidos, cérebros...
Depois da invenção dos neurons, o aprendizado se acelerou; passou a acontecer no espaço de tempo de uma vida. Um organismo podia, por exemplo, aprender a não comer uma fruta que repetidamente o fazia ficar doente. As lições não precisavam mais ser aprendidas através da evolução ocorrida durante intervalos de tempo muitíssimo grandes, quando os organismos que não eram bons em aprender simplesmente desapareciam e não deixavam descendentes.
Do impulso de se comunicar surgiu a própria vida. Comunicação é da essência da vida na Terra.
(*) Renato de Albuquerque Ricardo é professor e empresário
HUMOR
Os Clecs de Eno Teodoro Wanke
QUERER. Se querer é poder, querer o poder já é exagerar o querer.
REGRAS. As mulheres têm regras, certo. Mas o pior é quando, confirmando o ditado, vem a exceção à regra, ou seja, a gravidez.
REI. Em terra sem rei, quem é rei é estrangeiro.
RELÓGIO. Quem não vê a cara do relógio, não vê que horas são.
RIQUEZA. A riqueza não traz felicidade, especialmente para os que não têm riqueza.
RIR. Quem ri por último atrasa o início da contagem da anedota seguinte.
ROLAR. Nem tudo o que rola é bola.
ROSA. Quando a rosa está muito vermelha, até os espinhos desconfiam.
ROUPA. O provérbio ‘roupa suja se lava em casa’ perdeu um pouco do seu vigor depois da invenção da máquina de lavar roupa.
Ilustração: Eduardo Souza Camargo
CONSELHO TUTELAR - Resultado da eleição 2011
Butantã
Nívia Maria da Silva Miranda dos Santos
(Jardim Jaqueline) – 28,8%
Marcelo Ferreira de Siqueira – 24,7%
Roberta Rodrigues Guarido (Vila Sônia) – 8,5%
Vânia Ribeiro Silva (Comunidade Porto Seguro) – 7,8%
Décio Pinheiro Ramos Leão – 4,7%
Rio Pequeno
Jaqueline Aparecida Fogaça Alves – 23,5%
Luiz Antônio Lopes – 16,6%
Gledson Silva Deziatto – 12,0%
Sirlene Elza de Santana Reis – 10,9%
Ayram Ribeiro Santos – 8,19%
CANTINHO DA POESIA
Escreve poesia com olhos fechados: não deixes que escapem sonhos pelos dedos.
Quadras de roda
Cacildo Marques
- Sobe o mar na maré cheia
Atraído pela Lua.
Minha boca se incendeia
Quando está perto da tua.
- Quem desprezar a verdade
Poderá ter ouro à mão.
Poderá ter liberdade,
Mas não paz no coração.
- O peixe escapa da rede
Quando é pequeno demais.
Metro é pequeno e não mede
As extensões dos meus ais.
- O coração abre portas
E pode trancar tesouros.
Manso como folhas mortas,
Tem a força de mil touros.
- Teu olhar vagueia e pousa
Sereno no meu olhar.
O meu, surpreso, não ousa
Parar no mesmo lugar.
- Marinheiro, não se iluda,
De fato mudou o mundo:
Mesmo a maresia muda,
Mesmo o mar, que é tão
profundo.
Caminho só
Patrícia Liberato Bezerra*
Caminho só
nesta cidade vazia.
Caminho só
por esta estrada fria
Procuro alguém
para me acompanhar.
Procuro alguém
para me ensinar.
Sei que estou só,
Mas não desistirei
de encontrar.
Caminho só, eternamente.
Vivo só e estou contente.
Tento encontrar alguém
Para me acompanhar.
Enquanto não encontro,
Continuo andando só.
E é bem melhor.
(*) Patrícia Liberato Bezerra é universitária
CONCURSO
     
O Sarau da Casa de Cultura do Butantã lança seu Primeiro Concurso de Poemas (SOCIEDADE DOS POETAS VIVOS) do Butantã. Os autores podem inscrever até três poemas, pessoalmente, na Casa, ou pelo endereço eletrônico toqueclovisribeiro@yahoo.com.br O envelope deve conter endereço, telefone, e-mail, profissão, dados biográficos. Resultado no Sarau de 3 de dezembro, 19h. Premiação para os três primeiros lugares: Cesta Cultural (surpresa). Coordenação: Guilherme Bonfim e Clóvis Ribeiro.
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ACONTECEU
Notas daqui
Ministro. Aldo Rebelo (PCdoB-SP) é o novo Ministro dos Esportes, indicado após a demissão do Ministro Orlando Silva (27/10).
Estádio. Governos municipal e estadual de São Paulo propõem demolir o Estádio do Morumbi e construir uma nova arena junto à estação Vila Sônia do Metrô. Dirigentes do clube esportivo, o São Paulo, não concordam. (Folha, 27/10)
Enem. Colégio de Fortaleza aplicou simulado do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) com 14 das questões que depois fizeram parte do Enem-2011. Os 639 candidatos do colégio terão de fazer um novo exame.
Juros. O Banco Central reduziu a taxa SELIC de juros de 12% para 11,5%. Essa redução não deve repercutir na taxa de inflação, pois o governo hoje tem pouco poder de interferir no ‘spread’, o juro de mercado praticado pelos bancos comerciais.
Pan. Diego Hypolito trouxe mais um ouro. O Brasil ficou em terceiro lugar no Pan, realizado no México, com 48 ouros. Os Estados Unidos ficaram em primeiro e Cuba, em segundo (57 ouros).
Notas dali
Líbia. Foram sepultados no deserto, durante a madrugada, os corpos do longevo ex-dirigente Muammar Qaddafi, no poder há 42 anos, de seu filho Mutassim e do ex-ministro da Defesa, Abu Bakr Younes, capturados e mortos pelos insurgentes que, com apoio de aeronaves da OTAN, a aliança militar do Atlântico Norte, derrubaram o governo (24/10).
Europa. Chefes de governos da União Europeia chegaram a um acordo sobre a renegociação da dívida da Grécia, com aporte de 130 bilhões de euros dos bancos e redução da dívida de 175% para 120% do PIB grego. O premier grego propôs plebiscito e se indispôs com o gabinete (03/11).
Nahda. O partido islâmico Nahda venceu, com 42% das cadeiras, as eleições ao parlamento da Tunísia, as primeiras após a queda do governo de Ben Ali no início do ano (24/10).
Mandatos. Foi aprovado em Cuba o limite de dois mandatos quinquenais para os altos dirigentes do país, conforme proposta do Presidente Raúl Castro. Dias antes, o governo liberou a compra e a venda de automóveis entre os cubanos, o que era proibido desde 1959.
Protestos. Manifestantes do movimento ‘Occupy Wall Street’, que se espalhou para várias partes do mundo em protestos contra o mercado financeiro - em São Paulo o local é a parte inferior do Viaduto de Chá -, foram presos pela polícia em várias cidades dos Estados Unidos (26/10).
TRANSPORTE
Veja a canção satírica sobre o monotrilho digitando no Youtube: Minhocão Morumbi Monotrilho.
Ilustração: Renata Poly
PERFIL
A lutadora Vovó Sônia
     
Vovó Sônia é aposentada como professora. Progressista e destemida, trabalhou em vários ramos, porque faz anos que professor ganha mal e tem de complementar o salário para cuidar dos filhos.
Ela é amiga de muita gente. Muitos vizinhos dizem que ela é uma liderança forte e querem lança-la como candidata a algum cargo porque ela seria uma boa política, e tiraria a vaga de algum corrupto.
Dizem os vizinhos que no dia em que a Vovó Sônia ganhar uma eleição, ela vai defender a coisa pública na prática, não só na conversa, como fazem muitos que estão por aí. Nascida e criada na Vila Sônia ela dedica muito amor ao bairro e quer para ele um crescimento que respeite a qualidade de vida. Vovó Sônia costuma ir à feira comer pastel e caldo de cana, e seus netos adoram esse passeio.
Ela exige a garantia de poder defender os valores que para ela são sagrados.
Quem quiser entrar em contato com a Vovó Sônia pode escrever para o e-mail da Gazeta Cidadã.
EDUCAÇÃO - Entrevista
Andronico: Dona Daise sofre calúnia e vira o jogo
     
Muitos acompanharam os acontecimentos de 2003 na Escola Andronico de Mello, que vinha sendo classificada e premiada como a mais forte escola estadual de ensino médio em todo o Estado de São Paulo, graças, principalmente, ao trabalho da diretora Dona Daise Lazarini Ferreira. Naquele ano, várias acusações foram lançadas sobre a diretora e, com o abalo sofrido pelo estabelecimento diante disso, o então presidente da APM (Associação de Pais e Mestres) decidiu solicitar intervenção da Diretoria Regional de Ensino Centro-Oeste (Delegacia de Ensino) na unidade escolar.
Agora, oito anos depois, Dona Daise falou à Gazeta Cidadã sobre aquele período difícil em sua vida profissional e pessoal, discorrendo sobre as acusações infundadas que lhe imputaram e sobre a total absolvição, quatro anos depois, no processo disciplinar administrativo que instalaram contra ela.
Ela não tem dúvida de que os ataques dirigidos surgiram de pessoas inconformadas com o fato de uma escola oficial estar no topo, equiparando-se às boas escolas privadas da capital de São Paulo.
Em setembro de 2003, com o início da intervenção, Dona Daise transferiu-se para a Diretoria Regional de Ensino Sul-3, no bairro de Socorro, onde passou a atuar no setor de pagamentos, até se aposentar em 2010. Muitos de seus amigos, ex-alunos, colegas gestores e professores que trabalharam sob sua liderança foram prestar depoimentos nos meses iniciais do processo. Um auxiliar da diretora contou à Gazeta Cidadã que o professor Wladimir Lunardi, um dos depoentes, chegou a afirmar no Departamento de Recursos Humanos: “Esta profissional, depois de tudo o que fez pela população, responde aqui a um processo administrativo, mas ela merece mesmo é uma estátua, erguida na frente do colégio!”
Sob a gestão de Dona Daise, a Escola Andronico de Mello funcionava com uma estrutura invejável, que não se pode mais vislumbrar após a política de terra arrasada implementada pelos interventores. Sempre restaurada e pintada a cada final de ano, com jardins sempre bem cuidados e gramado aparado pelo menos a cada dois meses, a escola tinha aspecto físico mais apresentável que o das caras escolas particulares da região. Não por acaso, a Rede Globo a visitava várias vezes por semestre para suas reportagens, em que dava a entender que se tratava de uma escola privada. Duas máquinas Xerox, novas, compradas através da APM, e uma fanfarra bem equipada, que nos últimos anos vinha desfilando no Parque Anhembi nas comemorações do Dia da Pátria, eram patrimônios valiosos que se desfizeram na intervenção.
No final de cada bimestre os alunos faziam o ‘Provão’, uma prova de múltipla escolha envolvendo todas as matérias, elaborada em conjunto pelos professores. Com essa prova os alunos saíam do colégio muito bem preparados para enfrentar vestibulares e concursos, e essa garantia existia também porque os conteúdos eram trabalhados como em nenhuma outra escola estadual de São Paulo. Nas várias disciplinas, dificilmente faltava algum tópico. Mesmo com falta de docentes, os alunos nunca ficavam sem aula, pois, em não havendo algum professor disponível para cobrir faltas, a própria diretora pegava um livro e ministrava a aula. Como reflexo disso, ainda em 2007 a escola Andronico de Mello foi apontada como o primeiro lugar, entre as estaduais de melhor desempenho na Fuvest, com vinte alunos aprovados, sendo a maioria formada na época da Dona Daise.
Nos primeiros meses em que correu o processo, Dona Daise sofreu muito, como ela mesma afirma, porque havia nada menos que onze acusações. Vários auxiliares seus, incluindo inspetores de alunos, foram também acusados, todos respondendo a um número menor de calúnias.
No final de 2007, veio a boa notícia: Dona Daise e todos os auxiliares acusados foram completamente absolvidos.
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SUDOESTE PAULISTANO
BUTANTÃ
Ponto de Leitura será inaugurado
     
Em dezembro, até o dia 16, que é o aniversário do Butantã, será inaugurado, pelo Secretário Municipal de Cultura de São Paulo, um acervo de livros, revistas e jornais, que será chamado Ponto de Leitura. Haverá uma seção de livros infantis e outra de livros para adultos. Moradores do bairro que quiserem se informar, lendo jornais e revistas sem desembolsar um centavo, poderão fazer uso desse espaço.
VILA SÔNIA
Ato comemorativo do aniversário do bairro
     
O Dia da Vila Sônia é data oficial no calendário do Município de São Paulo, instituído em 1996 através do projeto 12.211, do Vereador Roberto Trípoli. Neste ano de 2011 a OCDC, em parceria com a Paróquia de São Benedito da Vila Sônia, na pessoa do Pe. Elinaldo Ferreira de Oliveira, realizou, no salão da Igreja de São Benedito, o Ato Comemorativo em alusão a este aniversário, que ocorre a cada 28 de outubro. municipalidade, Ricardo de Souza Ferreira, chefe de gabinete do Subprefeito do Butantã, Cel. Daniel Rodrigueiro; Nelson Vieira e Joaquim Eduardo G. Silva, assessores do Vereador Aurélio Miguel; e Paulo Nassif, assessor do Vereador Roberto Trípoli, atual líder do governo na Câmara Municipal. José Luiz Cortes representou o Pe. Elinaldo, impedido de comparecer por motivos de saúde. Cacildo Marques, presidente, e Roldão Soares, vice, falaram em nome da OCDC. Vários moradores do bairro puderam dar suas sugestões e esclarecer suas dúvidas com os representantes das autoridades municipais. Ficou marcada reunião do Fórum dos Moradores da Vila Sônia para 10 de novembro, 20h, na Igreja de São Benedito. Os presentes comprometeram-se a trabalhar para que o aniversário a ser comemorado a 28 de outubro de 2012 seja uma grande festa popular.
MORUMBI
Reunião sobre cultura
     
No início de outubro o Secretário de Cultura do Estado de São Paulo, Andréa Matarazzo, reuniu-se com entidades culturais dos distritos do Butantã, no Bufett Comics, situado à Rua Hastimphilo de Moura, Portal do Morumbi. Durante mais de duas horas o Secretário expôs, acompanhado de ‘slides’, os programas que sua Secretaria vem desenvolvendo em todo o Estado de São Paulo.
RIO PEQUENO
Pedras na praça
     
Quem segue a Av. Rio Pequeno até seu final, partindo da Av. Corifeu de Azevedo Marques, encontrará uma praça com um tipo de escultura inusitada: pedras naturais. São três grandes pedras de quartzo rosa trazidas pela artista plástica Amélia Toledo e instaladas ali, em meio ao gramado.
A idéia da instalação é fazer com que o visitante tenha a impressão de que as pedras estavam ali há muitos séculos, naturalmente.
PINHEIROS
Estação Pinheiros integra-se à CPTM
     
Desde o dia 3 de junho os usuários vem podendo fazer a integração da Linha 4 Amarela do Metrô com a Linha 9 Esmeralda da CPTM na Estação Pinheiros do Metrô, estação cuja entrega sofreu grande atraso por causa do acidente da cratera ocorrido anos atrás. E desde 12 de setembro a Linha 4, operada pela concessionária privada Via-Quatro, funciona das 4h40 à meia noite, sem condutor.
CULTURA
O 4oCiclo de Leituras de Textos Teatrais cumpriu sua missão plenamente
Guilherme Bonfim*
     
Se a pessoa é habituada a cultivar a arte desde criança, ela pode indicar o caminho, adquirindo auto-estima e conhecimento, e, além de tudo, a arte a faz tornar-se um ser crítico da sociedade, fazendo com que tenha capacidade de discernir e de escolher o seu caminho evolutivo de vida, tornando isso irreversível.
A cultura de um modo geral traz um conhecimento humano que jamais permitirá seguir trilhas obscuras, por se tratar de conhecimento emotivo, ficando para sempre impregnado na alma. Por essa razão é que sempre acreditamos no Ciclo de Leituras de Textos Teatrais, que vem sendo realizado na região do Butantã há mais de quatro anos em espaços públicos, propiciando lazer e cultura aos moradores do bairro, principalmente àqueles que não têm o hábito de frequentar o teatro convencional, nas salas comerciais. Dando a eles a oportunidade, não só de assistir a bons textos, como de conhecer pessoalmente os autores, os diretores e os atores para um bom bate-papo depois das leituras. São autores da dramaturgia atual do nosso país, como Chico de Assis, Aziz Bajur, Annamaria Dias, José Antonio de Souza, Atílio Bari, Mario Bortolotto, Ênio Gonçalves, entre outros não menos importantes.
Nós, que idealizamos e acompanhamos todas as apresentações, constatamos a reação do público emocionado, que na sua grande maioria vêm das unidades dos EJAS e CIEJAS do bairro através da parceria imprescindível da Diretoria Regional de Ensino, um público que já ultrapassa 10 mil pessoas nas quatro edições. O Projeto tem como pano de fundo a formação de público e a inserção sócio-cultural do cidadão.
Por isso é que me atrevo a mandar um recado aos que elaboram e executam as nossas políticas públicas: tomem esse projeto como exemplo, ofereçam cultura e arte aos cidadãos o mais próximo possível do mundo onde vivem. Batam na porta das casas e mostrem as várias opções, e deixem que eles decidam. Mas mostrem os caminhos.
Enfim, temos a destacar que esse projeto tão importante não seria possível sem o apoio do Programa de Ação Cultural - ProAC - da Secretaria Estadual da Cultura. E aproveito esta oportunidade para agradecer a todas as entidades que nos abriram as portas e a toda a equipe do Ciclo de Leituras, à Assessoria de Comunicação da Subprefeitura do Butantã, ao Supermercado Padrão, sempre muito generoso com as ações culturais do Bairro, sem esquecer os professores, que perceberam a importância do projeto e incentivam seus alunos.
(*) Guilherme Bonfim é diretor da Casa de Cultura do Butantã
PATROCINADORES
CURSÃO – 3744-0196
PIZZARIA Dois Amigos – 3501-0451
Drogaria INDIANA – 3742-1011
COUWAL - M. para construção – 3773-1629/ 3744-4538
ARTE, PINCEL E CIA – Cursos de Artesanato – 3746-5836
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