EDIÇÃO 72


 

GAZETA CIDADÃ - Edição 72 (abril de 2013) - 14 anos
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CAPA

PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO: A RESISTÊNCIA
Foto: Cacildo Marques
Cemitério

Necrópole São Paulo (Cemitério da Vila Madalena): bloqueio à verticalização. Pág. 3.


CONCURSOS

Vagas para várias profissões em Embu das Artes

      Embu. O Instituto Zambini realiza concurso público para o preenchimento de 114 cargos, mais cadastro de reserva, em diversas áreas no Município de Embu das Artes, com inscrições abertas do dia 25 de março, 10 h, até o dia 25 de abril, 20 h. São aceitas inscrições apenas pela Internet, no endereço www.zambini.org.br.
      O concurso aprovará profissionais dos níveis fundamental, médio e superior, com salários que podem atingir a cifra de R$ 11.074,27.
      Entre os profissionais demandados estão carpinteiros, encanadores, marceneiros, pedreiros, pintores, eletricistas, analistas, agentes ambientais, telefonistas, agentes de defesa do consumidor, agentes de transporte, almoxarifes, assistentes técnico-administrativos, fiscais municipais, técnicos de enfermagem, técnicos de imobilização ortopédica, técnicos em tecnologia de informação, topógrafos, médicos e outros. A prova objetiva está prevista para o dia 26 de maio de 2013. A validade do concurso é de dois anos, prorrogáveis por mais dois anos.



Índice desta edição

EDITORIAL - Período Integral de Horror........................................
O Pimesp e o conformismo......................................................
As dificuldades do ensino hoje - Francisco Gonçalves .........................
PDE: os mortos em defesa dos vivos - Toufic Attar.............................
O Paço das Artes - Diego Parma ...............................................
Poesia - Cacildo Marques .....................................................
Consema aprova expansão da Linha 2-Verde .....................................
Eliseu Gabriel vistoria Arena Corinthians ....................................
O Itaim Bibi em foco: Os “baixios” 2 - Helcias Pádua..........................
Receita da Dona Lourdes ......................................................
Ricardo Young reclama da Mesa da Câmara.......................................
Origem do Primeiro de Abril ..................................................
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EDITORIAL

Período integral de horror


      Muitos já concluíram que não adianta tentar melhorar o sistema de educação básica no Brasil, pois as inovações positivas duram pouco e os modelos danosos sempre voltam e terminam por prevalecer. Ainda que consciente desse fato, esta Gazeta Cidadã ainda crê na possibilidade de construção de sistemas apropriados para as crianças e para o futuro do país. Assim é a discussão sobre a implantação do período integral, que faz parte das preocupações deste jornal desde seu primeiro ano de vida, há 14 anos.
      Sempre combatemos aqui a escola de período integral tomada exclusivamente por aulas tradicionais, ministradas por docentes ao longo de todo o dia. Mas esse é o projeto que vem sendo implementado na rede estadual de ensino nos últimos dois anos. De início, o governo ofereceu acréscimo de 50% sobre o salário dos professores e gestores que aderissem à proposta. Como a ideia não encantou, em 2013 a oferta aumentou: agora o governo oferece 75% de acréscimo. Ninguém duvida que haverá um aumento no rendimento escolar, principalmente no ensino médio, aonde os alunos chegam com defasagens imensas do nível fundamental. Mas o governo gastará 75% mais para ter um ganho de 5% ou, na melhor das hipóteses, 10% mais no rendimento dos alunos. Fosse isso feito com dinheiro privado, o escândalo saltaria aos olhos.
      Por que os docentes relutam em se engajar na empreitada? Se políticos e pais de alunos em geral acreditam tanto na necessidade da escola em período integral, por que um acréscimo de 5% no salário não arrebata a categoria docente inteira, precisando o governo de acenar com 75%? O motivo é simples: dois turnos diários de aulas no ensino básico são um inferno não só para as crianças, que não têm escolha, mas principalmente para os professores. Argumentam que na Escandinávia luterana as coisas funcionam assim. Mas não se perguntam se isso é bom para aquela gente outrora tão criativa nas ciências e nas artes.
      Professores e gestores sabem que, com o currículo e as regras atuais, os professores faltam muito e cada falta é uma comemoração por parte dos alunos. Se alguém espalha que o professor tal faltou e ele aparece de última hora, isso é sempre motivo de grande decepção. E nas escolas de turno único, fica muito difícil ministrar aulas depois do recreio, a não ser aquele tipo de aula em que o professor sempre lota a lousa de matéria para os alunos copiarem, sem entender e sem nada aprender, mesmo tendo eles recebido livros e apostilas do governo. A atual escola de turno único é muito ruim para os alunos, e é ela mesma que o governo luta para dobrar.
      A Gazeta Cidadã reitera aqui a cobrança sempre feita de que escola básica de período integral deve constar de um turno de aulas e outro de atividades, sendo este tocado por inspetores de alunos, que a criançada de hoje respeita mais que aos professores (porque a estrutura burocrática quis assim). Esse turno de atividades é ocupado por artesanato, canto coral, esportes, horários de cumprimento de tarefas escolares, jogos de tabuleiro, teatro e muito mais. Período integral só de docentes é aquela escola que George Bernard Shaw dizia ser mera prisão de crianças.



EXPEDIENTE

Gazeta Cidadã

Presidente da Ong OCDC:
Cacildo Marques
Jornalistas Responsáveis:
Cidinha Finimundi - MTb 19045
e Roldão Soares Filho - MTb 37108

Editor: Cacildo Marques
Impressão:
Gáfica Abjad
Publicidade:
Toufic Attar

Colaboradores: Maria de Lourdes Ferrarez Soares, Francisco Gonçalves de Oliveira, Rogério Chiavassa Neto, Frederico Lazarini Ferreira, Renato A. Ricardo, Toufic Attar, Werner Regenthal, Guilherme Bonfim, Werbster Gomide, Nilton Moura, Aída Schwab, Cidinha Finimundi, Fredi Jon, Sheyna Adamo, Diego Parma, Eliseu Gabriel, Dr. Raul Marinheiro Jr., Nabil Bonduki, Sandra Pandolfi, Luiz Gabriel Di Pieri.

Redação: Rua Dr. Silvio Dante Bertacchi, 429 (Cursão)
Endereço Eletrônico:
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As matérias assinadas são de responsabilidade exclusiva de seus autores.
A Gazeta Cidadã (Jornal da Vila Sônia) é uma publicação da Organização Cultural de Defesa da Cidadania – OCDC





EDUCAÇÃO

O Pimesp e o conformismo com a destruição do ensino oficial


      A reportagem da Gazeta Cidadã recebeu cópia de carta aberta que as professoras Lilia Moritz Schwarcz (Antropologia – USP) e Maria Helena Pereira Toledo Machado (História – USP) divulgaram no início do mês de março à comunidade uspiana expondo sua discordância em relação ao projeto Pimesp (Programa de Inclusão com Mérito no Ensino Superior Público Paulista) apresentado pelo Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas como resposta ao pedido do Governador Geraldo Alckmin de elaboração de um plano de inclusão que aumentasse a participação de alunos de colégios públicos e também de alunos negros e ameríndios.
      Esse programa apresentado pelos reitores baseia-se em modelo já experimentado na Unicamp e prevê formação de cursos especiais de dois anos para alunos de escolas públicas, ao fim dos quais os formandos, desse ‘college’, pleiteiam vagas nos cursos regulares das universidades estaduais.
      As professoras, em sua carta, rechaçam esse modelo e pregam a adoção do sistema de cotas, nos moldes aprovados no Congresso Nacional para as universidades federais.
      As duas defesas, do Pimesp e das cotas, tentam resolver, à sua maneira, um problema grave que os adolescentes brasileiros passaram a enfrentar desde o início dos anos oitenta, que é a destruição do ensino público. Na USP, o primeiro ano em que colégios particulares bateram os colégios oficiais no número de ingressantes foi 1982. Nos anos setenta, três quartos dos ingressantes eram de colégios públicos, conforme documentos da Fuvest. O governo, sentindo-se sem capacidade ou sem ânimo para quebrar os mecanismos que transformaram a rede pública de ensino em arremedo de escola, busca caminhos de remendos, deixando consolidarse a sensação de que a escola pública é naturalmente ruim. Não quer que a população saiba que a escola pública, ao contrário, é a escola forte por natureza (como se vê na Itália, por exemplo) e que, para se ter um sistema particular que sobrepuje o público são necessários atos de gênios do comércio, como o de tornar o governo sócio do sistema privado, seja na devolução do gasto dos pais no Imposto de Renda, na verba pública para escolas particulares ou na aprovação de leis que tornem a escola pública uma brincadeira sem compromisso.
      A grande barreira hoje à implementação do Pimesp, ou de qualquer sistema de ingresso alternativo, é a procura pela universidade estadual. Na Fuvest, vestibular da USP, o número de candidatos de colégios públicos gira em torno de um quarto do total. Os alunos da rede estadual de ensino de hoje não querem biscoito fino. Ou eles não se acham à altura de saboreá-lo ou o sabor não lhes diz respeito. Não adianta fazer mágica.




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OPINIÃO

As dificuldades do ensino hoje em dia


Francisco Gonçalves de Oliveira*

      Para aprender é necessário um ensinante e um aprendente e que haja uma relação de interesses entre os dois. Seria muito fácil para o professor se ele apenas transmitisse seus conhecimentos e o aluno compreendesse o que ele ensina, mas o professor ensina para um coletivo de alunos e não para um aluno individual, e falo do número de alunos que o professor precisa atingir com sua aula. É preciso que ele se utilize de métodos vários para atingir aquele que não se adapta ao seu método. É nesse contingente de alunos que aparecem as dificuldades de aprendizagens. Nem sempre o professor consegue atingir 100% de aprendizagem em uma sala, isso porque com a inclusão temos crianças que chegam às salas de aulas com vários tipos de dificuldades, uns mais leves, outros médios, e um outro severo. Será que o professor está preparado para atender essa demanda heterogênea de alunos? É o que vamos tentar descobrir.
      A instituição escolar hoje precisa do apoio da família, mas não é visitando-a através do seu quadro docente que ela irá resolver seus inúmeros problemas e sim com informações precisas a respeito do ingressante que ela irá receber. Muitos pais omitem informações que seriam de grande importância para o bom desempenho do aluno no ambiente escolar. Muitas vezes a criança apresenta um diagnóstico que é omitido pelos responsáveis causando com isso sérios problemas no seu desenvolvimento cognitivo e motor. Às vezes ela necessita de um espaço que não tem em sua casa e se a escola não oferece esse espaço ela poderá sofrer inibições na área motora, o que comprometerá futuramente seu desempenho escolar já que o desempenho de uma criança em desenvolvimento é psicomotor.
      A questão da aprendizagem não é uma coisa isolada, mas um conjunto de fatores que, errando ou acertando, são os responsáveis pelo desenvolvimento da aprendizagem. Tanto a instituição escolar como a família são parceiros nessa tarefa de educar e ensinar, se um falha, não há como haver aprendizagem. Em muitos casos o professor não consegue descobrir as causas das dificuldades de seus alunos e os envia para especialistas que, embora preparados para dar uma solução ao problema, ou encaminhar para outro profissional, conforme o caso, se a família não colaborar, dando informações corretas, só tendem a se agravar os problemas.

(*)Francisco Gonçalves de Oliveira é formado em Letras



COLUNA DO TEO

PDE: quando os mortos saem em defesa dos vivos


Toufic Attar*

      O Plano Diretor Estratégico da Capital é coisa muito séria e envolve responsabilidades e consequências ao longo de várias gerações. A participação na sua elaboração é um dever tanto quanto uma boa qualidade de vida é direito de todos.
      Observem os cemitérios centrais. Eles passaram a representar verdadeiras barreiras contra a cobiça de empreiteiras e afins, impedindo o avanço da verticalização desordenada, sem preocupação com o ser humano. Nessas regiões o adensamento urbano há muito extrapolou seus limites: de uma São Paulo de 5 a 6 milhões de habitantes nos anos 70 (Brasil todo 90 milhões em ação!), para os atuais 11 milhões, sem contar a Grande São Paulo, saturando a cidade que passou a sofrer as consequências de uma falta de política urbana estudada em longo prazo, adequada aos padrões internacionais de ocupação urbana. É fácil constatar que eles se tornaram ao mesmo tempo barreiras e proteção inesperada contra adensamentos indesejáveis e anormais em regiões estratégicas. Que o leitor analise esse papel, exercido além de sua função de origem.
      O Cemitério da Consolação segurou o avanço da Av. Angélica, enquanto do outro lado, Pacaembu, tudo foi ocupado dando preferência aos altos padrões. Só sobrou nessa região o quarteirão inteiro do cemitério. Esta situação não dependeu das gestões da prefeitura, que herdaram um fato consumado, sem poder varrê-los, enviando-os para pontos fora da cidade, como era a concepção de origem naqueles tempos remotos de uma São Paulo com menos de um milhão de pessoas. Os do Araxá e do Redentor, ambos na Dr. Arnaldo, são importantes áreas que envolvem micro-bairros de renome e residenciais. Com o Hospital das Clínicas ali presente, forma-se uma extensa região que escapou das mãos de quem faz da especulação imobiliária uma profissão altamente lucrativa. Nada contra o lucro em si, desde que atendidas as condições de tornar habitável e respirável a cidade onde vive tanta gente. A Necrópole São Paulo, ali perto, na Rua Cardeal Arco Verde, forma uma ilha entre Pinheiros, Vila Madalena e o Sumaré. Sem isso, como esses bairros hoje? Os pequenos vilarejos incrustados em plena selva de pedras teriam perdido a batalha, há longo tempo, contra a vinda maciça dos arranha-céus. Não se falava ainda de sustentabilidade nem de ocupação inteligente dos espaços disponíveis. Nem da indispensável preservação da natureza. Quanta área verde foi destruída!
      A Capital avançou engolindo todos os espaços disponíveis sem criar um único espaço verde como os da Praça da República e o Parque da Estação da Luz. Os cemitérios assumiram essa função. Ninguém estranhou que tamanha responsabilidade pudesse ser relegada aos do post-mortem, que passaram a proteger os vivos impedindo adensamentos indesejáveis. Elaborar um PDE é muito mais do que um passatempo ou um exercício de adivinhação. O bom senso e uma boa visão adaptada às tecnologias existentes são algo elementar. Repensar coletivamente uma cidade voltada ao ser humano, rico ou pobre, em defesa do bem-estar geral, é um dever que obriga o uso da transparência para saber se verbas alocadas para construir elefantes brancos não vão ocupar verbas de equipamentos sociais essenciais e de interesse público.

(*)Toufic Attar (Teo) é diretor de publicidade da Gazeta Cidadã



PERFIL

Pedro Céspedes


      Pedro Agustín Céspedes Perez é uma das pessoas mais atuantes do Butantã na área de preservação ambiental. Uruguaio radicado em São Paulo desde a juventude, tem ajudado de forma decisiva a todos os que se propõem a abraçar a luta em favor do meio ambiente.
      Como Diretor Técnico da SVMA (Secretaria do Verde e do Meio Ambiente), é coordenador do Parque Municipal da Previdência, órgão de educação ambiental situado no Km 12 da Rodovia Raposo Tavares.
      Em seu trabalho de conscientização pelo valor da causa ambiental, Pedro Céspedes tem feito palestras em congressos, eventos e escolas, acentuando a importância do verde, da água, da reciclagem dos resíduos sólidos e assim por diante. É um dos responsáveis pela implantação do Centro de Triagem Raposo Tavares, local onde grande contingente de trabalhadores, membros da Cooperativa Vira-Lata, tem seu meio de vida, cuidando de materiais recicláveis recolhidos na região do Butantã.






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CULTURA

Sarau da Casa de Cultura do Butantã


      Continua funcionando no terceiro sábado de cada mês, às 19 h, o Sarau da Casa de Cultura do Butantã, agora sob o comando do músico Cláudio Felício, depois de vários anos dirigido pelo dramaturgo Guilherme Bonfim.
      Neste mês de abril o evento ocorrerá no dia 20, véspera do Feriado de Tiradentes. Vários músicos, atores e poetas do Butantã e de bairros e municípios vizinhos têm participado do Sarau. Cláudio Felício pede que levem seus poemas, e também poemas de autores consagrados, quem quiser participar. O grupo também recebe pessoas que vão apenas assistir ao evento, mas é melhor levar algum texto. A Casa de Cultura do Butantã fica na Rua Junta Mizumoto, 13 - J. Peri Peri - 3742-6218 e 3744-4369



Encontros da terceira idade na Casa de Cultura do Butantã


      Todas as quartas-feiras, das 14 às 16 h, na Casa de Cultura do Butantã, reúnem-se aposentados e outros representantes da terceira idade, homens e mulheres, para uma confraternização e um mergulho nas artes. São formados grupos de dança, de literatura, de teatro, etc. Os que estão em casa e não aguentam mais ficar em frente à TV são convidados a participar desse evento semanal.
      Casa de Cultura do Butantã - Rua Junta Mizumoto, 13 - J. Peri Peri - 3742-6218 e 3744-4369



ENCONTRO

Encontro Comunitário no Itaim Bibi


      Transcorreu em clima amigável e produtivo o Encontro Comunitário de 23 de março.
      O próximo Encontro no Quarteirão Cultural do Itaim Bibi ocorrerá no dia 27 de abril de 2013, às 10h30min. O prof. Helcias pede que o leitor convide e traga seus amigos, conhecidos ou interessados, envolvidos em ações pela comunidade, para participar desse Encontro Comunitário, nos jardins da Biblioteca Pública Anne Frank, Rua Cojuba, 45.
      A Rua Cojuba é travessa paralela à Rua Tabapuã - Itaim Bibi - Associação Grupo Memórias do Itaim Bibi - Memórias-BPAF. Contato: helciaspadua@ yahoo.com.br / 11-96918-1660



EQUIPAMENTOS CULTURAIS

O Paço das Artes


Diego Parma*

      Além de ser uma das maiores instituições de ensino superior da América Latina e estar envolvida em pesquisa e extensão universitária em todas as áreas do conhecimento, a USP abriga, entre outros museus e galerias de arte, um importante espaço cultural, existente desde 1970.
      O Paço das Artes é uma galeria de arte multidisciplinar que ocupa uma área de quatro mil metros quadrados.
      Ligado à Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo e situado em um prédio de arquitetura modernista, foi criado com o intuito de organizar e manter exposições de arte; promover palestras, conferências e cursos e promover intercâmbios. Suas ações abrangem todos os segmentos das artes visuais nos quais se incluem artes plásticas, design e multimídia.
      Além do público em geral, o Paço das Artes recebe um público especializado, formado por arquitetos, artistas visuais, colecionadores, jornalistas, historiadores de arte, estudantes, entre outros, os quais transformam o espaço em um interessante ponto de encontro.

Diego Parma é músico e escritor - diego.parma@hotmail.com








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PARTICIPAÇÃO

Comissão da Rede Butantã reúne-se com o Subprefeito


Subprefeito

      Conforme ficou acertado na reunião de fevereiro da Rede Butantã de Entidades Sociais, na Paróquia de São Patrício do Rio Pequeno, uma comissão seria formada para preparar temas e calendários para reuniões da Rede com a Subprefeitura do Butantã.
      Após vários encontros preparativos, essa comissão esteve no gabinete do Subprefeito Moraes Neto no dia 26 de março, levando a ele as propostas de debates sobre saúde, transportes, educação, meio ambiente, cultura e outros assuntos que serão objeto de reuniões plenárias de todos os participantes da Rede com o Subprefeito.



HUMOR

Os Clecs de Eno Teodoro Wanke - Expressões: Letras de I a L


Imagem. Quando lhe disseram que precisava mudar a imagem, concordou. Comprou um espelho novo.

Intentona. Já houve muitos golpes, levantes, revoluções, ameaças, quarteladas. Mas a única vez em que houve uma intentona foi em 1935, com a Intentona Comunista.

Irmãos. Três irmãos, Fulano, Sicrano e Beltrano (esses os nomes que os pais lhes deram) tiveram vida risonha e fama fácil. Hoje, são os mais citados do país.

Jogo. Quando será finalmente permitido o jogo neste país? O jogo da verdade, quero dizer.

Lentes. Que vida! As lentes de contacto custam os olhos da cara!

Ler. Ler ou não ler, eis a questão cultural deste país.

Liberdade. O preço da liberdade equivale, às vezes, ao pagamento de uma fiança.

Longo. Como é longa a metragem! Em compensação, como é curto o circuito!

Lua. O mundo da lua, apesar da aridez do clima, está povoado de muitos. Todos sonhadores.

Lutador. Na queda de braço, o lutador foi vencido por motivo de força maior, do advesário.

Luvas. Vestir luvas é embainhar os dedos.





CANTINHO DA POESIA

Escreve poesia com olhos fechados: não deixes que escapem sonhos pelos dedos.

Ciclo d'água


Cacildo Marques

Águas serenas, fontes cristalinas,
Nada pagamos para virmos vê-las,
À noite a refletir luz das estrelas,
Nos dias claros a rir nas ravinas.

Poucos discorrem sobre a correnteza,
A cachoeira, o lago e o ribeirão,
Mas tudo lembra um mundo puro e são,
E disso todos têm muita clareza.

Então enquanto alguns, pacientemente,
Cuidam do rio, do arroio, da nascente,
Vendo que nos desertos não há minas,

A maioria não consta que fuja
De eivar toda água limpa de água suja,
Sem planos de resgate à natureza.





Virei de novo!


João Pais

Nasceu uma criança
Com o dom do saber
A verdade que o mundo
há de ver.

Em todos os caminhos,
ninguém está sozinho
Não há flor sem ter espinhos.

Alguém chegou,
Tornou-se um menino,
O seu dom se despertou
A maldade feria o seu amor.
v Por onde passava,
esperança deixava
E o povo pensava:
quem será?

O tempo o fez homem
Traições sem ter
razões de ser.

A vaidade de um de seus irmãos,
A cruz e o caminho,
uma coroa de espinho.

Andava sozinho e aí?
cadê o seu povo?
O apedrejava,
o crucificava.
E ele pensava:
Virei de novo!

Não há mal que perdure
Mesmo que dure
Fure ou perfure,
O bem vencerá.

Não há mal que interfira,
Antes que fira,
Impere ou defira,
O bem vencerá.








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ACONTECEU

Notas daqui


Direitos. O Deputado Marcos Feliciano (PSC-SP), Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, mandou a polícia legislativa prender um manifestante que o chamou de ‘racista’, o que levou o rapaz, que não ficou preso, a reclamar de perseguição por ser “pobre, negro e gay” (27/03).

Domésticos. O Senado aprovou a PEC (Proposta de Emenda Constitucional!) do emprego doméstico, pela qual têm de ser pagos o Fundo de Garantia (FGTS) e as horasextras (26/03).

Acadêmico. Por sugestão de José Sarney, foi lançada por Nélida Piñon e pelo próprio Sarney a candidatura de Fernando Henrique Cardoso à cadeira 36 da Academia Brasileira de Letras, na vaga deixada por João de Scantimburgo, recentemente falecido (24/03).

Metas. O Prefeito Fernando Haddad divulgou o Plano de Metas para sua gestão, constando de 100 pontos, um programa bem menor que de seu antecessor, que continha 223 itens, dos quais apenas 55% foram cumpridos (26/03).

Butantã. O Subprefeito Luiz Felippe de Moraes Neto, recebeu em audiência representantes da Rede Butantã de Entidades Sociais, para uma conversa sobre as perspectivas da atual gestão e seu acompanhamento pela comunidade (26/03).

Peessedebista. O Senador Aécio Neves (PSDB-MG) esteve em São Paulo, no Congresso Estadual do PSDB, com o objetivo de fortalecer no Estado sua candidatura à presidência do partido (24/03).


Notas dali


Pyong-yang. O ditadorherdeiro da Coreia do Norte, Kim Jong-un, decretou alerta máximo nas forças armadas do país, determinando que os mísseis fossem apontados para os Estados Unidos e para a Coreia do Sul, acusando a Presidente Park Geun-hye de “marionete” (29/03).

Cuba. O Presidente Raúl Castro, de Cuba, instituiu a Sexta-Feira Santa como dia feriado no país, em um gesto de reconciliação com o Vaticano.

Endoenças. O Papa Francisco (O ex-arcebispo de Buenos Aires Jorge Mario Bergoglio), eleito no dia 13 de março como sucessor do Papa Emérito Bento XVI, oficiou na quintafeira santa a cerimônia do Lava- Pés em uma casa de detenção de menores em Roma, tendo beijado os pés dos adolescentes internos escolhidos para o evento (28/03).

Fomento. Em reunião dos cinco presidentes do clube BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) em Burban, África do Sul, decidiuse criar o Banco BRICS, uma espécie de FMI só para os membros desse grupo (27/03).

Chipre. Para receber da União Europeia aporte equivalente a 26 bilhões de reais, e resolver sua crise de crédito, o governo de Chipre decidiu fechar o segundo banco do país, levando as bolsas europeias a fechar em queda (25/03).

Caracas. Foram oficializadas as candidaturas presidenciais de Nicolás Maduro (atual vicepresidente em exercício após a morte de Chávez) e do opositor Henrique Capriles à eleição presidencial que se realizará na Venezuela no dia 15 de abril.





RADAR

Consema aprova expansão da Linha 2-Verde do Metrô


      O Secretário Bruno Covas divulgou que o Conselho Estadual do Meio Ambiente - CONSEMA - aprovou por unanimidade parecer técnico da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo - CETESB - sobre a viabilidade ambiental da expansão da Linha 2-Verde do Metrô.
      Cerca de 1,8 milhões de usuários do Metrô serão beneficiados com a expansão da Linha. Para começar a obra, a Companhia do Metropolitano de São Paulo terá de apresentar o projeto executivo do empreendimento e conseguir a Licença de Operação - LO. A expansão irá da Vila Prudente até a Via Dutra (atualmente a Linha 2 vai da Vila Madalena até a Vila Prudente).



Horta comunitária na Vila Nova Esperança


      No mês de março, o Coletivo Manacás decidiu chamar mutirões para fazer a horta comunitária da Vila Nova Esperança. Com a participação de moradores e do grupo de agroecologia da Biologia da USP, os trabalhos estão a pleno vapor. Foram semeados quiabo, coentro, cenoura, espinafre, alface e foram plantadas mudas de couve, cebolinha e manjericão.
      As atividades têm ocorrido aos sábados na horta da Vila Nova Esperança.





TRABALHO/EMPREENDEDORISMO

Eliseu Gabriel vistoria obras da Arena Cotinthians e do Complexo Viário Itaquera


      O local já está com mais de 65% de construção concluída. Eliseu Gabriel, Secretario Municipal do Trabalho e do Empreendedorismo, que preside a Comissão de Construção do Estádio de abertura da Copa de 2014, vistoriou, semanas atrás, as obras de construção da Arena Corinthians e do Complexo Viário de Itaquera, na Zona Leste de São Paulo. Além de sediar a abertura do evento, o local também será palco de mais cinco jogos da competição. O estádio deverá estar pronto em dezembro próximo.
      Com a estrutura do empreendimento praticamente finalizada, a construtora responsável pelos trabalhos se dedica, sobretudo, à cobertura e ao acabamento do estádio. As secretarias municipais, as subprefeituras e as empresas públicas poderão apresentar propostas, que serão avaliadas pela SPCOPA e pelo prefeito Fernando Haddad.
      A visita às obras do estádio de abertura da Copa foi realizada ao lado da vice-prefeita Nádia Campeão, coordenadora da SPCOPA. Também participaram do encontro outros cinco secretários municipais e o presidente da São Paulo Turismo (SPTuris), entre outras autoridades.
      O Secretário Eliseu Gabriel participou, em janeiro passado, de um outro encontro sobre a Copa do Mundo de 2014, dessa vez na própria sede do Corinthians, na Zona Leste, com várias autoridades.
      Durante a reunião, diversos temas foram abordados, como a construção do estádio, a evolução das obras, os incentivos fiscais da Prefeitura para a Arena Corinthians e futuras parcerias.








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O ITAIM BIBI EM FOCO

Os “baixios” dos Córregos do Sapateiro e da Traição e do Rio Pinheiros - 2


Helcias Pádua*

      O Sr. Laércio Azeredo Augusto, morador nascido no Bairro do Itaim Bibi há mais de sete décadas de existência, comenta que: “a esperada canalização dos córregos começou com o do Sapateiro -para se ter completamente pronta a Av. Pres. Juscelino Kubitschek demorou mais de três administrações -; esperaram-se anos por essas valorizações”.
      Pois é, “toda essa baixada”, ou “baixios”, muito mais alagável, após o Riacho das Pedras, mais conhecido como do Córrego do Sapateiro, antes Córrego Grande e depois Córrego do Matadouro, fora tempos depois, ainda dividida aleatoriamente em: - “Terras Altas”, como a “Alta Vila Olímpia”, abrangendo a porção final da Vila Nova Conceição e a própria Vila Olímpia, com seus terrenos paralelos à estrada para Santo Amaro (Av. Sto. Amaro); - e “Terras Baixas”, a “Baixa Vila Olímpia e Funchal”, estas vindo desde o centro da região em direção à atual Av. Nações Unidas, ocupando a área no entorno da Rua Fiandeiras, Rua Ribeirão Claro (Córrego Uberabinha/ Av. H. Pellegrino), descendo pela Rua Casa do Ator, etc., justamente onde atualmente se aglomeram os “barzinhos”, algumas “baladas” e as frequentadíssimas “casas de shows”.
      As duas aleatórias divisões estão contidas entre as atuais avenidas: a Presidente Juscelino Kubitschek (Córrego do Sapateiro); a dos Bandeirantes (Córrego da Traição); Nações Unidas (Rio Pinheiros).
      Numa porção no sentido da atual Assembleia Legislativa, agora se vê o Parque do Ibirapuera (pertence ao distrito de Moema), enorme terreno altamente arborizado e muito frequentado pela população paulistana. Aliás, Ibirapuera (tupi-guarani) significa “madeira podre”; ibira: cepo ou aquilo que foi árvore.
      O meu pai, ex-jogador do futebol nos idos de 30, 40 e 50, sempre comentava que “para sair do Itaim Bibi e ir até o Jardim Paulista, em épocas de chuva, tinha-se que dar uma baita volta, pelos lados da Vila Clementino, tudo estava alagado”. O Parque do Ibirapuera foi inaugurado em 1954, tendo seus “lagos” formados inicialmente por dois córregos, o do Sapateiro e o do Caaguaçú (Caagaçú - Caguaçú, em tupi significando “mata grande”), que cortavam a região do Ibirapuera, vindos das atuais Vila Mariana e Av. Paulista.
      Os poucos eucaliptos australianos ainda “de pé” e que rodeiam o parque foram plantados pelo senhor Manoel Lopes de Oliveira Filho, para ajudar na diminuição do encharcado no solo. Tal espécie tem a propriedade de secar o terreno. O plantio foi em 1927, drenando o solo, recuperando a área muito alagadiça e pantanosa, garantindo a posse do terreno. No ano seguinte criou o importante viveiro com plantas nativas e em seguida outro viveiro só de plantas ornamentais e exóticas.
      Em 1930 o local recebe o nome de Viveiros Manequinho Lopes, uma homenagem ao funcionário da prefeitura, primeiro administrador da área, entomologista, jornalista e curioso amante dos vegetais. Eu (o autor), quando criança e na pré-adolescência era lembrado pelos meus pais, todas as vezes que íamos para os lados do Largo São Francisco e Sé, que naquele enorme e comprido valo escavado (buracão ainda de terra), hoje Avenida 23 de Maio, vindo desde o início da Av. Brigadeiro Luís Antônio, que ali seria construída uma grande avenida passando pelo Parque do Ibirapuera, chegando ao Aeroporto de Congonhas, no Campo Belo. (Continua.)

(*) Helcias Bernardo de Pádua é biólogo, jornalista e presidente da AGMIB/Assoc. Grupo Memórias do Itaim Bibi, biólogo e professor. helciaspadua@yahoo.com.br



RECEITA DA DONA LOURDES

Pasteizinhos de queijo para festa


Ingredientes:

1/2 kg de queijo cremoso 2 ovos 2 colheres de sopa de manteiga 1 gema batida 1 colherzinha de açúcar 2 xícaras de farinha de trigo 200 g de manteiga 1 xícara de nata de leite sal a gosto

Modo de fazer:

      A) Massa. Junte sal à farinha de trigo e misture bem. Acrescente manteiga e 2 colheres de sopa de nata, amassando com as mãos até que a liga fique consistente. Enrole essa massa em papel alumínio e ponha-a na geladeira até o dia seguinte.
      B) Recheio. Pegue o restante da nata e misture ao queijo cremoso, mais os ovos, a manteiga, o açúcar e o sal. Bata essa mistura até formar um creme.
      Retire a massa da geladeira, esparrame-a na espessura de 1/2 cm e recorte-a em círculos pequenos. Em cada círculo ponha um pouco do recheio, dobre a massa ao meio e, com os dedos, aperte as pontas, de modo que o recheio não escape.
      Disponha os pasteizinhos numa assadeira, pincelandoos com a gema batida. Leve a assadeira ao forno por uns 25 minutos.

      Rendimento: até 30 pastéis.








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TRANSPARÊNCIA

Vereador Young critica mesa da Câmara



      Em discurso em sessão plenária da Câmara Municipal de São Paulo, o vereador Ricardo Young (PPS) pediu transparência nos procedimentos da Mesa Diretora. “Ainda não completamos um mês de volta do recesso parlamentar e já temos pelo menos quatro polêmicas envolvendo decisões administrativas”, disse.
      Foram citados pelo parlamentar o fechamento das reuniões da Mesa; a proibição, retrocedida, do acesso à Câmara em trajes informais; a falta de clareza da Corregedoria na investigação sobre o vereador Aurélio Miguel e, mais recentemente, o fim da exigência de certidões negativas para contratar funcionários na Casa, “um claro retrocesso para a Ficha Limpa”, segundo Young.
      Ainda durante a sessão, o presidente da Mesa, José Américo (PT) respondeu às críticas, dizendo que a Corregedoria está agindo normalmente e que as reuniões da Mesa ficarão fechadas enquanto discutirem sobre licitações. Young respondeu que “a melhor forma de evitar licitações ‘viciadas’ não é o segredo, mas justamente a transparência.”



Atividades socioeducativas no Parque do Povo


      O Parque do Povo (Parque Mário Pimenta Camargo) abre vagas para várias atividades socioeducativas gratuitas, realizadas como oficinas artesanais com materiais recicláveis, hortas, composteira e minhocário. Há também atividades de trilhas e histórias sobre o parque. A administração do Parque fica na Av. Henrique Chamma, 420, Itaim



COSTUMES

Origem do Primeiro de Abril


      O dia primeiro de abril, dia das brincadeiras, ou das pegadinhas, é chamado de April Fools’ Day (Dia dos Tolos) nos países de língua inglesa e Poisson D’avril (Peixe de Abril) nos de língua francesa. Na Itália, o significado é o mesmo que na França: Pesce D’aprile.
      A explicação mais aceita sobre a origem desse costume é que ele teve início no reinado de Carlos IX, na França. Em meados do século XVI, o Ano Novo era celebrado na semana que vai de 25 de março a 1 de abril. Em 1564, pelo decreto de Roussillon, o rei decretou que o Ano Novo passaria a ser comemorado no dia 1 de janeiro.
      Ocorre que muitas pessoas da França e das colônias, mesmo nos Estados Unidos, continuaram a ignorar o Calendário Gregoriano, persistindo na celebração do Ano Novo na data antiga. Esses passaram a ser chamados os “tontos de abril”.
      Entregavam-lhes presentes absurdos e os convidavam para festas inexistentes. Já o nome “Peixe de Abril” relaciona-se ao zodíaco, pois no 1 de abril o Sol já passou pela Constelação de Peixes.





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