EDIÇÃO 69


 

GAZETA CIDADÃ - Edição 69 (dezembro 2012)
gazetacidada@ymail.com
jornalgazetacidada@gmail.com

CAPA


Foto: Cacildo Marques
Natal2012

Decoração de Natal no Largo do Arouche em São Paulo


      A tradição do Natal é repleta de beleza e magia. Tal fascínio provém da inocência de criança que fora mantida por todos esses anos. E não há nada de errado. Contudo, não há nada mais belo que o gesto improvisado, ou o texto descuidado. Não há presente mais nobre do que um “Eu amo você!”
      Neste Natal, não espere o Papai Noel descer pela sua chaminé. Tampouco se iluda com as propagandas coloridas e sedutoras da TV. Neste Natal, não anseie festas desregradas. Faça, neste Natal, aquilo que deve ser feito o ano todo. Reúna sua família no silêncio do seu coração; frutifique gestos de pequenas caridades. Afinal de contas, o mundo não necessita de super-heróis, mas de pequenos humanos com gestos humildes que o engrandecem. Siga o exemplo da Sagrada Família que passou seu Natal num lugar frio e escuro, mas que doou ao mundo o verdadeiro Salvador.
      Neste Natal, busque paz! E que esta seja difundida.

      Diego Parma



CONCURSOS

      A Defensoria Pública do Estado de São Paulo abriu inscrições para concurso aos cargos de Oficial de Defensoria Pública e Agente de Defensoria Pública. A taxa de inscrição é de R$ 75,00 para Oficial e de R$ 95,00 para Agente.
      As inscrições vão de 3/12 até as 14 h do dia 27/12, e são feitas exclusivamente pela internet. A data limite para pagamento é 28/01/13.
      Na página web da Fundação Carlos Chagas o leitor encontrará o laço para os editais, com todas as informações sobre programa do exame, proventos e condições para exercer os cargos. Endereço eletrônico: www.concursosfcc.com.br



Índice desta edição

EDITORIAL - Julgamento não redime o STF.............................................
O Forum Suprapartidário - Ros Mari Zenha............................................
Joaquim Turim, irmão amigo - Francisco Gonçalves....................................
Giovanni Montesano - Neide Montesano................................................
Genésio, um revolucionário - Nilton Moura...........................................
Especial - Perfis de gente do Butantã...............................................
Alunos da FAU apresentam projetos...................................................
Equipamentos Culturais - Orquestra Raposo Tavares Butantã - Diego Parma.............
Poesia - Cacildo Marques ...........................................................
Gastos “enormes” na educação - Eliseu Gabriel.......................................
O Itaim Bibi em foco - Helcias Pádua................................................
Receita da Dona Lourdes.............................................................
pág. 2
pág. 2
pág. 3
pág. 3
pág. 4
pág. 4
pág. 5
pág. 8
pág. 9
pág. 10
pág. 11
pág. 12




PÁG. 2

EDITORIAL

Julgamento televisionado não redime o STF


      O Ministro Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), assinou dias atrás instrução determinando que os tribunais iniciem a coleta de depoimentos relativos ao chamado “mensalão mineiro”, que envolve membros do PSDB de Minas Gerais e o publicitário Marcos Valério, e que serviu de matriz e ensaio para o “mensalão” de Brasília. Dentro em pouco, a grita dos investigados e de seus apoiadores reproduzirá o que o país ouviu durante o julgamento que tomou este ano de 2012: “Não há provas!”
      Alguns dos ministros que julgaram o caso da Ação Penal 470 (“mensalão”) acreditavam de fato na argumentação da falta de provas, como confessou recentemente um deles, Luiz Fux. O que fez com que mudassem de ideia foi a leitura atenta dos autos, consolidados em cinquenta mil páginas. Os mais estudiosos e mais empenhados deixaram todas as dúvidas para trás.
      No caso do “mensalão mineiro”, a argumentação da defesa e dos aliados políticos dos implicados não será diferente. Cobrarão “provas concretas”, acostumados que estão a assistir pela TV a julgamentos dos Estados Unidos, que têm seu processo penal regulado pela jurisprudência de origem anglo-saxônica, diferentemente do processo brasileiro. A “prova concreta” nos EUA é condição para condenação. No Brasil, ela é apenas mais uma componente do processo. Aqui, testemunho vale como prova, fato que dá muito poder e muita responsabilidade ao juiz. A força dos depoimentos na tradição brasileira é, portanto, muito maior que na tradição anglo-americana.
      Quanto ao papel do STF e à figura de seu atual presidente, é de importância vital que se desmistifique a atual onda de canonização que percorre o país, como resultado de um julgamento de pessoas, transmitido pela TV. Sem desmerecer a seriedade e o tirocínio do Ministro Joaquim Barbosa na condução da Ação Penal 470, no cargo de relator, convém sempre lembrar que decisões passadas, e seguramente outras futuras, impedem sua candidatura ao panteão dos juízes perfeitos, o que de resto ocorre com toda a corte. Tornou-se rotina, por exemplo, a prática de legislar em lugar do Congresso Nacional. Enquanto os 594 membros do parlamento se desgastam em debates que parecem intermináveis, o STF, com seus onze votantes, bate o martelo em decisões-relâmpago.
      Cabe lembrar que os ministros do STF não são cientistas, mas juristas, formados nas “ciências” normativas. Confundem mecânica quântica com relatividade e com macroeconomia, sem ter a mínima consciência do erro. Em diversas ocasiões o atual presidente do órgão, por exemplo, vota em desacordo com a ciência, mesmo que isso signifique violentar sua própria história de vida.




EXPEDIENTE



Gazeta Cidadã

Presidente da Ong OCDC:
Cacildo Marques
Jornalistas Responsáveis:
Cidinha Finimundi - MTb 19045
e Roldão Soares Filho - MTb 37108

Editor: Cacildo Marques
Impressão:
Gáfica Abjad
Publicidade:
Toufic Attar

Colaboradores: Maria de Lourdes Ferrarez Soares, Francisco Gonçalves de Oliveira, Rogério Chiavassa Neto, Frederico Lazarini Ferreira, Renato A. Ricardo, Toufic Attar, Werner Regenthal, Guilherme Bonfim, Werbster Gomide, Nilton Moura, Aída Schwab, Cidinha Finimundi, Fredi Jon, Sheyna Adamo, Diego Parma, Eliseu Gabriel, Dr. Raul Marinheiro Jr., Nabil Bonduki, Sandra Pandolfi.

Redação: Rua Dr. Silvio Dante Bertacchi, 429 (Cursão)
Endereço Eletrônico:
gazetacidada@ymail.com
jornalgazetacidada@gmail.com
As matérias assinadas são de responsabilidade exclusiva de seus autores.
A Gazeta Cidadã (Jornal da Vila Sônia) é uma publicação da Organização Cultural de Defesa da Cidadania – OCDC





CIDADANIA

O Forum Suprapartidário de São Paulo


Ros Mari Zenha*

      O Fórum Suprapartidário por uma São Paulo Saudável e Sustentável, criado pela Resolução número 05 da Mesa Diretora do Legislativo Municipal, de 12/04/2012, tem por finalidade reunir, organizar e formular propostas para o Plano Diretor 2013, priorizando aspectos que dizem respeito à sustentabilidade e ao controle social na formulação das políticas públicas a serem definidas, na busca de uma cidade saudável e sustentável para todos que nela vivem.
      Para o Fórum, uma cidade saudável e sustentável é aquela que associa formas de crescimento menos agressoras ao ambiente urbano, redução do uso de energia e otimização do uso dos recursos naturais, integração de políticas públicas orientadas pelo ideal de uma cidade saudável e planejamento da expansão territorial de forma sustentável, para garantir às atuais e futuras gerações um ambiente equilibrado e com qualidade de vida.
      O Fórum é composto por parlamentares, representantes de partidos políticos com mandato na Câmara Municipal, por representantes de entidades, instituições acadêmicas e de pesquisa, movimentos sociais, redes sociais, organizações não governamentais e lideranças representativas da sociedade civil.
      Funciona nas dependências da Câmara Municipal de São Paulo ou em quaisquer outros espaços da sociedade por decisão de seus membros participantes, mediante programação e atividades previamente aprovadas.
      As reuniões do Fórum são públicas e seus atos e deliberações são divulgados por meio dos veículos de comunicação à disposição da Câmara Municipal, em especial o Diário Oficial da Cidade, a TV Câmara, a Rádio Web, o Portal da Câmara Municipal e pelo forumsuprapartidariosp. blogspot.com
      Em 17/10/2012, o Fórum realizou seu primeiro evento temático - “Cidades Saudáveis e Sustentáveis: conceitos e desafios” - e, em 13/11/2012, elegeu o Grupo Executivo que se responsabilizará pela condução dos trabalhos do Fórum no ano de 2013, composto por: Jupira Cauhy (Educadora), Laerte Conceição Mathias de Oliveira e Gley Rosa (engenheiros - Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo), Maria Laura Fogaça Zei (arquiteta - Associação dos Moradores pela Preservação do Alto da Lapa e Bela Aliança); Ros Mari Zenha (geógrafa, pesquisadora do IPT, membro do Cades/SVMA e CMCT&I) e Sergio Reze (Movimento Defenda São Paulo).
      Contatos com Grupo Executivo do Fórum: forumsuprapartidariosp@gmail.com

      (*)Ros Mari Zenha é geógrafa e pesquisadora do IPT



Autor na Praça

      A Praça Benedito Calixto, na Vila Madalena, tem, na Feira de Artesanato, aos sábados, um programa cultural de grande significado em São Paulo: O projeto Autor na Praça - Espaço Plínio Marcos. O nome de Plínio Marcos foi adotado, após a morte do dramaturgo, porque ele foi um dos criadores do projeto.

Informações: Edson Lima.
(11) 3085-1502 e 9586-5577
edsonlima@oautornapraca.com.br
www.oautornapraca.com.br



PÁG. 3

MEMÓRIA

Joaquim Turim - um irmão amigo


Francisco Gonçalves de Oliveira*

      Joaquim Santo Turim era filho de Henrique Turim e Valdevina Zenaide de Carvalho Turim, sendo seus irmãos Arildo Cesar Turim, Ozires Turim, Santina Maria Turim, Benedito Aparecido Turim, Eva Turim e Maria Aparecida Turim, esta falecida ainda criança. Joaquim nasceu em Andirá-PR, no dia 19 de outubro de 1955, e nos deixou em 10 de Novembro de 2005. Um menino homem, incapaz de fazer inimigos, prezava a liberdade de dizer o que pensava acima de tudo, pois, como dizia Voltaire, “Posso não concordar com o que dizes, mas defenderei até a morte o direito de dizeres”. Portanto, ressentimentos eram totalmente ausentes em sua pessoa. Chegávamos a brigar feio, mas se alguém que visse pensasse que aquele seria nosso último embate estava enganado, pois aquilo era para ele apenas um exercício de cidadania, pois ele lutava à exaustão para que sua opinião tivesse voz e vez.
            Ele foi um dos primeiros a integrar a equipe de colaboradores do Jornal da Vila Sônia, hoje Gazeta Cidadã. Tinha uma enorme facilidade em apresentar seus pensamentos, sempre contundentes, doesse a quem doesse, nunca deixando, porém, sua ira ultrapassar seus escritos nos jornais dos quais ele participava. Sua arma era mesmo a palavra, fosse ela falada ou escrita. Era comum, encontrar nos jornais de São Paulo algum comentário seu publicado. Qualquer que fosse o assunto, ele estava sempre bem informado do que ocorria aqui e no mundo. Tinha o maior carinho pelo seu PPS, partido contra o qual tenho severas críticas até hoje, mas isso nunca foi motivo para abalar nossa amizade. Foi depois de sua morte que deixei de escrever para jornais da grande imprensa. Eu o fazia por incentivo seu.
      Éramos como irmãos e eu tinha nele total confiança, deixando-o muitas vezes em minha Banca de Jornal para ir ao Banco ou outras diligências, para que ele ficasse mais à vontade para fazer seus contatos políticos. Acreditava que o negro tinha sido vítima da elite branca brasileira e fazia seriíssimas críticas à atitude de Rui Barbosa de queimar documentos relativos à escravidão no Brasil. O exemplo que esse grande amigo nos deixou foi de tolerância com opiniões contrárias, porém sempre reservando o direito do contraditório. Joaquim Santo Turim e Genésio Homem de Oliveira, o Rabote, foram para mim dois amigos que aprendi a gostar quando ainda militava no velho partidão, o PCB. A morte de um e do outro me abalou profundamente. Tenho pelos dois, eterna admiração.      

(*)Francisco Gonçalves de Oliveira é formado em Letras



MEMÓRIA

Giovanni Montesano: uma história


Neide Montesano*

      Montesano. Esta é a história de um grande Homem. Nascido em 1927 em Aieta, província de Cosenza, no sul da Itália, Giovanni Montesano era o terceiro filho de uma família que vivia basicamente do cultivo de suas terras e da compra e venda de vacas e ovelhas. Aos dois anos e meio seu pai morreu e como a mãe e os dois irmãos mais velhos tinham de cuidar das terras, foi criado basicamente pela vizinha. A partir dos sete anos de idade e por toda sua adolescência ajudava a família e assim ganhava, na festa de São Vito, o tão esperado sorvete. Cresceu com vontade de vir para a América, especialmente depois que encontrou o tio Francesco que retornara à Itália para ver a família. Passou a escrever ao tio para “mandar chamá-lo” pois essa era a forma de vir com residência para o Brasil na época. Em 1949, depois de várias cartas, finalmente o jovem italiano, com 4ª série primária, sem falar absolutamente nada em português e com 10 liras no bolso, desembarcava no porto de Santos. Foi morar com o tio, que logo na primeira semana deixou claro que tinha sete filhos e que, portanto, ele devia arranjar emprego. Trabalhou por alguns meses de empregado e decidiu pedir demissão, pois não se imaginava como empregado depois de atravessar o Oceano. Seu sonho era “fazer” a América.
      Andando pelo centro que viu alguns camelôs e decidiu que começaria seu próprio negócio. Depois de alguns meses já comprava seu primeiro ponto nas feiras livres de São Paulo, mas a banca foi construída pelas suas mãos, pois não tinha dinheiro para comprar. Pouco tempo depois comprava seu primeiro caminhão, que sua mulher dizia ser igual ao do Mazzaropi, aqueles com manivela na frente. Conheceu Domenica Miceli em Campinas e logo a pediu em casamento. Em 1952 casou-se e foi morar no Jardim Mont Kemel. Puxavam água de poço, cozinhavam com fogão a lenha e… energia elétrica nem pensar, era no lampião.
      Começava a vida sofrida de um emigrante que sonhava construir seu futuro. Saía de casa às três horas da manhã, voltava às duas da tarde e após almoçar rapidamente saía para ajudar o pedreiro a construir seus imóveis. Construía na frente dos terrenos morando nos fundos e alugava as casas da frente, e assim foi até que se mudou para a Vila Sônia, que começava a ser loteada.
      Dizia que quando terminasse uma construção maior que estava fazendo largaria a feira, em que trabalhou por 27 anos sem um único dia de férias, e assim o fez, mas não conseguiu parar e depois de vender enxovais de casa em casa montou uma loja na Silvio Dante Bertacchi. Dizia naquela época que essa rua seria um dia uma rua comercial e hoje é exatamente isso. Nunca mediu esforços para prover o necessário aos seus filhos. Em 1974 voltou pela primeira vez a sua terra. Em 1975 casou sua primeira filha, que mandou em lua de mel para sua terra, e em 1976 levou os outros dois filhos, a mulher e a sogra por 35 dias, para conhecerem onde nasceu. Não parava, mas com 54 anos teve seu primeiro problema cardíaco e decidiu desacelerar e aproveitar mais a vida.
      Alegre, feliz por ter “feito a América”, vivia sua vida cuidando da horta que tinha para que seus netos se alimentassem de alimentos saudáveis. Todo final de semana sua felicidade era ter seus filhos almoçando na sua casa.
      Jogava baralho e bocha com seus amigos e, ano sim ano não, viajava à sua linda Itália e a outros países. Dizia gostar muito do Brasil, pois havia vivido mais aqui que na sua terra, mas que uma pessoa nunca podia esquecer ou desmerecer suas origens. Passou a seus filhos e netos valores inestimáveis de conduta, ética, família e respeito. Sempre pedia a Deus para não dar trabalho a ninguém. Em 2002 teve um AVC e quatro dias depois foi descansar onde certamente foi recebido com muita luz por tudo o que representou como cidadão, marido, pai e amigo.
      Esta história foi escrita por mim, sua filha. Certamente ele é um exemplo ímpar de ser humano não por ser meu pai, mas pelo legado de seriedade, amor, carinho, respeito e principalmente de conduta honesta e exemplo de luta para conseguir o que almejava. Esses valores carregaremos por toda nossa vida, felizes e agradecidos ao Universo por sermos seus filhos. Nós nos empenhamos em passar esses valores a nossos filhos e para que passem aos nossos netos, pois só assim teremos esperança de um mundo melhor.      

(*)Neide Montesano é industrial





PÁG. 4

MEMÓRIA

Genésio - um grande revolucionário


      Genésio. Criei uma comunidade na internet em homenagem ao meu amigo já falecido Genésio Homem de Oliveira. O Genésio foi exemplo para todos que o conheceram. Orgulho-me dele como parente e também como cidadão. Foi um revolucionário dedicado que participou da luta armada para derrubar os militares do poder. Foi preso político e, como zelador de um prédio nos jardins, trocou os funcionários colocando em seus lugares pessoas de sua confiança, membros do PCB. Forçou o congresso a aprovar uma lei determinando que para ser zelador de prédio era preciso passar primeiro pela polícia federal. Um pequeno gigante! Inteligente, sagaz, irônico, que sabia como ninguém safar-se de situações difíceis. Genésio na prisão procurava alegrar aqueles que não tinham estrutura para suportar tamanha tortura, tanto física quanto psicológica.
      Era em sua casa na Alameda Santos que se reuniam as figuras mais importantes da esquerda para decidir as tarefas da ALN, dentre elas a figura de Carlos Marighella. Este é um pequeno resumo do que foi o Rabote.

Perfil escrito por Nilton Moura

      “Quando as pessoas deixam este mundo, elas continuam a viver na memória dos vivos. Às vezes sente-se sua presença, veem-se seus rostos ou escutam-se as suas vozes”. (XINRAN)



ESPECIAL - PERFIS

Padre Elinaldo


      Padre Elinaldo. Padre Elinaldo Ferreira de Oliveira, 48 anos, é sacerdote há 16 anos e, há sete anos, é pároco na Paróquia de São Benedito, na Vila Sônia, além de ser assessor diocesano da catequese.
      Iniciou seu sacerdócio na periferia da capital, na região do M´Boi Mirim, criando e desenvolvendo vários projetos sociais.
      Ao assumir a Paróquia de São Benedito, efetuou várias mudanças na paróquia no âmbito arquitetônico e litúrgico, de forma a anunciar a palavra de Deus e acolher melhor a comunidade.
      Muitas pastorais foram criadas e outras foram totalmente adequadas às normas diocesanas. Dentre as várias pastorais existentes na paróquia, podemos citar: catequética, batismo, familiar, juventude, crisma, vocacional, mulher, etc.
      Uma das ações do Padre Elinaldo foi dar novo fôlego à Caritas paroquial, através de capacitação a voluntários e busca de parcerias públicas e privadas. Entre as principais ações, podemos destacar cestas básicas, enxovais a gestantes, almoço à população de rua e empobrecidos, Centro de Acolhimento a Crianças e Adolescentes.
      Zeloso com a Igreja e o Povo de Deus, padre Elinaldo assume com fé e dedicação seu lema sacerdotal: “Fiz-me tudo para todos” (1Cor.9.22).



Paulo Soares


      Paulo Soares. Paulo Soares de Oliveira Junior é casado com Maria do Carmo Franco do Amaral. Funcionário público aposentado, é diretor Superintendente da Distrital Butantã da Associação Comercial de São Paulo, desde 2009, com mandato até março de 2013.
      Rotariano há 35 anos, 18 em Guarulhos, 8 em Piracaia e 9 no Butantã, é também reservista do CPOR. Foi bancário, músico profissional (baixo acústico e bateria) e industrial (fábrica de tecidos e de móveis).
      Na Distrital Butantã da Associação Comercial atende todo munícipe que procura o órgão para Certificação Digital, B. do Pov e problemas atinentes à Prefeitura e ao Governo do Estado. Na Associação Comercial oferece também assistência às creches da região.

      Perfil escrito por Magda Luchesi



Domichelica


      Domichelica. Integrante de uma família tradicional de imigrantes italianos em sua terceira geração de empreendorismo na região da Vila Sônia, Domichelica Armentano herdou do avô e da mãe o gosto e a perseverança comercial para os negócios.
      Advogada por formação e empresária por vocação, Domichelica administra com o coração o negócio no ramo imobiliário criado por sua mãe, tradição que completa 30 anos na família. Com desprendimento e preocupação também participa dos problemas da grande região do Morumbi e Butantã.
      É participante ativa de associação de moradores de Bairro (AMRI - Associação dos Moradores da Rua Ibiraporã), do CONSEG Portal do Morumbi, da Cades-Butantã e é conselheira do grupo Guardiões do Morumbi. Domichelica busca melhorar a qualidade de vida das pessoas nessa região, que tem diversas carências. São questões sociais, infraestrutura, segurança, trânsito e atualmente a questão fundamental da Operação Urbana Vila Sônia. São fatos concretos, como a despoluição do córrego Ibiraporã, projeto em parceria com a SABESP pelo programa Córrego Limpo, que trouxe vida novamente a este córrego tão importante na região, tornando seu percurso um caminho agradável, com muito verde e motivo de orgulho para os moradores.
      Luta contra a invasãode caminhões na região como rota alternativa, dada a proibição de circulação nas Marginais, tendo obtido a restrição também para o Morumbi. Suas ações junto ao Governo do Estado, à Prefeitura e à Secretaria de Segurança Publica foram fundamentas para reestruturar e promover ações para coibir o alto índice de criminalidade na região.
      Diversos projetos estão sendo traçados e acompanhados pelo rigoroso trabalho de Domichelica. São projetos visando sempre a benfeitorias para o Morumbi que transitam junto a parlamentares e à iniciativa privada.
      Sem dúvida Domichelica é uma pessoa impar em nossa região. Sem necessidade econômica ou pretensão política dedica-se em questões fundamentais. Não bastasse sua beleza singular, mostra total comprometimento com sua cidade. Eis um exemplo a ser seguido por outros cidadãos.
     



PÁG. 5

Padre Darcy


      Padre Darcy. É com muita honra que apresento para nossa região o Padre Darcy, da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, no bairro do Ferreira.
      Orgulho-me em tê-lo como amigo, porque é um homem que além de trabalhar muito pela sua igreja, ainda põe a mão na massa literalmente, nas festas que fazemos.
      É dedicado a todos que precisam e também procura ajuda para muitas melhorias no nosso bairro, como nas lutas pela instalação da ciclovia da Avenida Eliseu de Almeida e pela transformação da Chácara do Jockey em parque municipal.
      É por tudo isso que a Paróquia está sempre lotada nas suas missas.
      Porque ele é merecedor!
     
Perfil escrito por Sandra Pandolfi



Guilherme Bonfim


      Bonfim. O dramaturgo Guilherme Bonfim é uma das figuras mais atuantes do Butantã no mundo artístico. Nascido em Portugal e desde criança transformado em brasileiro, fez seus estudos básicos nas escolas da região, tendo sido aluno da EE Prof. Andronico de Mello. Adulto, cursou a Escola de Arte Dramática (EAD) da USP e passou a exercer a atividade teatral daí por diante.
      Como diretor da Casa de Cultura por vários anos, decidiu retomar o Sarau, atividade iniciada por Joaquim Turim e por Fausto Rocha e que estava desativada por culpa de gestões políticas pouco afeitas à valorização da poesia e do teatro. Chamou-o “SarauLítero-Dramático e Musical” e ficou à frente dele por 12 anos, tendo em certa ocasião contado com a presença do próprio governador do Estado, Geraldo Alckmin.
      Autor de diversas peças teatrais, Guilherme Bonfim exerce atualmente o cargo de diretor da Fábrica de Cultura do Jardim São Luiz.
     



Dinho Nascimento


      Dinho. Dinho Nascimento é hoje o grande músico do Morro do Querosene, ao lado do início da Rodovia Raposo Tavares.
      Percussionista de mão cheia, aprendeu a tocar berimbau e outros instrumentos nas “rodas de capoeira” e nas “manifestações de rua” em Salvador, Bahia, onde nasceu em 1951. Depois estudou no Seminário Livre de Música da Universidade Federal da Bahia (UFBA), participou de festivais estudantis e tornouse membro do Arembepe, grupo afro-rock, no início dos anos 70.
      Foi com o Arembepe que ele migrou para o Rio e, logo depois, para São Paulo, profissionalizando-se na área da música. Criou o berimbau elétrico e gravou dois compactos, discos de duas faixas. Em São Paulo iniciou sua carreira solo.
      Adepto das fusões musicais, Dinho, que é compositor e cantor, além de percussionista, acrescentou novas sonoridades à música brasileira. Uma de suas criações é o berimbum, berimbau super-grave com corda de contra-baixo, que foi citado na enciclopédia “Popular Music of the World”, publicada por Richard P. Graham e N. Scott Robinson em Ohio, USA. Entre seus CDs gravados estão Berimbau Blues (Prêmio Sharp de Música de 1997) e Gongolô, de 2000, dirigido por Ronaldo Rayol.
     



Martha Pimenta


      Martha. É difícil achar alguém que tem algum trabalho social no Butantã e não conhece Martha Pimenta, organizadora da Rede Butantã de Entidades Sociais. No início dos anos 90 Martha trocou o ofício de professora de história no ensino médio por um posto na reitoria da USP. Não era um cargo qualquer. Seu trabalho seria o de fazer a ligação entre a USP e a comunidade do seu entorno, representada pelos distritos do Butantã, uma vez que do lado norte a cidade universitária separa-se da cidade pela barreira geográfica do Rio Pinheiros.
      Com o advento da internet, ela criou a Rede Butantã e vem desde então promovendo o encontro de praticamente todas as Ongs da região, que se encontram toda primeira quarta-feira de cada mês, sempre variando de local, para diagnosticar problemas e discutir possíveis soluções em áreas como saúde, educação, comunicação, transporte, segurança, etc.
      Inúmeras atividades culturais, políticas e sociais têm ocorrido sob coordenação dos membros da Rede, tendo sempre a Martha como incentivadora. Ultimamente, a sustação da Operação Urbana Vila Sônia, conseguida mediante o trabalho incansável de Sergio Reze Filho, do Movimento Defenda São Paulo, teve o apoio decisivo e a sustentação política (no sentido amplo) da Rede Butantã. Junto com a Gazeta Cidadã, a Rede organizou também, semanas antes das eleições municipais o debate com candidatos a vereador, na Igreja N. S. de Fátima do Ferreira. Pouco antes disso Martha organizou uma “carta aos candidatos”, em que cobrava dos candidatos a prefeito de São Paulo compromissos com o atendimento das demandas da população. São apenas alguns exemplos da atuação dessa mulher de fibra.
     



PÁG. 6

Daise Lazzarini


      Daise, Daise Maria Lazzarini Ferreira é uma lenda viva do magistério na Vila Sônia. Ex-diretora da EE Prof. Andronico de Mello, agora aposentada, ela elevou essa escola à condição de melhor colégio estadual de ensino médio em todo o Estado de São Paulo, sob critérios de diversos indicadores, um sempre confirmando o outro. Nascida em Bauru, nessa cidade cursou desde o ciclo elementar até o normal. Em São Paulo lecionou filosofia e psicologia, até tornarse assistente de direção do Andronico. Com a vaga no cargo de direção ela ascendeu ao posto de diretora do estabelecimento, podendo colocar em prática suas idéias de como melhorar o aprendizado atuando como gestora.
      O sucesso espetacular do colégio atraiu em 2003 a ira dos inimigos do serviço público, dos que abominam a filosofia de Condorcet, autor do projeto de ensino oficial gratuito para todos, durante a Revolução Francesa. Acusações e aleivosias contra a diretora e seus auxiliares derrubaram a escola quando ela se encontrava no seu auge. Após quatro anos e meio sofrendo processo, Daise Lazzarini foi absolvida totalmente, juntamente com toda sua equipe de apoio, sob a comprovação de que as acusações eram falsas. O Andronico sob a gestão Daise foi o último suspiro de uma escola estadual comum que pôde equiparar-se às doze escolas pagas “top” de São Paulo, relação que inclui o Bandeirantes, o Etapa, o Dante Alighieri, o Santa Cruz e pouquíssimas outras.
     



Rogério Chiavassa


      Rogério. Rogério Chiavassa é figura central em se tratando de Vila Sônia. Proprietário do “Cursão”, local que há quarenta anos abriga cursos preparatórios em línguas, matemática e ciências naturais, e que é também sede da Gazeta Cidadã, Rogério quando jovem ingressou na Universidade Federal de São Carlos, mas não teve condições de se deslocar até lá e seguir o curso. Precisando de trabalho, foi aprovado como professor do Cursinho CPV, que prepara alunos para a Fundação Getúlio Vargas. Após uns meses na função, descobriram que ele não era aluno da FGV e naquela época era obrigatório ter vínculo com a Fundação para se poder ministrar aulas naquele cursinho. Para manter o emprego, ele fez vestibular para a FGV e passou, cursando Administração de Empresas.
      Hoje o forte das aulas do Cursão ministradas pelo Rogério é a língua inglesa. Sempre que pode, ele passa uma temporada em Londres nos finais de ano, praticando a língua universal da atualidade no país de Shakespeare. Quando o ensino público era mais puxado, era raro o adolescente da Vila Sônia que não tivesse tido alguma aula no Cursão para melhorar seu desempenho em matemática, física, desenho ou outra matéria quantitativa. Várias centenas de engenheiros, médicos, cientistas e administradores, entre outros, são hoje gratos ao Rogério por ter-lhes injetado confiança nos momentos de dúvida quanto à própria capacidade. Muitas vezes, duas ou três aulas de reforço são suficientes para fazer o aluno decidir-se por uma carreira que ele julgava antes inalcançável. O Rogério participou da virada positiva na vida de um sem número de adolescentes.
     



JUSTIÇA

Procuradoria realizará ato anti-corrupção


      A Procuradoria Regional da República da 3ª Região (PRR-3) reunirá autoridades de diversas instituições e entidades na próxima segundafeira (12/10) para o ato de celebração do Dia Internacional de Combate à Corrupção e dos 20 anos da Lei de Improbidade Administrativa.
      O evento será realizado no auditório da Procuradoria a partir das 14 horas e contará com a participação de representantes do Ministério Público Federal (MPF) e do Ministério Público Estadual (MP-SP), Procuradoria Regional Eleitoral em São Paulo (PRE-SP), Tribunal Regional Federal (TRF-3), Tribunal de Justiça (TJ-SP), Controladoria Geral da União (CGU), Tribunal de Contas da União (TCU), Receita Federal, Polícia Federal, Polícias Militar e Civil de São Paulo e outros órgãos que têm como uma de suas bandeiras o combate à corrupção.
     





PÁG. 7

ORGANIZAÇÕES

Rede Butantã reuniu-se a 5 de dezembro


      A pauta da reunião foi centrada na situação das estruturas de atenção à saúde do Butantã. Foram apresentados dados que demonstram que o bairro do Butantã, com cerca de 433 mil cidadãos, tem sido preterido na instalação de novos equipamentos de saúde, apresentando uma desorganização das estratégias de atendimento nas UBS já existentes.
      Por exemplo, na região da Vila Sônia e Jardim Jaqueline, em que se encontra a maior parte da população vivendo em favelas, não existe programa de saúde da família (PSF). Esse diagnóstico da situação da saúde no Butantã será apresentado para as autoridades da saúde, inclusive para convidados da equipe de transição do governo municipal, em uma plenária que será realizada no dia 8/12 na EMEF Amorim Lima (R Prof Vicente Peixoto, 50, Vila Gomes). A partir dessa reunião e da devolutiva das autoridades, será elaborado um documento para discussão e apoio pela Rede Butantã, ao mesmo tempo em que a Rede estuda a convocação de uma audiência pública para discutir o tema com a população e a nova administração da saúde no município.
     
Renato Mancini

UNIVERSIDADE

Alunos da FAU apresentam projetos para o Butantã


      O encerramento do curso de Planejamento Urbano II na FAU-USP (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo), no dia 5 de dezembro, foi acompanhado por lideranças comunitárias do Butantã, convidados do Prof. Nabil Bonduki.
      São cinco turmas de Planejamento Urbano, seis professores orientadores, mais de 150 arquitetos em formação e várias comunidades envolvidas na discussão de propostas para os distritos do Butantã, Vila Sônia, Morumbi, Rio Pequeno, Raposo Tavares, mais o Jaguaré e o próprio campus da USP Butantã.
      O encontro deu sequência e fechamento aos seminários e trabalhos de campo que os alunos da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP realizaram em parceria com os movimentos sociais e as comunidades.
      Desse processo resultaram 35 grupos de trabalho integrados entre a universidade e a sociedade local, cujos projetos foram apresentados ao público.
      Como disseram os próprios alunos, aquele foi um momento crucial, de coroamento de todo um trabalho e que pode ser também o início de uma parceria inédita, se não deixarem a iniciativa morrer por aí.
     





PÁG. 8

COMUNIDADE

Audiência pública sobre a Operação Urbana Vila Sônia


      Os participantes da audiência pública que trataria da Operação Urbana Vila Sônia, realizada na Casa de Cultura do Butantã no dia 12 de novembro, tiveram uma surpresa: o auditório ficou completamente lotado. Todos esperavam um grande número de pessoas no evento, mas não uma quantidade tão grande.
      O Dr. Maurício Lopes, promotor, abriu os trabalhos e dirigiu a mesa de debates ao longo da reunião. Logo no início, chamou ao palco o Subprefeito, Cel. Daniel Rodrigueiro, que deu as boasvindas ao público e voltou a sentar-se na plateia. Depois foi a vez de subirem ao palco Sergio Reze Filho, do Movimento Defenda São Paulo, e Martha Pimenta, da Rede Butantã de Entidades Sociais, chamados pelo Dr. Maurício Lopes para compor a mesa.
      Ao longo de duas horas e meia, grande número de técnicos e de lideranças da região, tanto da Vila Sônia como de bairros vizinhos, apresentou seus argumentos contra a Operação Urbana Vila Sônia do modo como ela foi concebida.
      O Prof. Nabil Bonduki decifrou para a audiência o significado do termo “outorga onerosa”, segundo o qual, construtora que é impedida de levantar prédio acima de um número de andares especificado em lei, oferece compensação financeira para obter autorização para elevar seu edifício para além do limite estipulado. Também o Prof. Carlos Barbosa Dantas, de estatística, pediu a palavra para saudar o afluxo grande de pessoas àquela audiência e para fazer reclamações quanto ao tratamento urbanístico de seu bairro, a City Butantã. Fizeram uso da palavra também Lúcia Campos, Cecília Pellegrini, Toufic Attar, Renato Mancini e muitos outros cidadãos.
      Renato Mancini falou em nome do grupo que esteve presente vestindo camisetas com o logotipo do Movimento Rodoviária Vila Sônia Não. O Dr. Maurício prometeu incluir a Rodoviária no conjunto de obras previstas na Operação Urbana Vila Sônia, com o que se poderia considerar desde já a sustação da construção dessa Rodoviária, inclusa que estaria no projeto da Operação Urbana, que foi suspenso judicialmente.
      Não é possível saber se haverá revés no trabalho da Promotoria Pública de Habitação e Urbanismo quanto ao impedimento do avanço da Operação Urbana Vila Sônia, mas toda a plateia saiu do encontro sentindo-se muito confiante.
     



Pedido de contraditório no combate à nova rodoviária


Roldão Soares*

      No feriado de 15 de Novembro, em edição do SPTV, a TV Globo exibiu reportagem da saída dos paulistanos para feriado prolongado.
      Nessa reportagem, divulgaram que mais de 200 mil pessoas usaram a Rodoviária do Tiete, para viajar. Segundo intervenções de pessoas em reunião do dia 31 de outubro, realizada na Igreja Presbiteriana Independente, não há mais movimentos de passageiros em rodoviárias de São Paulo e por essa razão não há motivo para construírem mais uma rodoviária aqui na região da Vila Sônia. Isso não condiz com a realidade, quando se assiste a reportagem na TV Globo informando uma grande movimentação de passageiros na Rodoviária Tiete. É importante discutir com mais profundidade o projeto da Prefeitura de São Paulo referente à Rodoviária Vila Sônia, vendo os prós e os contras, com todos os moradores do Butantã e não só com moradores do entorno da futura Estação Metrô Vila Sônia.
     
(*)Roldão Soares é vice-presidente da Organização Cultural de Defesa da Cidadania - OCDC



EQUIPAMENTOS CULTURAIS

A Orquestra Raposo Tavares


Diego Parma*

      A arte assessora a humanidade durante sua trajetória de vida; socorre aquelas que, muitas vezes, estão à deriva; auxilia, enfim, na formação social. Muitas dessas pessoas aderem à profissão e, por eminência, dão, a outrem, o amparo que tiveram.
      Com intuito sócio-cultural, nasceu a Orquestra Raposo Tavares, a qual está instaurada na Casa de Cultura do Butantã. A orquestra de cordas nasceu no fim de 2010 e percorre firme até os dias atuais.
      Subordinada à Subprefeitura Butantã e sob a regência do maestro João Maurício Galindo, a orquestra é composta por alunos que frequentam o curso de música, duas vezes na semana, na própria casa de cultura, com professores altamente capacitados. A faixa etária compreende entre 10 e 17 anos e o grupo faz apresentações externas, além de apresentações feitas, periodicamente, na casa que lhe acolhe.
      O repertório é composto por músicas com arranjos criados especialmente para o nível dos alunos. Entre elas estão My Favorite Things, Frère Jacques e Nutcracker March.
      Assim, é sacramentada a responsabilidade social para o desenvolvimento humano voltado a crianças e adolescentes. Não somente àqueles que são vítimas da vulnerabilidade social, mas, também, aos que necessitam inteirar o crescimento cultural por meio da arte.
     
Diego Parma é músico e escritor - diego.parma@hotmail.com





PÁG. 9

MOBILIDADE

Manifestação cobra ciclovia na Eliseu de Almeida


      No sábado, 1 de dezembro, dezenas de ciclistas reuniram-se na Av. Eliseu de Almeida, altura do Shopping Butantã, para protestar contra a demora no cumprimento da promessa da Prefeitura de construir a ciclovia do Butantã, que deve pegar toda a extensão da Eliseu, indo da divisa do Taboão à Estação Butantã do Metrô.
      O Sr. João, que é dono de uma oficina de bicicletas na Rua Camargo, é um dos apoiadores desse tipo de manifestação e se entusiasmou com a possibilidade de crescimento do ciclismo na região.
     



HUMOR

Os Clecs de Eno Teodoro Wanke - Expressões: Letra C


Carcereiro. O preço do emprego de carcereiro é a eterna vigilância.

Cartas. Quem está sempre dando as cartas por aí é o carteiro.

Casa. O sonho da casa própria pode tornar-se um pesadelo, se a casa, afinal, se revelar imprópria.

Cera. A abelha vive fazendo cera, sempre. E, com isso, como ela consegue ser a imagem do labor incessante?

Choque. É preferível um choque de opiniões que um choque entre caminhões.

Chuchus. Um monte de chuchu é chuchu pra chuchu.

Claro. Passei a noite em claro, porque o interruptor não funcionou e não tive como apagar a luz.

Contradição. Antes cair numa contradição que num precipício.

Corpo. O crime começa no corpo de delito e começa no corpo de jurados.

Crescer. O único processo eficaz para fazer os baixinhos crescerem não é nada salutar: esticar as canelas.

Curso. Quando o rio consegue seguir seu curso até o fim, acaba se graduando e, em seguida, morrendo no mar.

Curso. Se quiser seguir o curso do rio, tudo bem, mas não espere diploma nem aumento de currículo.





Os mandamentos da mulher


Valdenor Marques Souza

O rico e o pobre são duas pessoas.
O pobre trabalha pelos dois;
O vagabundo come pelos três;
O soldado prende os quatro;
O advogado defende os cinco;
O juiz condena os seis;
O padre confessa os sete;
O coveiro enterra os oito;
O diabo carrega os nove;
A mulher engana os dez.





CANTINHO DA POESIA

Escreve poesia com olhos fechados: não deixes que escapem sonhos pelos dedos.

Furo no tatu-bola


Cacildo Marques

O Bola amanheceu furado,
Ele que balançava ao vento,
Bailando para todo lado.

Na Copa ele estava escalado,
Era o assunto do momento
E amanheceu esvaziado.

Que vandalismo complicado
Que desafina o instrumento
Atravessando o samba e o fado...

Hoje ele está em mau estado.
Por obra de tosco elemento,
O Bola amanheceu furado!





Tantos elefantes


Alunos da Escola Infantil Tide Setúbal

Um elefante
Bem refrescante
Um elefante
Que se acha importante
Olha que impressionante!
Guardei tanto elefante
Em cima da estante!
Se levante
Pra ver os elefantes!
Alguém já viu isso antes?

(Poema do livro Brincando de Poetas – Emei Tide Setúbal – Scortecci Editora 2012)





PÁG. 10

ACONTECEU

Notas daqui


Corinthians. Os jogadores do Corinthians Paulista embarcaram para o Japão, para participar do campeonato mundial de clubes, recebendo manifestação de apoio de muitos milhares de torcedores, que foram ao aeroporto no momento da partida. (03/12).

Secretaria. O Prefeito eleito de São Paulo, ex-ministro Fernando Haddad, escolheu para secretário da pasta do Desenvolvimento Econômico o colunista da Gazeta Cidadã, professor Eliseu Gabriel, vereador reeleito da cidade.

Callegari. Cesar Callegari, do PSB, atualmente Secretário de Educação Básica do Mec, será o secretário da Educação do município de São Paulo.

Fantasma. Vídeo da “pegadinha da menina fantasma”’, criação do apresentador Silvio Santos, em que uma garota de 11 anos aparece repentinamente no elevador após uma pane, assustando o usuário, teve mais de 35 milhões de acessos no Youtube.

ENEM. Nada menos que 68 candidatos do ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio), com 5,4 milhões de inscritos, foram pegos tentando passar mensagem pelo celular durante a prova, tendo sido uma das candidatas denunciada ao Mec pela própria mãe, quando perguntava o significado da palavra “mediana” (05/11).

Niemeyer. O Arquiteto Oscar Niemeyer, 104 anos, com obras na Europa, na África, na Ásia e nas Américas, faleceu no Rio de Janeiro, após 33 dias de internação (05/12).


Notas dali


China. No congresso do Partido Comunista Chinês realizado na segunda semana de novembro, foi eleito à presidência da república o engenheiro Xi Jinping, de 65 anos. Ele tomará posse no dia 15 de março de 2013, substituindo Hu Jintao.

Gaza. No confronto bélico que durou oito dias entre Israel e o governo de Gaza, no fim de novembro, o Hamas, partido dirigente, disparou contra Israel 1506 mísseis (alguns tendo alcançado Jerusalém e Tel-Aviv), enquanto que as Forças Armadas de Israel destruíram 300 depósitos de munição em Gaza. Entre civis e militares morreram 156 pessoas, oito delas israelenses.

Mursi. O presidente direto do Egito, Mohamed Mursi, foi alvo de mais um dia de manifestação em protesto contra seu decreto que impede contestação judicial aos atos presidenciais (um AI-5 cairota), com mais de dez mil opositores cercando o palácio do chefe de Estado (04/12).

PRI. O PRI (Partido Revolucionário Institucional) volta ao poder no México, com a posse do novo presidente da república Henrique Peña Nieto, num momento de retomada do crescimento econômico do país, trazendo a promessa de reduzir a grande violência resultante do tráfico de drogas (03/12).

Chávez. Hugo Chávez, presidente reeleito da Venezuela, voltou a Cuba para tratamento de saúde, deixando especulações sobre a recidiva do câncer (27/11).




O caso do Córrego Camacuã


      Depois de várias reuniões entre os moradores da Vila Morse e representantes da Sabesp e da Subprefeitura, chegou-se a uma solução para a obra do Projeto Córrego Limpo que a Sabesp pretende realizar no Córrego Corveta Camacuã.
      O projeto original da Sabesp previa a desocupação das margens de ambos os lados do córrego. Na margem sul, no entanto, vários prédios de apartamentos foram construídos desrespeitando as margens originais, empurrando o córrego para norte. Desse lado, mais de 90 moradores haviam recebido notificação de multa da Subprefeitura, por não estarem lançando o esgoto na rede que foi construída num nível acima, do lado oposto ao córrego para quem mora na Rua Áurea Batista dos Santos.
      Finalmente, o técnico Ronaldo, da Sabesp, apresentou um projeto alternativo, que permite implantar o esgoto ao lado do córrego sem esperar que as casas desocupem as margens. Clayton, outro técnico, forneceu os laudos em que a Sabesp pede à Subprefeitura o cancelamento das multas, uma vez que o projeto foi mudado.
     



EDUCAÇÃO

Gastos “enormes” com a educação


Eliseu Gabriel*

      Há alguns anos o governo federal lançou o Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação) e levou quase três anos para aprová-lo em substituição ao Fundef (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e Valorização do Magistério). Esse novo fundo, o Fundeb, é estadual, participam municípios e estados, mas tem maior abrangência e prevê mais recursos federais para a educação. O valor máximo a ser despendido pelo governo federal atingirá 5 bilhões por ano.
      Foram muitas as idas e vindas para convencer o B. C., o Ministério da Fazenda, o Congresso, etc., a aceitar esse considerado “enorme”, aumento de gastos com a educação.
      Vale lembrar e comparar os citados 5 bilhões para o ensino com os 160 bilhões gastos com os juros da dívida pública em um único ano.
      O mais lamentável foi o cinismo do notórios beneficiários da política dos juros altos irem à TV reclamar dos impostos, e pedirem corte de gastos públicos para pagar menos tributos.
      Perguntavam, em tom de denúncia, para onde ia o dinheiro que faltava para a infraestrutura, educação, saúde, segurança, etc.
      Dizia Darcy Ribeiro: "Como se vê, não é nas qualidades ou defeitos de nosso povo que residem as razões do atraso, mas nas características de nossas classes dominantes, no seu setor dirigente e, inclusive, no seu segmento intelectual, sempre muito capaz de formular e executar projetos de sociedade que melhor corresponda a seus interesses e subjugar o povo."
      Para muita gente desempregada que ainda procura manter-se como classe média, a saída tem sido fundar ONGs e preparar projetos considerados sociais, tipo reciclagem de “garrafas pet”, ou os chamados “trabalhos sociais” para renegociar as migalhas que sobram após a expropriação da renda nacional pelos setores ligados ao grande capital financeiro internacional.
      Agrava a situação a inexistência de uma rede legal de proteção que ampare o pobre que tropeça em lutas coletivas por direitos.
     

Eliseu Gabriel é vereador de São Paulo





PÁG. 11

ITAIM

O ITAIM BIBI em foco - O hasteamento da bandeira do ITAIM BIBI


Helcias Pádua*

      Além do respeito devido ao nosso pavilhão, reverenciando-o e ladeando a Bandeira do Brasil, em um espaço público e aberto, outros motivos se seguem.
      Vejamos...
      * O Distrito de Paz de Itaim, (isso mesmo, sem o BIBI) foi criado por meio do Decreto Estadual nº 6731 de 4 de outubro de 1934, emancipando-se do Distrito de Pinheiros.
      * Como patrono temos o general brigadeiro José Vieira Couto de Magalhães, que em 1896 adquiriu extensa área, a então Chácara do Itahy, abrangendo desde o sopé do Morro do Caaguaçu, atual Avenida Paulista, até a margem direita do original traçado do Rio Pinheiros.
      * A Bandeira do Distrito do Itaim Bibi é a “quinta bandeira distrital” na cidade de São Paulo a ser oficializada, esta através da Lei 15.013/09, da Câmara Municipal de São Paulo, de 29 de outubro de 2009, graças à iniciativa do parlamentar itahyense, o Vereador Eliseu Gabriel.
      * Porém a história desse pavilhão é mais antiga. Ele foi criado em 1990 por Bernardo Muylaert Tinoco, na época com 11 anos. Menino que venceu um concurso promovido pela Fábrica de Chocolates Kopenhagen entre alunos das escolas da região. Na ocasião, a fábrica teve o apoio da Prefeitura de São Paulo, da Associação de Amigos do Bairro do Itaim Bibi e do Clube de Diretores Lojistas da região. Como prêmio ele ganhou duas passagens e estadias para visitar a Disneylândia.
      * O desenho, escolhido entre outros 27 concorrentes, apresenta três faixas horizontais, nas cores azul, branca e verde.
      * A azul representa o Rio Pinheiros, que tinha curvas até 1929, quando começou a sua retificação; a branca anuncia a paz; e a verde são as áreas verdes que envolviam a região.
      * Já a interferência branca na parte verde representa os prédios, que começavam a surgir na região.
      * A bandeira foi pela primeira vez hasteada em 5 de junho de 1990, na esquina da Rua Joaquim Floriano com a Rua Bandeira Paulista, portanto, no mesmo espaço anteriormente ocupado pela Fábrica de Chocolates Kopenhagen, onde hoje temos a Brascan Open Mall.
      * O casal David e Anna Kopenhagen, imigrante da Letônia, chegou ao Brasil em 1928 e só na década de 30, após grande esforço e trabalho, compra um enorme terreno, antes um agradável local de encontro da juventude e usado pelo pioneiro time de futebol - O Flor do Itaim.
      * A fábrica Kopenhagen só foi inaugurada em 1934, ocupando toda a área que fazia e faz esquina da então continuação da Avenida Brigadeiro Luís Antônio, atual Rua Joaquim Floriano, com a ex-Rua Tapera, depois Bandeira Paulista, Rua 1932 e novamente Rua Bandeira Paulista.
      * A deliciosa indústria permaneceu no local até a segunda metade da década 90, oferecendo agradável odor ao bairro e emprego a gerações de itahyenses.
      * Infelizmente após essa demonstração de ato de civismo e respeito à região, o nosso pavilhão foi esquecido por 19 anos pela maioria dos moradores do Itaim Bibi.
      * Graças à lembrança da Da. Guiomar Schilaro, que em 2007, num dos encontros do Grupo de Memórias do Itaim Bibi, mostrou recortes de jornais da ocasião, informando que o ato de apresentação e hasteamento da nossa bandeira em frente da Fábrica Kopenhagen em 1990 fora matéria na mídia e em especial no jornal da noite da TV Bandeirante. Portanto, o Itaim Bibi tinha uma bandeira.
      * Em 2009 o pavilhão foi novamente confeccionado seguindo-se os arquivos e documentos pertencentes ao acervo familiar da mãe do menino Tinoco, a Dra. Agata Muylaert Tinoco.
      * A bandeira foi reapresentada em 4 de outubro do mesmo ano, data do aniversário da emancipação política e criação do Distrito do Itaim Bibi, sob Missa Solene de Ação de Graças, realizada na Paróquia Santa Teresa de Jesus.
      * Em 6 de Julho de 2009, como parte das comemorações do 75º Aniversário do nosso distrito, ocorreu novamente o Hasteamento das Bandeiras: - a do Brasil e a do Itaim Bibi, em local de pleno destaque, no pátio da Brascan Open Mall, na Praça Jacky Delmar.
      * Neste ano de 2012 comemora-se o 78º Aniversário da Emancipação Política e Criação do Distrito do Itaim Bibi.
      * Na data de 22 de novembro, repetimos pela quinta vez esse ato cívico, tendo sua primeira vez ocorrida em 1990, seguindo-se desde 2009 com a periódica “troca das bandeiras”, sempre sob a entoação do Hino Nacional.
     
(*) Helcias Bernardo de Pádua é palestrante, escritor, presidente da AGMIB/Assoc. Grupo Memórias do Itaim Bibi, biólogo e professor. helciaspadua@yahoo.com.br





PÁG. 12

RECEITA DA DONA LOURDES

Quibebe de abóbora com camarão


Ingredientes:

1 abóbora descascada, sem sementes, cortada em pequenos cubos;
½ kg de camarão, sem casca;
2 dentes de alho;
1 pitada de açúcar;
3 pés de cebolinha;
1 colher de sopa de manteiga;
sal a gosto.

Modo de fazer:

      Numa panela, refogue junto com a manteiga o alho e a abóbora. Vá despejando água quente até cozinhar. Em outra panela ponha o camarão com dois copos de água e deixe cozinhar até que essa água seque. Junte o camarão à abóbora – se forem camarões grandes, corte-os em pedaços – e ferva mais um pouco. Tirando a mistura do fogo, pique a cebolinha e espalhe sobre ela. Sirva quente, com arroz.

Rendimento: até 6 pessoas.







PATROCINADORES

CURSÃO – (11)3744-0196
PIZZARIA Dois Amigos – (11)3501-0451
Drogaria INDIANA – (11)3742-1011
MARCO CESAR Decorações - (11)3742-1845/ 8271-7937/ 9109-0879
TERRA DA GAROA - Grill e Choperia - (11)2364-2477
VT COLOSSO - Clínica Veterinária - (11)3721-1299
SAPPORO Hair - Cabeleireiros - (11)3731-3035 (Raposo) 3735-1020 (Bonfiglioli)
Supermercado PADRÃO - Av. Vital Brasil, 556 - (11)2354-2477
Alecrim Comidinhas - Rua Simão Álvares, 482 Pinheiros

 

VOLTAR