GAZETA CIDADÃ - Edição 97 (julho de 2015) - 16 anos
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CAPA
ACSP-Sudoeste organiza palestras
          
          
          
          
Foto: Cacildo Marques
Economista Ricardo Granja apresenta Dr. Ernani Parise (esq.) e Dr. Michel Herzig. Pág. 8.
Fórum debate Reforma Política
Foto: Cacildo Marques
Jornalista Marina Bagnati, de blusa amarela, dirige reunião de orientação
sobre técnica de transmissão em-linha (streaming) durante as oficinas do
Fórum Social Temático Reforma Política a ocorrer no primeiro fim de semana de julho. Pág. 3.
CONCURSOS
TJ-SP oferece 217 vagas para juiz substituto
     
     
O Tribunal de Justiça
do Estado de São Paulo (TJSP)
abriu edital de concurso
público com o objetivo de
preencher 217 vagas ao cargo
de Juiz Substituto. A exigência
é o diploma de bacharel em
Direito, reconhecido pelo
MEC, e três anos de atividade
jurídica exercida após a
obtenção do grau.
     
O concurso está a cargo da
VUNESP - Fundação para o
Vestibular da Universidade
Estadual Paulista - e a
remuneração é de R$
24.818,71.
     
A inscrição será realizada pela
internet (www.vunesp.com.br/
tjsp1504/), a partir das 9 horas
do dia 15 de junho até às 16
horas do dia 17 de julho de 2015.
A taxa é de R$ 248,18.
     
A avaliação dos inscritos
constará de (a) prova objetiva
seletiva, de caráter eliminatório
e classificatório;
(b) provas discursivas, de caráter
eliminatório e classificatório; (c)
prática de sentença; (d) inscrição
definitiva e sindicância da vida
pregressa e investigação social;
(e) exame de sanidade física e
mental; (f) exame psicotécnico;
(g) prova oral, de caráter
eliminatório e classificatório; (h)
avaliação de títulos, de caráter
classificatório.
     
A prova objetiva seletiva será
aplicada na data prevista de 30
de agosto de 2015, com início às
9 horas e duração de 4 horas.
     
O gabarito oficial da prova
objetiva seletiva será publicado,
no máximo três dias após a sua
realização.
     
O concurso terá validade de dois
anos, contados a partir da data
da publicação da homologação
do resultado final, prorrogável,
a critério do Tribunal, uma vez,
Índice desta edição
EDITORIAL EDITORIAL Afundando no Efeito Weimar................................................................
O primário do MEC.............................................................................................
FST debate Reforma Política...................................................................................
Lição de casa - Ivanir Pineda Sanches.........................................................................
João L. Marques lançou livro sobre Quarteirão.................................................................
O cinema elegante de S. Paulo - Diego Parma...................................................................
Sarau Roda da palavra.........................................................................................
Poesia - Cacildo Marques .....................................................................................
Caso do Azulzinho volta à estaca zero.........................................................................
A idade da Várzea do Itaí - Helcias Pádua.....................................................................
ACSP-Sudoeste continua com ciclo de palestras.................................................................
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pág. 2
pág. 2
pág. 3
pág. 3
pág. 4
pág. 4
pág. 5
pág. 5
pág. 6
pág. 7
pág. 8
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PÁG. 2
EDITORIAL
Afundando no Efeito Weimar
|
     
Iniciou-se em 1960 a luta
sem tréguas dos brasileiros nas
muitas e variadas trincheiras
do combate à inflação. Desde
então, um presidente foi
deposto pelo Senado, em abril
de 1964, o que resultou, depois
de uma quinzena, no regime
militar de 21 anos, e outro viu
ser aprovado seu impedimento
pelo Congresso Nacional,
em setembro de 1992. Esses
dois presidentes civis foram
derrubados por um cidadão
muito indesejado, chamado
Aumento de Preços.
     
Dentro do regime militar,
de 1964 a 1985, o primeiro
dos presidentes teve sua
trajetória interrompida por
acidente de avião, enquanto
que o segundo morreu em
consequência de trombose,
vindo a ser substituído durante
um mês pelo triunvirato
formado pelos comandantes
das três armas, em dezembro
de 1969. Só depois disso é
que os generais governaram
sem muitos sobressaltos,
montados num relativo
controle da inflação, acoplado
a um modelo de repressão
política. Em 1985, o último
presidente general, o “rapaz
que está fazendo tudo errado”,
segundo seu antecessor,
tentou impor mais um militar,
um coronel do Exército, mas
viu-se derrotado, primeiro
na convenção do partido
governista, por Paulo Maluf,
depois no Congresso, pela
chapa Tancredo-Sarney. O
descontrole inflacionário, que
abriu as portas ao governo
militar, foi o mesmo que os
tirou de campo. Com a alta de
preços voltando com força,
só um milagre poderia dar
a vitória a mais um homem
militar naquela trajetória,
mesmo com todo o entulho
autoritário de que o regime
ainda dispunha. Não se pode
tirar o mérito da luta civil
nesse desfecho, mas foi triste
para o país ter sido ajudado
por aquele senhor indesejado
do parágrafo acima.
     
O que os militares
não obtiveram, derrotar a
inflação, tampouco os civis
conseguiram.
     
Como cobaias dessa
aventura insana de viver
sob Efeito Weimar (Prof.
Dr. Phillip David Cagan), os
brasileiros fomos, como objeto
de estudos, responsáveis
por grandes avanços na área
econômica da academia.
Milton Friedman deixou
escrito que foi com base nas
políticas brasileiras dos anos
sessenta que ele percebeu
a necessidade de refazer a
empírica Curva de Phillips
(que relacionava inflação e
emprego).
     
Talvez o Prof. Cagan,
que morreu em 2012, tenha
deixado de investir em seu
conceito-chave de Efeito
Weimar, que relaciona
empobrecimento da população
ao transtorno causado por
inflação como a da República
que os alemães criaram no
meio do mato. Teria sido de
grande valia notar que os
alemães insistiram na loucura
Weimar mesmo depois do
“putsch” de Wolfgang Kapp,
em março de 1920, e do
“putsch” da Cervejaria, do
austríaco paranóico, Hitler,
em novembro de 1923, mas
que depois do Plano Marshall,
em 1948, e da construção
do Muro, em 1961, jamais
os alemães se arriscaram
a tirar seu presidente da
capital Berlim. O governo
da Alemanha Federal ficou
em Bonn, até 1990, por
necessidades incontornáveis
de geografia política, mas não
a presidência da República.
     
Quanto a nós, se a capital
do Brasil fosse Berlim, a
presidência estaria até hoje
em Weimar, onde gostamos
de mergulhar e afundar.
EXPEDIENTE
Gazeta Cidadã
Presidente da Ong OCDC:
Cacildo Marques
Jornalistas Responsáveis:
Cacildo Marques - MTb 73701
e Roldão Soares Filho - MTb 37108
Editor: Cacildo Marques
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Toufic Attar
Colaboradores: Renata Polydoro, Francisco Gonçalves de Oliveira, Rogério Chiavassa Neto, Frederico Lazarini Ferreira, Renato A. Ricardo, Toufic Attar, Werner Regenthal, Guilherme Bonfim, Werbster Gomide, Nilton Moura, Aída Schwab, Cidinha Finimundi, Fredi Jon, Sheyna Adamo, Diego Parma, Eliseu Gabriel, Dr. Raul Marinheiro Jr., Nabil Bonduki, Sandra Pandolfi, Luiz Gabriel Di Pieri, Loiola Carneiro, Viviana Bosi, Olívia Raposo da Silva Telles.
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A Gazeta Cidadã (Jornal da Vila Sônia) é uma publicação da Organização Cultural de Defesa da Cidadania – OCDC
ENSINO
O primário do MEC (federalização)
|
     
A CCJ (Comissão de
Constituição e Justiça) do Senado
aprovou dias atrás projeto de lei
do Senador Cristovam Buarque
que determina a federalização
do ensino fundamental no país.
É difícil imaginar uma decisão
mais extemporânea.
     
Desde os tempos da colônia
existe o debate sobre quem
deverá gerir o ensino primário.
A dificuldade em se bater o
martelo vinha da carência,
porque isso se assemelhava
àquela discussão da casa que
não tem pão (“todos brigam e
ninguém tem razão”). Sob defesa
filosófica de Anísio Teixeira,
nos anos quarenta, firmou-se o
entendimento de que a gestão
desse nível de ensino cabe aos
municípios. Era o primário, não
o ginasial. No entanto, com o
problema agudo das verbas,
muitas cidades do interior do
país tinham seus professores de
alfabetização remunerados com
produtos que as crianças traziam
das lavouras de seus pais, como
frutas, legumes e até farinha de
mandioca. O ensino era oficial,
mas a verba não chegava. Isso
veio até poucas décadas atrás.
     
Enfim, um discípulo de
Anísio Teixeira nos caminhos
da Educação, Senador Darcy
Ribeiro, elaborou em 1996 um
sistema complexo de dotação
orçamentária para que os
municípios pudessem garantir
autonomia na gestão do ensino
elementar. Era o Fundef, Fundo
de Desenvolvimento do Ensino
Fundamental, um sistema de
repasses de verbas do governo da
União para os governos locais. A
presidência da República à época,
recomendou que o Senador o
destacasse de seu então projeto
de Lei da Educação (LDB),
para que fosse votado à parte,
evitando riscos de deformação na
tramitação. Assim foi feito. Hoje
o mecanismo se chama Fundeb,
mas mantém a natureza original.
Para que a remuneração com
abacaxis e pepinos não voltasse, o
Congresso Nacional aprovou nos
últimos anos o piso nacional da
carreira docente. Muitas unidades
federativas continuam pagando
menos que o devido, mas a
pressão é grande e, cedo ou tarde,
todos alcançarão o objetivo.
     
Esse caminho cheio de degraus
vem do fato de que abolir a
federação, como vem fazendo o
Ministério das Cidades, criação
do PP para asfaltar ruas no
lugar dos prefeitos, é uma sanha
antidemocrática, que agradava
muito a líderes como o Vargas
do Estado Novo. Alguém
precisa avisar ao Senador
Cristovam que, se propostas
como as dele avançam, logo os
prefeitos serão apenas cicerones,
organizadores de festinhas, antes
de desaparecerem.
PÁG. 3
CONVIVÊNCIA
Em sentido ao olho d'água
|
Maria dos Prazeres Garcia Martins*
     
Solitude, palavra de
acalanto.
     
Para uns, estar em
companhia de si próprio
chega a ser prazeroso. É
uma condição que leva à
reflexão.
     
Um momento em que a
pessoa pode escutar o que
carrega dentro de si.
     
É como quando estamos
na praia dentro d’água
e queremos enxergar o
fundo.
     
Paramos e ficamos
quietos, até que se assente
a areia. Então a água se
torna clara, permitindo
ver o que a atravessa.
     
Voltando a nossa
tão movimentada
sociedade, observamos
certa dificuldade de
troca, interação e
posicionamento em
relacionamentos de todos
os tipos.
     
Nesse contexto, a palavra
solidão é mal-vista, vai
contra a corrente. Então
da necessidade origina-se
a doce palavra.
     
Solitude é diferente de
solidão.
     
Da primeira nasce
a própria intimidade.
Estando consciente do
nosso íntimo, podemos
estabelecer relações
genuínas de intimidade
com nossos semelhantes.
Mandando a solidão para
bem longe.
     
Satisfeitos conosco e com
os outros, conhecemos a
felicidade.
(*) Maria dos Prazeres Garcia Martins é educadora
POLÍTICA
Fórum Social Temático debate Reforma Política
|
     
O MCCE, Movimento
de Combate à Corrupção
Eleitoral, que já conseguiu
fazer aprovar a Lei da
Ficha Limpa, juntou-se à
OAB, à CNBB e mais uma
centena de entidades com
o objetivo de influir na tão
discutida Reforma Política
ora em curso no Congresso
Nacional. Como é sabido,
muitas das votações já feitas
pela Câmara dos Deputados
caminham em sentido bem
diferente do proposto por esse
coletivo. Para aprofundar
a discussão, foi criado em
São Paulo o Fórum Social
Temático Reforma Política.
     
Nos dias 3, 4 e 5 de julho
o Fórum Social Temático
tem uma programação
intensa sobre a questão, a
realizar-se na Universidade
Nove de Julho, Uninove, Av.
Francisco Matarazzo, 364.
     
A abertura ocorrerá
às 20h, no dia 3, sextafeira.
Comporão a mesa a
organizadora do MCCE,
Caci Amaral, e mais
Chico Whitaker, Laura
Capriglioni, Oded Grajev,
Raimundo Bonfim, Luciano
Santos, José Correa e Rachel
Moreno, entre outros. A
apresentação de um coral
encerra as atividades desse
dia.
     
Nos dias 4 e 5, sábado e
domingo, dentro do tema
do encontro, Fórum Social
Temático Reforma Política
pela Democratização do
Poder, serão apresentadas
oficinas sobre 12 eixos,
entre os quais (a) Sistema
eleitoral e financiamento,
(b) Democracia direta e
participativa, (c) Sistema
político, (d) STF, (e)
Democratização dos
meios de comunicação, (f)
Combate à corrupção e (g)
Transparência.
     
A Gazeta Cidadã participará
na tarde de sábado da oficina
sobre Democratização dos
meios de comunicação,
em debate no qual estará
inserido também o tema da
representação feminina na
política.
     
No domingo os trabalhos
irão até as 12h. Em seguida,
os participantes farão uma
caminhada por dentro do
Memorial da América
Latina, terminando com
um abraço à estátua da mão
sangrando, conforme acerto
já feito com o Presidente
do Memorial, cineasta João
Batista de Andrade.
APRENDIZAGEM
Ivanir Pineda Sanches*
     
Atualmente muito se tem falado
em lição de casa, como se ela tivesse
saído de cena em algum momento da
vida escolar. No Brasil a lição de casa
já existia na época dos jesuítas, com
o Ratio Studiorum, que unificava
o procedimento pedagógico dos
jesuítas nos colégios da Companhia
de Jesus. Recomendava que o
professor não se afastasse do estilo
filosófico de Aristóteles, assim
como da teologia de Santo Tomás
de Aquino, e também estabelecia a
prática de enviar tarefas escolares
para fazer em casa.
     
Nos Estados Unidos, a lição de
casa surgiu em meados dos anos
trinta, como parte integrante de
um método de ensino para atender
estudantes da zona rural, pois eles
não podiam ir para a escola todos
os dias. Porém, uma das hipóteses
é a de que a origem dos deveres de
casa esteja nas lições sugeridas por
Comenius ou através da educação
proposta por Herbart. Comenius
prescrevia a repetição de exercícios,
comparando o homem a uma árvore
que necessita de cuidados para dar
bons frutos. A bela escrita, importante
na resolução dos negócios, assinalou
a importância das cópias.
     
A escola tradicional de Herbart
também orientava a aplicação do
aprendizado por meio da prática de
exercícios em casa. Suas ideias foram
ampliadas influenciando a escola no
século XIX. A teoria herbartiana
consistia de passos ou fases, que
eram: clareza (mostrar); associação
(associar); sistematização (ensinar);
método (filosofar). O “método”
seria o possível gerador da lição de
casa, pois atribuía ao aluno a tarefa
de realizar exercícios em casa,
sozinho.
     
Textos oficiais da França
sinalizam um desmembramento
gradual das atividades de sala de
aula para além do horário escolar.
No ensino primário, a preocupação
com a eficiência dos deveres escritos
fora da escola indicou às crianças
mais tempo de estudo das lições,
repassando para a família parte da
responsabilidade da aprendizagem.
Surgiu então o conflito entre as
famílias que apoiavam e as que
achavam a prática desfavorável.
     
No Brasil, quando a aprendizagem
era bastante confundida com
memorização, a lição de casa
passou a ser uma forma de ocupar a
criança com exercícios de repetição.
Mas, com a mudança do conceito,
considerando a aprendizagem
como um processo de construção
individual de conceitos e idéias,
a lição de casa mudou de forma.
Entretanto, em algumas escolas, e
na visão de alguns pais, essa prática
continua sendo entendida de forma
arcaica. Enquanto alguns professores
propõem os deveres de casa como
castigo ou punição, outros os veem
e planejam como oportunidade de
desenvolvimento, momento em que
o aluno se depara com desafios, revê
e amplia conceitos, fazendo relações
com o conteúdo trabalhado em aula
e a sua própria realidade de vida.
     
O dever de casa deve contribuir
para a formação pessoal e ser
contextualizada com o planejamento
escolar para que promova a formação
integral da criança. Portanto, cabe
ao professor orientar a criança em
cada lição e esclarecer com clareza
os objetivos, pois a lição de casa,
além de criar o hábito de estudo,
contribui para a construção de
responsabilidade e autonomia.
     
Em consequência, é fundamental
a parceria entre a família e a escola.
Os conflitos aparecem quando os
pais acham que os filhos trazem
para casa lições demais, ou de
menos. Uns por um lado se queixam
de não dispor de tempo para ajudar
o filho, outros que os professores
não dão tarefas suficientes. Temos
ainda aqueles pais que fazem as
tarefas pelos filhos, sonegando
deles a oportunidade de assumir a
responsabilidade e criar autonomia.
     
Para favorecer o bom desempenho
da criança com a lição de casa é
importante o bom diálogo com o
professor, entender as propostas,
ajudar a criar uma rotina de estudo,
incentivar, criando um espaço da
casa para este fim.
     
O professor não terá condições
de avaliar a evolução da criança
se a lição tiver sido feita pelos
pais ou irmãos. Quanto a isto, cito
apropriadamente Albert Einstein,
quando disse: “Não ensino meus
alunos. Crio condições para que
aprendam”.
     
Importante também ter a
consciência de que dar bronca,
sermão e colocar de castigo são
medidas que não ajudam a criança
a ser um aluno responsável. A Lição
de Casa pode ser um instrumento
importante de aprendizagem quando
a família e a escola interagem em
parceria e se empenham em cumprir
suas responsabilidades, pois educar
significa conduzir, mostrar o
caminho.
(*) Ivanir Pineda Sanches é coordenadora da EMEF Marechal Deodoro da Fonseca, Matemática, Pedagoga e Escritora
PÁG. 4
LIVRO
João Luiz Marques lançou livro inspirado no Quarteirão da Cultura
|
     
Na Biblioteca Mário de
Andrade, no centro de São
Paulo, deu-se o lançamento,
no dia 30 de junho, do
livro “Os meninos da
Biblioteca”, do jornalista
João Luiz Marques. Em
mais uma aventura de seu
personagem mirim, Heitor,
o autor conta a história
da luta do personagem
contra a demolição de uma
biblioteca.
     
Nessa aventura, Heitor
não luta sozinho contra os
inimigos. Os personagens
dos livros que ele aprecia
saltam das páginas
para ajudar na luta pela
preservação de seu habitat,
que é a biblioteca.
DIVERSOS
Teatro - Biografia - Sarau
|
     
Pé de Vento no CEU
Butantã
     
No dia 13 de junho estreou
no CEU Butantã o Projeto
Pé de Vento, trabalho teatral
envolvendo jogos e cenas,
com os atores Gustavo Saulle,
Jonatã Puente e outros, sob
direção de Wanderleu Piras e
Milene Perez.
     
Biografia de Mario
Schenberg
     
A professora Dina Lida
Kinoshita publicou
recentemente o livro “Mario
Schenberg – o cientista
e o político”, 300 págs,
biografia do notável físico
que, além de político, era
crítico de artes, e participou
de grandes momentos do
desenvolvimento da ciência
mundial. Para adquirir a obra,
contacte: lidadina@gmail.
com .
     
Aliane Sousa cantará no
Quarteirão
     
Aliane Souza, 26 anos,
paraense de Belém, tem dez
anos de vivência no canto lírico.
     
Aliane Sousa, veio para São
Paulo, com objetivo de aqui
desenvolver sua carreira. Entre
as premiações que conquistou em
sua trajetória, até o presente, a
mezzo-soprano obteve o 4º lugar
no Salvalarico 2012, o concurso
de canto lírico, com recursos do
Fundo de Cultura do Estado da
Bahia, que a credenciou ao curso
de pós-graduação em Portugal.
     
Em São Paulo, a cantora já
se apresentou no Sarau Bodega
do Brasil, edições itinerantes
realizadas no Mercado Municipal
e na Estação Dom Bosco da
CPTM, sob patrocínio do PROAC
(Programa de Ação Cultural do
Estado de São Paulo); também
no “Coreto” da Praça Floriano
Peixoto, em Santo Amaro,
durante o evento Dia do Desafio
- do SESC, no Sarau “Beco
dos Poetas”, “Sarau do Jornal”
(realização do jornal Centro em
Foco) e “Samba da Vela”.
     
Participou da 11ª Virada
Cultural de São Paulo integrando
o palco de Saraus, convidada
pelo Sarau Bodega do Brasil.
Neste dia 13 de junho, 14h,
estará no Sarau Roda da Palavra,
na Biblioteca Anne Frank (Rua
Cojuba, 45).
EQUIPAMENTOS CULTURAIS
O cinema elegante de São Paulo (CineSala)
|
Diego Parma*
     
“O inverno cobre minha
cabeça, mas uma eterna
primavera vive em meu
coração.” Victor Hugo
– poeta francês – viveu
aproximadamente cem anos
antes da estreia de um clássico
de nosso cinema: Esse rio que
eu amo, dirigido por Carlos
Hugo Christensen e roteirizado
por Millôr Fernandes. O
longa-metragem, dividido em
quatro contos, tem como pano
de fundo o carnaval carioca, e
estreou o cine Fiammetta, em
julho de 1962, quando, assim,
o inverno cobria o Hemisfério
Norte e, consequentemente,
a cidade de São Paulo. O
contraste entre o enredo da
obra e o clima que pairava
sobre a cidade foi, acredito
eu, involuntário, mas quem
disse que a arte também não
subsiste nas menores das
observações?
     
O Cine Fiammetta, cujo
nome deriva do italiano
fiamma (fogo), combinado
com um sufixo diminutivo,
possuía o título deste artigo
como slogan, e após passar por
diversas reformas e também
por inúmeros nomes, como
Sala Cinemateca e IG Cine,
ele passou a se chamar, em
2010, Cine Sabesp, o qual, em
2014, foi reformado mais uma
vez, nessa última mantendo
detalhes da arquitetura
original dos anos 60. Por
fim, atualmente o cinema
– localizado na Rua Fradique
Coutinho, 361 - Pinheiros
– chama-se Cinesala, pois
recentemente, em 2015, a
Sabesp deixou de patrocinálo.
O Cinesala possui em sua
sociedade Adhemar Oliveira
(do Espaço Itaú de Cinema e
Cine Livraria Cultura), Paulo
Velasco, Rodrigo Makray e o
ex-jogador Raí Oliveira.
     
Após tantas mudanças e
visível esforço em se manter
de pé no mesmo lugar,
evidentemente não vale a
pena não conhecer esse bravo
equipamento cultural.
(*)Diego Parma é músico e escritor - diego.parma@hotmail.com
SAÚDE: Modelo de gestão colapsa
     
O Vereador Eliseu Gabriel
recebeu em seu gabinete uma
comissão de moradores do
Butantã, incluindo funcionários,
conselheiros e usuários do
sistema público de saúde,
tendo em mãos um abaixoassinado
de aproximadamente
cinco mil assinaturas cobrando
providências para o problema
do fim dos contratos de gestão
das Organizações Sociais nas
Unidades e nos Centros de
Saúde da região.
     
Com a entrada das entidades
privadas na gestão, nos últimos
anos, muitos funcionários
pediram exoneração para
passar a fazer parte das novas
administrações, que ofereciam
salário aparentemente maior que
o serviço público. Com a queda
na arrecadação trazida pela crise
iniciada em fins de 2012, Estado
e Prefeitura não têm mais como
manter a mesma oferta àquelas
entidades gestoras. Os contratos
agora apresentados ficaram
muito aquém do esperado por
elas. Como resultado, a maior
parte já avisou que não aceitará
as novas condições. Agora o
sistema corre o risco de ficar sem
funcionário e sem terceirizados.
Resposta do Benjamin (Peirce),
da pág. 8:
3-4-2/ 7-4/ 6-3-2/ 4-5/ 9-1-9-2
PÁG. 5
CULTURA
Convite: Sarau Roda da Palavra
Dia: 13 de kulho de 2015.
Horário: 14 às 16h.
Local: Biblioteca Anne Frank - Rua Cojuba, 45.
Show da cantora lírica Aliane Sousa.
Organização e apresentação: Joyce Neia.
HUMOR
Os Clecs de Eno Teodoro Wanke - Imaginações Letras F e G
|
Fervura. Quando começa a ferver,
o líquido da panela se põe a falar a
linguagem das borbulhas.
Flor. Quando alguém colhe uma
flor, há sempre um colibri inquieto
e triste, chorando de saudades da
amiga sacrificada.
Formiguinhas. O trem das
formiguinhas transporta, sem parar,
o minério verde das árvores para
dentro da terra.
Fósforo. Tinha personalidade, o
fósforo. Era só forçar um pouco a
cabeça, e esta explodia em fogo.
Futuro. Para a frente, o farol da
esperança perscruta o futuro. Para
trás, o farolete da lembrança ilumina
o passado.
Garfo. Enquanto o garfo a imobiliza
à força, a faca vai cortando
impiedosamente os pedaços do bife
em nosso prato.
Garrafas. Quando chegam ao
caminhão de refrigerantes, as garrafas
saem dele pesadas e sonolentas.
Mas, em compensação, voltam a
ele lépidas e alegres, sapateando
vivamente dentro dos engradados.
Gavetas. Quando as gavetas saem de
seus esconderijos, dão uma rápida
espiada no mundo, assustam-se e
voltam de novo para a sua abençoada
solidão.
Gigante. Mamãe, socorro! Há
um gigante parando os carros na
esquina. Um gigante, sim, com
três olhos enormes, piscando. Um
é verde, outro amarelo e o terceiro,
vermelho.
Gioconda. Meninos, eu estive no
Louvre, e verifiquei. Todos aquele
turistas querendo vê-la. e a Gioconda
mofando deles.
Gordo. O menino era tão gordo que
parecia um elefante, de trombinha
pequenininha, lá embaixo.
Gripe. Durante a gripe, quem mais
chora é o nariz.
Guarda-chuvas. Nos dias chuvosos é
que os guarda-chuvas se encontram
e se cumprimentam, por cima da
cabeça de seus donos.
CANTINHO DA POESIA
Escreve poesia com olhos fechados: não deixes que escapem sonhos pelos dedos.
Cacildo Marques
Não temos como separar
A liberdade dos daqui
Da dos que vivem, não por si,
Sem horizonte em nosso mar.
A liberdade que despi
Para uso meu e de meu par,
Que viva ou não no mesmo lar,
Vale na Ucrânia ou no Haiti.
Se temos receitas de grade
Para enquadrar a liberdade,
Dizendo: um pode, o outro, não,
Melhor vivermos bem calados,
Sem lançar mão, em nossos fados,
Da liberdade de expressão.
Soneto da Inquietude
Diego Parma
Inquieto coração, enxerga a luz!
Reduz meu sofrimento que corrói!
Caminho desdenhável não seduz
Perpetuou-se, então, meu anti-herói
À noite perambulo em tempos nus
Cercado como as vilas de Hanói
Guiado à via-sacra em minha cruz
Assaz embaraçosa como sói
Padeço ao infortúnio de outrora
Lembranças jazem, cá, sob minha aurora
E ventos uivam, pois, na solidão
Na qual eu me deleito amortecido
Com ar de um mistério ressurgido
Rogando eternamente paz, em vão.
PÁG. 6
ACONTECEU
Juros. Visando reduzir ainda mais o
volume de empregos no mercado, o
Banco Central elevou em 0,5% a taxa
básica de juros, Selic, que passou de
13,25% para 13,75% (03/06).
General. Morreu no Rio o General
Leônidas Pires Gonçalves, 94, exministro
do Exército, que auxiliou
o Presidente Sarney na transição do
regime militar para o regime civil em
1985 (04/06).
Biografias. O STF decidiu, por
9 votos a 0, que biografias, para
serem publicadas, não dependem de
autorização do biografado ou de seus
parentes (10/06).
Travessia. Morreu em Belo Horizonte
o compositor Fernando Brandt,
parceiro de Milton Nascimento em
“Travessia” e muitas outras canções
(12/06).
Pedaladas. O TCU, Tribunal de
Contas da União, deu mais um mês
â Presidente Dilma Rousseff para
explicar o problema das “pedaladas”
fiscais, os atrasos nos repasses de
verbas aos bancos públicos em época
eleitoral (17/06).
Venezuela. Uma comissão de oito
senadores de oposição ao governo
brasileiro foi impedida com bloqueio
de trânsito feito por manifestantes
chavistas a visitar presos políticos
daquele país (18/06).
Odebrecht. Marcelo Odebrecht,
presidente da maior empreiteira
brasileira, e Otávio Marques de
Azevedo, presidente da Andrade
Gutierrez, segunda maior, foram
presos preventivamente no processo
da Operação Lava Jato, sob ordens do
juiz Sérgio Moro (19/06).
Dilma. Pesquisa Datafolha mostra
Dilma Rousseff com 65% de
reprovação (ruim/péssimo) entre os
brasileiros, 24% de regular e 10% de
ótimo/bom, ou aprovação (20/06).
Homicídios. Segundo a Polícia
Militar, o Estado de São Paulo teve
em maior a menor taxa de homicídios
desde que se iniciou a série histórica
em 2001, baixando-a para 9,52 em
100 mil habitantes, considerada taxa
civilizada, que tem limite em 10 para
100 mil habitantes (25/06).
Petrobras. O Conselho de
Administração9 da Petrobras aprovou
corte de 37% nos investimentos da
empresa até o ano de 2019 (26/06).
Suíça. Joseph Blatter, recém-eleito
para mais um mandato na presidência
da FIFA, cargo que vinha ocupando
desde 1998, renunciou, após Os
Estados Unidos revelarem que ele
está envolvido em investigações do
FBI (02/06).
Turquia. O partido do presidente
Erdogan perdeu a maioria absoluta
que detinha no parlamento turco, o
que esvazia seu propósito de instalar
o presidencialismo (08/06).
Combustíveis. Angela Merkel, Barack
Obama e os outros cinco líderes do
G7 assinaram documento do qual
consta a determinação de abandono
dos combustíveis fósseis até 20100
(08/06).
Dominique. Dominique Strauss-Kahn,
ex-presidente do FMI, foi absolvido
da acusação que o derrubou do cargo,
que era de prática de proxenetismo,
concluindo o tribunal que ele era
apenas usuário comum de serviços de
prostituição (12/06).
Zoológico. Pelo menos um homem
foi morto por um tigre do zoológico
de Tbilísi, capital da República da
Geórgia, após tempestade e inundação
destruírem o equipamento público,
de onde fugiram muitos animais
perigosos (14/06).
Gordura. A agência FDA, Food and
Drug Administration, dos EUA,
decidiu proibir o uso de gordura
trans pela indústria alimentícia do
país, dando três anos de prazo para a
adequação à norma (15/06).
Charleston. Nos EUA, um jovem
branco de 21 anos matou a tiros nove
pessoas negras que faziam estudo
bíblico numa igreja metodista de
Charleston, Carolina do Sul, após ter
participado do estudo (17/06).
Encíclica. Com título em italiano,
Laudate Sí, foi divulgada a primeira
encíclica do Papa Francisco, tratando
das questões ambientais (18/06).
Tunísia. Atirador de 23 anos matou 38
pessoas em praia de Sousse, litoral da
Tunísia, após o grupo fanático Estado
Islâmico ordenar ataques contra
infiéis no mês do Ramadã (26/06).
Kueit. Np mesmo dia do atentado da
Tunísia, o Kueit teve a explosão de
um homem-bomba em uma de suas
mesquitas xiitas, com 27 pessoas
mortas, e no sul da França um homem
decapitou seu próprio patrão (26/06).
RADAR
Rede Butantã reúne-se no Lar Criança Feliz
|
     
Conforme noticiado na edição
de junho da Gazeta Cidadã, a
Rede Butantã de Entidades e
Forças Sociais sofreu ataques de
um grupo que não aceita trabalhar
em conjunto com as Ongs da
região, e esse tema ocupou
parte substancial das discussões
na reunião ordinária do mês,
que ocorreu na Subprefeitura
do Butantã. Fez-se então uma
segunda reunião, à noite, no dia
25, para continuar os temas e
tratar, principalmente, da questão
do transporte público, dada a
iminente licitação das linhas de
ônibus da capital de São Paulo.
     
A reunião de julho ocorre no
dia 1º, quarta-feira, 9h, no Lar
Criança Feliz, dirigido por Mário
Martini, no Distrito Raposo
Tavares. O tema dos transportes
será central no debate.
     
Depois de algumas reuniões
canceladas, membros do
grupo que preparam a Festa
do Jubileu de Diamante da
Paróquia São Benedito ficaram
um tanto desorientados quanto
à continuidade dos trabalhos.
Para não haver desistências,
outra parte propõe que as
reuniões continuem a ocorrer
na última sexta-feira de cada
mês, conforme acertado no
início do Ano Jubilar. A festa,
como se sabe, será celebrada
no dia 28 de outubro, junto ao
do aniversário da Vila Sônia,
que abriga a paróquia (Rua Dr.
Silvio Dante Bertacchi, 505).
TRANSPORTE
Caso do Azulzinho volta à estaca zero
|
     
Buscando sempre informar
o leitor, a Gazeta Cidadã
acompanhou a luta dos
moradores da Vila Gomes
e de todo o Butantã pela
restauração da Linha de ônibus
577T, Vila Gomes - Jardim
Míriam. Depois de muitos
abaixo-assinados e muitas
manifestações de populares,
a Secretaria Municipal de
Transportes finalmente aceitou
negociar e contemplou a região
não com a linha original, mas
com uma que cumpria parte
do trajeto. Em lugar do trajeto
Vila Gomes até Jardim Míriam,
veio uma linha, da cor laranja,
ligando a Vila Gomes ao
Trianon, na Avenida Paulista.
     
Os usuários esperavam que
a nova linha se estendesse pelo
menos até a Estação Paraíso
do Metrô, por onde passa
linha que segue para o Jardim
Míriam, vindo do centro da
cidade. Dessa forma, a quem
pegou o ônibus no Butantã,
bastaria descer no Paraíso e
esperar na Av. 23 de Maio o
outro da Linha Jardim Míriam,
para então seguir rumo a
Moema, Cupecê, e assim
por diante. Assim, a luta do
Azulzinho continuou, não mais
para restaurar a linha completa,
mas para esticar um pouco a
linha oferecida, porque, sem
isso, a pessoa tinha de descer
na Estação Trianon, entrar no
Metrô, seguir até a Estação
Paraíso, e só então entrava no
ônibus Jardim Míriam.
     
No meio dessa batalha, os
moradores do Butantã foram
surpreendidos com o novo
desenho das linhas de ônibus
que farão parte da nova
licitação, que vigorará por vinte
anos. No novo projeto, não há
nem a linha nova, Vila Gomes
- Trianon. Ela foi cancelada.
     
Uma manifestação foi
convocada para a Praça Elis
Regina no dia 27 de junho, às
14h. Como era de se esperar,
o afluxo de manifestantes foi
pequeno, porque o problema
só se configurou para os que
tiveram acesso à proposta,
divulgada na página web da
Secretaria. A imensa maioria
dos usuários da linha continua
achando que ela não corre
nenhum risco.
PÁG. 7
O ITAIM BIBI EM FOCO
Qual a idade da Várzea do Itaí
|
Helcias Pádua*
     
Por volta de 1560 a Várzea do Itaí
abrigava índios da tribo do cacique Cayubi,
a pedido dos jesuítas, com a fi nalidade de
impedir ou combater possíveis invasores
das terras “dos Pinheiros”, vindos pelo Rio
Jurubatuba ou pelo Caminho dos Aliados,
atual Rua Leopoldo Couto de Magalhães Jr.,
e mesmo pela Trilha dos Tropeiros, agora Rua
Clodomiro Amazonas e ex-Rua da Ponte. De
outra forma mais fundamentada teríamos de
consultar historiadores, geólogos, cartógrafos,
arqueólogos, geógrafos e comparar tudo isso
com as citações dos livros, documentos,
mapas e assentamentos patrimoniais.
     
Em 1896, José Vieira Couto de Magalhães
adquiriu de Bento Ribeiro dos Santos
Camargo extensas áreas alagáveis quando
das cheias do Rio Grande das Pedras (ex-
Jurubatuba), que compunham o Sítio do Itaí.
Consta que tais terras antes pertenceram a
outros proprietários, incluindo a Ana Joaquina
Duarte Ferraz. Aumentou a propriedade,
adquirindo de Theodoro Feliciano da Luz a
área vizinha denominada de Chacrinha, talvez
o motivo de toda região passar a ser chamada
de Chácara do Itai, depois, de Itahym, mesmo
com os mais 140 alqueires. O militar nunca
utilizou a propriedade como residência fi xa,
via-a como local para o lazer e pescarias,
beirando um ribeirão e diversos afl uentes.
Dois anos depois de comprá-las, morre no
Rio de Janeiro (14/09/1898), sendo enterrado
no Cemitério da Consolação, SP. Portava a
patente de General Brigadeiro oferecida por
D. Pedro II, seu grande amigo, em gratidão
aos serviços prestados na defesa da fronteira
mato-grossense, durante a guerra com o
Paraguai.
     
Os originais limites dessa extensa
propriedade eram: início na escarpa oeste do
Morro do “Caaguaçu”, signifi cando “local
de mato alto”, ou lembrando a presença de
exemplares da enorme arvore “caá-guaçu”;
seguindo, alargava-se até a margem direita
de um curvilíneo fl uvial, o Rio Grande
das Pedras (Pinheiros); lateralmente, um
estradão em direção ao Sítio de Santo
Amaro e, do outro lado, atingindo um
riacho, o Córrego Verde, atualmente semicanalizado,
escondendo suas imundas águas
por entre resistentes casas da região da Vila
Madalena e sob as ruas do Jardim Europa
e Paulistano, sem antes separar o moderno
Shopping Iguatemi, do tradicional Esporte
Clube Pinheiros, fi nalmente desaguando no
agora fétido canal dos Pinheiros. Atingiam as
terras de José Pacca, esparramando-se pouco
além do Córrego Uberabinha, atual Av. Hélio
Pellegrino, abordando a margem direita do
Jurubatuba. Outros descrevem que se alargava
muito além do Córrego da Traição, atual Av.
Bandeirantes.
     
Advogado e militar, José Vieira era exímio
político. Serviu o Segundo Império, como
Deputado e Secretário no governo de Minas
Geral, depois sucessivamente nomeado
Presidente das Províncias de Goiás (1863-64);
do Pará (1864-66); do Mato Grosso (1867-
68); de São Paulo, por apenas sete meses
(10/6-16/11/1889); Incansável desbravador
pediu para D. Pedro II dois navios de
madeira que navegavam no Rio Paraguai,
MT, desmontando-os, carregou centenas de
mulas e foi até o Rio Araguaia. Lá chegando
conseguiu remontar e navegar com apenas
um. Nesse retorno aos estados de Goiás e Pará,
fez contatos com silvícolas, realizou várias
obras de engenharia e advogou, muitas vezes
defendendo os mais necessitados. Em São
Paulo exerceu a última presidência imperial
dessa província, apenas entre os meses de
junho até 16 de novembro de 1889, dia em
que foi “a contra gosto”, conduzido ao Rio
de Janeiro. Negava entregar o governo aos
republicanos. Encarcerado por pouco tempo,
é orientado a deixar o Brasil. Percorreu a
Europa e ao retornar foi preso e novamente
solto. Colaborou em ações de oposição ao
governo republicano. Numa ironia do destino,
quem assumiu a junta provisória governativa
em São Paulo, logo após a Proclamação da
Republica, (de 16/11 a 14/12/1889), e em
seguida nomeado por Deodoro da Fonseca,
Governador de Estado, permanecendo no
cargo até 18/10/1889, portanto sucedendo o
general sob novo regime político, foi o seu
ex-aluno, Prudente de Morais, do tempo que
lecionou Filosofi a no Colégio São Bento, SP.
     
O mineiro de Diamantina iniciou os estudos
no Seminário de Mariana, MG, estudou
matemática na Academia Militar do Rio
de Janeiro, frequentou o curso de Artilharia
de Campanha em Londres, e Bacharelouse
pela Faculdade de Direito de São Paulo,
em 1859, doutorando-se em Direito em
1860. Incursionou pela medicina, química
e engenharia, além de pesquisar astronomia
e fi losofi a. Escritor, folclorista e indianista,
é dele a autoria do Primeiro “Dicionário
Português-Tupi”, e entre outros romances
escreveu “O Selvagem”.
     
Falava francês, inglês, alemão, italiano,
tupi e numerosos dialetos indígenas.
Fundou em 1885 o primeiro observatório
astronômico do Estado de São Paulo, na
sua chácara em Ponte Grande, às margens
do rio Tietê. Desafi ando normas morais da
época, quando da permanência na França,
pós-queda do II Império, em delírio, relata
no seu “Diário Íntimo”, pessoais quadros
venéreos e torrenciais experiências homo e
heterossexuais. Nunca se casou, porém teve
várias companheiras, desde tupis, brasilianas
e européias. Uma delas foi Dona Gabriela,
a que fi cou com parte das terras paulistanas,
aquelas que iam desde a Alameda Jaú até a
Avenida São Gabriel, atualmente região dos
bairros do Jardim Paulista e Jardim Primavera.
Tal posse alimentou por várias dezenas
de anos, acirradas brigas entre as famílias
favorecidas ou não pelo legado do general. Os
primeiros itahyenses titulavam de o “Morro da
Viúva”, as terras acima da então Rua Anajás,
ironizando a “viúva sem nunca ter sido”. A
avenida que substitui essa rua leva o nome de
Av. São Gabriel em agradecimento à doação
do terreno feita pelos seus descendentes, onde
foi erguida uma capela e depois a Igreja São
Gabriel.
     
O herdeiro direto e ofi cialmente reconhecido
foi o seu fi lho José Couto de Magalhães, “o
Mameluco”, fruto de relação amorosa com
uma índia do Pará. Porém, após precoce
falecimento do jovem e pela quase perda do
patrimônio familiar resultante de má gestão, o
tio e médico Leopoldo Couto de Magalhães,
irmão do general, adquiriu parte do espólio
(1907), resgatando-o em leilão público,
por 30 contos de réis. Iniciava-se a efetiva
ocupação do Sítio do Itaí, logo retalhado
entre os herdeiros diretos, acompanhada pela
venda de algumas das terras a outras pessoas.
Os compradores, estranhos ao clã Couto
de Magalhães, eram na maioria oriundos
dos cortiços da região do Bexiga, SP, e das
confi nadas moradias envoltórias ao Morro do
Caaguaçu, como era denominada a extensão
lateral da atual Av. Paulista. Contínuas
repartições e revendas foram ocorrendo no
passar dos anos.
     
As primeiras trilhas ou ruelas separando
as roças recém-formadas surgiram entre 1910
e 1920, com lotes ocupados por emigrantes
italianos e portugueses, sem esquecer-se
dos negros fugitivos, alforriados ou libertos,
distribuídos em pedaços de terra anteriormente
ocupados, por exemplo, os integrantes de um
quilombo cujo habito era atacar, “à traição”,
os forasteiros, tropeiros ou viajantes que
aventuravam percorrer as margens dos
riozinhos e regatos. Talvez daí originandose
uma das versões dadas á denominação
de o “Córrego da Traição”. Os córregos que
corriam pelo Itaí como verdadeiras artérias
transversais eram: o da Traição; o Uberabinha;
o das Pedras (Sapateiro); o Iguatemi, afl uente
do Córrego das Pedras, pouco antes deste
último desaguar no leito original do Rio
Pinheiros; e fi nalmente o Córrego Verde. A
Rua Clodomiro Amazonas, ex-Rua da Ponte,
era uma importante trilha (Caminho dos
Tropeiros), considerada via de ligação entre os
sítios de Santo Amaro e do Itaí, cortando três
desses riozinhos. Unia-se ao original percurso
da Rua Iguatemi a ex-Estrada da Boiada, que
atingia o Sitio de Pinheiros, transpassando os
dois restantes ribeirinhos. A Rua Iguatemi,
alterada em sua grande parte visando às ações
de implantação da Av. Brig. Faria Lima,
recebeu esse nome tupi por rodear lagoas que
mantinham suas águas sempre esverdeadas.
Em tupi, Iguatemi é o mesmo que “lagoas de
águas muito verdes”.
     
No inicial processo de loteamento, o
Itaí limitava-se ao paralelogramo assim
formado: parte final da agora Av. Nove de
Julho; pedaço da Rua Chile; a Rua Anajás
(Av. São Gabriel); parte da então estrada
para o Sitio de Santo Amaro, transpondo o
Córrego da Traição, atualmente debaixo da
Av. dos Bandeirantes; descia em direção ao
curvo Rio Pinheiros; seguia pelas margens
do próprio, até próximo ao presentemente
Bairro de Pinheiros. As glebas de maior
valor ficavam no lado mais elevado da
margem direita do agora canalizado Córrego
do Sapateiro, vindas desde o início da estrada
para Santo Amaro, ladeando o denominado
Caminho dos Aliados, depois Rua do Porto,
atual Rua Leopoldo Couto de Magalhães Jr.
A porção mais baixa da margem esquerda do
citado córrego ficava além da Av. Juscelino
Kubitschek, área constantemente alagada, por
isso desprezada, só se tornando valorizada
à medida que os córregos que a cortavam
foram paulatinamente transformados em
avenidas, como na requisitadíssima Vila
Olímpia e na disputada Funchal, antes vistas
como um grande “charco”. No início do
século XX (1914), as áreas consideradas
“baixas” eram vendidas aos modestos
imigrantes portugueses da Ilha da Madeira,
como o carroceiro Policarpo Corrêa. As da
Vila Funchal, entre os meandros marginais do
Rio Pinheiros, foram compradas por famílias
vindas de Funchal, incluindo um irmão
do Sr. Policarpo, cuja esposa se chamava
Olímpia. Sofreram recuperação com as obras
de retificação do rio a partir da década de 25.
Parte das terras do atual Morumbi pertenceu
ao Itaim Bibi por localizar-se entre os
meandros do Rio Pinheiros.
     
O Sr. Arnaldo Couto de Magalhães,
apelido Bororó, foi quem deu um sentido
urbanístico à grande gleba herdada pelo seu
pai, o “Senhor Bibi”, junto com diversos
familiares, diferenciando-a de outro Itaim,
lá de São Miguel Paulista, programando-o
como “o Itaim do Bibi”. Essa urbanização,
cujo objetivo era vender, dividiu-a em duas
áreas: uma situada no pedaço da margem
direita do Córrego do Sapateiro, na forma
de lotes mais caros e metragem menor; já as
terras da porção esquerda do leito do riacho,
apresentam extensões bem maiores, porém
de pequeno valor por metro quadrado. As
vendas foram a prazo, efetuadas no escritório
da Rua Líbero Badaró, ou em um ponto na
Rua Joaquim Floriano, e posteriormente num
quiosque ao lado da Capela de São Gabriel
(Igreja São Gabriel). As prestações eram
marcadas em simples cadernetas.
     
Amigos e colaboradores. Estas descrições
valorizam a histórica “Casa Sede do Sítio do
Itaí”, reconstruída na migalha do original
e enorme terreno, ou o que restou na Rua
Iguatemi, anteriormente a “Estrada das
Boiadas”, quase se encontrando com a
Lapa, região denominada pelos tupiniquins
de “Embo açava”, significando ““lugar por
onde se passa”. Vamos lutar para que o
edifício de paredes centenárias, erguido em
“taipa de pilão”, patrimônio tombado, seja
“aberto ao público”, oferecendo atuações
visando o resgate das memórias e histórias
paulistas e paulistanas, deixando apenas de
ser “uma fechada velha casa”. Vamos atrás
das sociedades civis da região, do IPHAN,
do CONDEPHAAT, do CONPRESP, do
DPH, dos órgãos de cultura, das instituições
de pesquisa arqueológica, da própria Câmara
Municipal, da Prefeitura, do Governo
Estadual e dos Ministérios Públicos. Que tal
denominar de “Casa da Cultura José Vieira
Couto de Magalhães”, o nosso patrono, ou
a “Casa das Jabuticabeiras”?. (Continua na
próxima edição.)
(*) Helcias Bernardo de Pádua é biólogo, jornalista e presidente da AGMIB/Assoc. Grupo Memórias do Itaim Bibi, biólogo e professor. helciaspaduanova@yahoo.com.br
RECEITA DA DONA LOURDES
Camarão com coco ao molho de manga
|
Ingredientes:
800g de camarões grandes
1/2 xícara de farinha de rosca sem glúten
1 xícara de coco em flocos
2 dentes de alho picados
2 ovos grandes brancos
molho de manga
sal a gosto
Modo de fazer:
     
Pré-aqueça o forno a uma
temperatura média. Descasque
os camarões, mantendo as
caudas. Corte cada camarão ao
meio a partir da cauda, mas só
a parte traseira. Numa tigela,
bata os ovos, até espumar.
Misture metade dos camarões,
revestindo-os com os ovos
batidos. Agora, revista-os com
os fl ocos de coco, cuidando para
haver aderência. Guarde essa
porção e repita o procedimento
com a outra metade dos
camarões. Ponha os camarões
numa assadeira forrada como
papel-alumínio e leve ao forno.
Depois de certo tempo, vire
todos os camarões com uma
pinça e devolva-os ao forno,
assando-os até dourar. Se não
encontrar o molho de manga,
prepare-o. Rale as mangas e
tempere com um pouco de
sal. Deixe numa tigela à parte.
Sirva o camarão com o molho
de manga e arroz.
Rendimento: até 5 pessoas.
Hemorroida
     
Corte
uma batata-inglesa como
se fosse supositório e
use-a com esse fi m, em
lugar de um supositório
qualquer.
PÁG. 8
EMPREENDEDORISMO
Associação Comercial continua ciclo de palestras
|
     
Desde o dia 9 de junho e
nas terças-feiras seguintes,
a Distrital Sudoeste da
Associação Comercial de
São Paulo vem realizando
as chamadas Palestras
do Comitê Jurídico,
que visam ajudar os
empresários a atravessar
os atuais momentos de
crise econômica.
     
A primeira dessas
palestras foi realizada
pelo ex-superintendente
da ASCP-Sudoeste,
Dr. Ernani Parise, que
recebeu elogios de
todos os presentes dada
a profundidade e a
perspicácia da análise
apresentada.
     
A última do mês de junho,
no dia 30, foi apresentada
pelo vice-presidente
geral da Associação, Dr.
Roberto Mateus Ordine,
que mostrou como a
Associação Comercial
pode ajudar o associado.
     
Todas as palestras,
oferecidas sempre às
terças-feiras, às 20h,
e continuam pelo mês
de julho, têm como
objetivo incentivar o
empreendedorismo e
apresentar subsídios
para os empresários se
sustentarem nessa fase
difícil porque passa o
país.
     
Para participar é
necessário inscreverse
com antecedência:
dsudoeste@ascp.com.
br, fone 3032-8878.
O endereço é Rua
Alvarenga, 591.
Escolas municipais de São Paulo terão coral
     
Em decisão arrojada, o
Secretário Municipal de
Educação de São Paulo,
Gabriel Chalita, lançou no
dia 15 de junho o projeto
Canta São Paulo, que
visa à formação de corais
eem todas as Escolas
Municipais de Ensino
Fundamental, EMEFs. Para
que a ideia se concretize,
foi firmado acordo com
a Secretaria de Cultura,
para que os integrantes de
Coral Paulistano Mário
de Andrade oriente os
professores das escolas
municipais na montagem
do coral de cada unidade.
     
Os corais serão
formados juntando alunos
das várias séries. Como
no antigo projeto de Villa-
Lobos, soterrado pelo
regime militar, o intuito é
chegar a um grande evento
reunindo os corais das várias
escolas num grande estádio,
como o Pacaembu, onde os
jovens entoarão as mesmas
canções, devidamente
ensaiadas. No caso de Villa-
Lobos, ele mesmo regeu o
super-coral, composto por
alunos de escolas do Rio,
que se apresentaram dentro
do Estádio do Maracanã. Na
nova versão, o encontro no
estádio poderia acontecer
a cada final de ano, com
transmissão por parte da
TV Cultura e de outras
emissoras, e também pela
internet.
DIVERSÃO
BENJAMIN- o jogo dos noves-fora
|
  | 1 | 4 |   |  
|
5 |   | 3 | 5 |  
|
  | 7 |   |   | 8
|
3 |   | 9 | 1 |  
|
  |   |   |   | 4
|
     
Preencha os algarismos
que faltam na tabela de 25
números.
     
* Multiplique dois
números contíguos de
cima para baixo.
     
* Preencha o valor
como operando ou como
resultado.
     
* Coloque o “noves-fora”
do resultado, de 1 a 9.
     
* Se há mais de uma opção
de valor, escolhe-se o que
dá menor.
     
* Exemplo: em 5 ... 3, o
valor é 6, pois 5x6=30 e
3+0=3, que é o noves-fora.
(Prevenção contra AVC e
mal de Alzheimer, inspirado
no quadrado mágico; não é
sudoku.) Resp.: pág. 4.
Aquicultura – Piscicultura - Qualidade das águas
Projeto – Assessoria – Amostragem – Interpretação
Relatórios - Matérias
helciaspadua@yahoo.com.br
C.F.Biologia: 00683/01D - Jornalista: MTb 72270SP
(11) 96918-1660
Biólogo
PATROCINADORES
CURSÃO – R. Dr. Silvio Dante Bertacchi, 429 - (11)3744-0196
PIZZARIA Dois Amigos – (11)3501-0451
Drogaria INDIANA – (11)3742-1011
MARCO CESAR Decorações - (11)3742-1845/ 8271-7937/ 9109-0879
SERRALHERIA HÉRCULES - (11)9839-2408
RITA&PATY - Soluções em Presentes - (11)4106-3021/ 2364-3630
JU COSMÉTICOS - R. Dr. Mário de Moura Albuquerque, 507 - (11)2634-7091
SAPPORO Hair - Cabeleireiros - (11)3731-3035 (Raposo) 3735-1020 (Bonfiglioli)
WALKIRIA ROUPAS E LINGERIE - R. Áurea Batista dos Santos, 81 walkiriasouza75@gmail.com - (11)2809-9590
NAHU Hostel - Rua Marinha de Moura Pimenta, 354, Butantã São Paulo - (11)2729-8000.
RTS Turismo - retoursampa@gmail.com rotoursampa@gmail.com (11) 3501-6738 4999-3734 97266-0092.
|