GAZETA CIDADÃ - Edição 99 (setembro de 2015) - 16 anos
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CAPA
Agrônomo orienta sobre plantio de árvores
          
          
          
          
Foto: Cacildo Marques
Arborização da Rua Mário de Moura Albuquerque teve a mão do Eng. Márcio Luiz Pág. 4.
Saraus animam a cidade
O animador Cachoeira (Rubens Lazzarini) apresenta o Sarau Via-TV, no começo de agosto.
O Sarau Roda da Palavra, da Biblioteca Anne Frank, terá nova edição no dia 14/09, às 14h - Rua Cojuba, 45.
CONCURSOS
Prefeitura de São Paulo abre vagas no magistério
     
     
Uma ótima oportunidade
para o magistério municipal
de São Paulo encontra-se
aberta. A Secretaria Municipal
de Educação ((SME/SP))
publicou edital com a
finalidade de preencher 600
vagas ao cargo de Professor
de Educação Infantil.
A exigência para o cargo
é o nível médio/magistério
ou licenciatura plena em
Pedagogia, ou ainda o
curso normal superior.
     
A remuneração para os
candidatos efetivados será de
R$ 2.295,14, por jornada de
trabalho de 30 horas semanais
e os profissionais atuarão nos
centros de Educação Infantil,
com crianças de 0 a 3 anos.
Haverá reserva de 120 vagas
para afrodescendentes e 30 para
pessoas com deficiência.
     
As inscrições devem ser
feitas pela internet, na página
http://www.vunesp.com.br/
pmse1501/, durante o período
de 1º de setembro até às 16
horas de 29 de setembro de
2015. O valor da inscrição é de
R$ 59,73.
     
Diretor e supervisor.
Pela VUNESP abre-se
o concurso para 208 vagas para
os cargos de Diretor de Escola
(158) e Supervisor Escolar
(50). A exigência mínima é a
licenciatura plena em Pedagogia,
com pós-graduação em
Educação e experiência mínima
de três em gestão educacional
ou magistério, a depender do
cargo pretendido. Os salários
dos profissionais aprovados e
contratados poderão variar de
R$ 4.465,43 para Diretor de
Escola e de R$ 4.755,61 para
Supervisor Escolar, para carga
horária semanal de 40 horas. O
edital reserva ainda vagas para
os candidatos portadores de
deficiência.
     
As inscrições vão de 1º de
setembro às 16 horas de 29
de setembro de 2015, pela
internet, no endereço eletrônico
www.vunesp.com.br. A taxa
de inscrição está fixada em R$
59,73.
Índice desta edição
EDITORIAL - Fanatismo e linguagem................................................................................
O driible dos exames gerais......................................................................................
O futuro da água - Márcia Vairoletti.............................................................................
Mediterrâneo: tragédia a céu aberto - Toufic Attar...............................................................
Engenheiro explica árvores.......................................................................................
Biblioteca Clarice Lispector - Diego Parma.......................................................................
Programação do Teatro Décio......................................................................................
Poesia - Cacildo Marques ........................................................................................
O jogo de xadrez na escola - Ivanir Pineda Sanches...............................................................
As casas do Bibi no Itaí (2) - Helcias Pádua.....................................................................
ACSP-Sudoeste convocou vigília sobre o Simples...................................................................
|
pág. 2
pág. 2
pág. 3
pág. 3
pág. 4
pág. 4
pág. 5
pág. 5
pág. 6
pág. 7
pág. 8
|
PÁG. 2
EDITORIAL
     
Quando o Professor Francis
Fukuyama, da Universidade
de Stanford, anunciou o fim
da história, pouco depois da
queda do Muro de Berlim, ele
não quis levar muito em conta
o conflito que se desenhava no
Afeganistão e se alastraria por
vários países tendo como pano
de fundo o fanatismo religioso.
Pois aquele episódio que punha
fim à bipolaridade EUA-Rússia,
que já durava várias décadas,
alimentava no ventre esse novo
flagelo, gerado em 1979, com
a instalação da “república”
teocrática do Irã, e nutrido em
Cabul e cercanias pelos talebãs
(estudantes), com recursos de
empresários ligados ao Partido
Republicano de Ronald Reagan,
sob pretexto de expulsar os
russos.
     
Nesta segunda década do
século, a crise econômica da
União Europeia, juntamente
com o resto de crise norteamericana,
estancou o fluxo de
capitais para o Oriente Médio,
seja através de turismo, seja
por transações comerciais
variadas, e sobreveio a chamada
“Primavera Árabe”. Sacudindo
vários países, como Tunísia,
Líbia e Egito, a mudança mais
drástica veio a ocorrer na Síria,
com uma intensa guerra civil, e
no Iraque, onde o vice-presidente
de Saddam Hussein juntouse
ao clérigo sunita Awwad
Ibrahim al-Samarrai, apelidado
de Abu-Bakr al-Bagdadi, para
fundar um “califado” no norte
iraquiano, pegando também
um pedaço do leste da Síria, o
chamado Estado Islâmico.
     
Embora a guerra civil da Síria
venha registrando um número
muito maior de mortes que as
provocadas pelos fanáticos do
Estado Islâmico, tem chamado
a atenção e chocado o mundo
a prática de decapitar com faca
cidadãos pacatos, quase sempre
capturados entre grupos que
fazem trabalho humanitário
ou jornalístico. Também causa
indignação a prática que esse
grupo desenvolveu de escravizar
sexualmente meninas das
regiões dominadas, mormente
da etnia curda. Como se isso
fosse pouco, sua violência
transformada em espetáculo
na internet tem atraído
adolescentes de áreas distantes,
principalmente meninas, sendo
França e Inglaterra as maiores
vítimas dessas migrações
teleguiadas.
     
Se os meios de comunicação
ocidentais não fazem campanha
direta pelo Estado Islâmico,
contribuem muito com o destino
trágico desses adolescentes
quando apresentam os facínoras
como agentes de alguma
campanha revestida de
seriedade. Discute-se na ONU
se os fanáticos têm cometido
crimes de guerra ou não,
como se a atuação deles fosse
a de um governo legítimo que
trava batalhas com vizinhos.
Ainda que regida por clérigos
teocratas, e talvez mais até
por isso mesmo, o que eles
fazem não difere muito do que
qualquer grupo de bandoleiros
fez ao longo da história quando
trazia o pavor a populações
pacíficas. Assim, se não se
trata de pura ingenuidade, é
uma grande irresponsabilidade
tachar esses indivíduos de
“extremistas” ou “radicais”, o
que encanta os jovens em idade
de experimentações rebeldes.
A proposta de Bertrand Russell
em relação aos nazistas, que
não chegou a ser utilizada por
governos, pode com muito
melhor razão ser usada agora:
não se deve chamar esses
combatentes de guerreiros,
radicais ou coisa do tipo, mas
de “lunáticos”, “fanáticos
doentios”, “desmiolados”, e
assim por diante. Nada que os
glorifique ou glamourize.
     
Tratando-os pelos nomes que
lhes cabem, dificilmente eles
continuarão a atrair adolescentes
ocidentais, mesmo os mais
desmiolados. A imprensa
brasileira não deveria seguir
seus congêneres da Europa e dos
EUA nesse trabalho de elevar a
aura desses alucinados.
EXPEDIENTE
Gazeta Cidadã
Presidente da Ong OCDC:
Cacildo Marques
Jornalistas Responsáveis:
Cacildo Marques - MTb 73701
e Roldão Soares Filho - MTb 37108
Editor: Cacildo Marques
Impressão:
Gáfica Abjad 7857-4174
Uso livre, citada a fonte.
Publicidade:
Toufic Attar
Colaboradores: Renata Polydoro, Francisco Gonçalves de Oliveira, Rogério Chiavassa Neto, Frederico Lazarini Ferreira, Renato A. Ricardo, Toufic Attar, Werner Regenthal, Guilherme Bonfim, Werbster Gomide, Nilton Moura, Aída Schwab, Cidinha Finimundi, Fredi Jon, Sheyna Adamo, Diego Parma, Eliseu Gabriel, Dr. Raul Marinheiro Jr., Nabil Bonduki, Sandra Pandolfi, Luiz Gabriel Di Pieri, Loiola Carneiro, Viviana Bosi, Olívia Raposo da Silva Telles.
Redação: Rua Dr. Silvio Dante Bertacchi, 429 (Cursão)
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A Gazeta Cidadã (Jornal da Vila Sônia) é uma publicação da Organização Cultural de Defesa da Cidadania – OCDC
ENSINO
O drible dos exames gerais
|
     
No final dos anos oitenta,
um primeiro exame geral
foi desenvolvido pelo Mec,
Ministério da Educação, para
avaliar o aprendizado dos
alunos de todo o país. Tratavase
do Saeb (Sistema de
Avaliação do Ensino Básico),
uma prova aplicada em um
número reduzido de escolas
em cada unidade federativa,
escolhidas por amostragem.
O exame existe ainda hoje e é
muito sério em sua seleção de
conteúdos a serem avaliados.
O exame tem função apenas
diagnóstica, não servindo para
classificação em novos cursos,
nem como meio de premiar
alunos, como é a Olimpíada
de Matemática das Escolas
Públicas. No Saeb, um aluno do
terceiro ano do ensino médio é
avaliado com questões relativas
aos capítulos que ele estudou,
ou deveria ter estudado. Não
há baile nem drible.
     
Muito diferentemente, as
autoridades de educação tratam
o Saresp (Sistema de Avaliação
do Alunado Regular do Estado
de São Paulo), da Secretaria
Estadual de Educação paulista,
e o Enem, Exame Nacional do
Ensino Médio, do Mec, como
uma grande oportunidade de
testar alunos superdotados e
capazes de adivinhar situações
de trabalho na indústria e na
lavoura completamente distantes
do que eles viram na sala de
aula, levando-se em conta que
cursaram escolas honestas. No
caso do Saresp, uma prova de
terceiro ano do ensino médio
em muitos dos anos não envolve
questão do ensino médio. No
Enem de 2014, a questão mais
sofisticada de Matemática
envolvia o uso de uma equação
do segundo grau, assunto do
ensino fundamental.
     
Como os examinadores
decidiram que o aluno tem de
se mostrar exímio em assuntos
de fábricas ou de fazendas,
os 42 temas do ensino médio
de Matemática são quase que
totalmente ignorados, porque
não conseguem, ou não se dão
ao trabalho, de elaborar questões
“práticas” sobre eles. Repisam
todo ano os mesmo minguados
assuntos, dando o caminho das
pedras para as empresas de
treinamento de candidatos.
Exames como os da Vunesp, da
Fuvest e da PUC-SP, exigem do
aluno preparo sobre os assuntos
variados do ensino médio. São
tidos pelos filósofos do Enem
como exames “elitistas” (um
termo muito usado pelas elites).
No entanto, como as estatísticas
mostram, o sucesso no Enem
está correlacionado à renda, não
ao estudo. Uma coisa óbvia.
     
Seria diferente se as
questões não fossem “práticas”
e os assuntos cobrados se
concentrassem mais nas séries
finais.
PÁG. 3
CONVIVÊNCIA
Maria dos Prazeres Garcia Martins*
     
Um dia vivi a ilusão
de que nascer humano
bastaria.
     
Que o mundo civilizado
tudo me daria do
que eu quisesse ter.
     
Que nada!
     
A criatura humana
deve concluir alguns
passos para conquistar a
condição de ser um ser
humano.
     
O verdadeiro.
     
É tempo de resgate.
Culpar-se pelo mau uso
dos recursos no passado
é inútil.
     
Em lugar disso é hora
de arregaçar as mangas.
     
Implantar medidas
saneadoras em todos os
setores.
     
Quem está consciente
deve trabalhar dobrado,
juntando-se aos demais.
     
Só assim asseguraremos
nossas próprias vidas.
     
Seguiremos tendo dois
elementos primordiais
para a manutenção da
vida: água e ar!
(*) Maria dos Prazeres Garcia Martins é educadora
Abastecimento
O futuro da água em São Paulo e a Lei de Uso e Ocupação do Solo
|
Márcia Vairoletti*
     
Há doze anos a sociedade
civil dava inicio ao primeiro
debate da elaboração do Plano
Diretor Estratégico e da Lei
de Uso e Ocupação do Solo,
ambos aprovados em 2004.
A administração municipal
estava a cargo do Partido dos
Trabalhadores. Tínhamos também
a crise da água e os apagões
elétricos. A culpa era de São
Pedro que não manda chuva e
a solução para o problema foi o
racionamento e multa para quem
não economizasse.
     
Tudo continua igual, ou
melhor, piorou. O Brasil detém
a maior reserva hidrológica do
mundo e, não obstante, vivencia
sérios problemas relativos à
escassez desse recurso. Isso se
deve não só a má distribuição das
águas, mas também a problemas
de um gerenciamento adequado
e poluição. Nossos rios ainda
são usados para escoamento de
esgotos domésticos e industriais.
É cada vez mais forte o consenso
de que a crise da água determinará
o presente e o futuro de uma
metrópole como São Paulo. A
recuperação dos recursos hídricos,
a proteção dos mananciais, a
redução das inundações e a
garantia do pleno abastecimento
de água à população são os
grandes desafios deste milênio.
     
Chamávamos também a
atenção para o principal problema
da crescente demanda de água e
risco de desabastecimento na
região metropolitana de São
Paulo: o aumento desordenado
da urbanização e principalmente
a verticalização desenfreada
dos bairros, que impactam e
degradam a paisagem urbana,
tira o sol e o horizonte de muita
gente, impermeabilizam o solo
impedindo a infiltração da água
de chuva e a reposição dos
aquíferos, aumenta o risco de
enchentes, invade o subsolo
prejudicando os lençóis freáticos,
aumenta a perfuração de poços
artesianos, reduz o verde, satura as
condições de suporte dos bairros.
Não podemos parar a migração
e o aumento populacional,
mas podemos ordenar como as
pessoas devem ocupar o território
urbano desta cidade. Esta ordem
cabe à Prefeitura do Município
de São Paulo, que tem nas mãos
o “poder” de aprovar que tipo
de norma definirá a ocupação
e uso do território da cidade. O
que se pode construir, de que
forma, que altura, que distância,
em que terrenos, em que bairros,
o que deve ser preservado, como
proteger nossos mananciais,
como melhorar o verde, poluir
menos (ar, som, poluição
eletromagnética, água, solo e
subsolo).
     
Hoje a sociedade civil é
chamada para nova discussão da
Lei de Uso e Ocupação do Solo.
Por coincidência, talvez nem
tanta, a administração municipal
é de responsabilidade do Partido
dos Trabalhadores. A falta d’água
passou a denominar-se pelos
nossos gestores públicos de
“crise hídrica” e a culpa continua
sendo do divino.
     
Durante a discussão do novo
PDE, apesar da já eminente
“crise hídrica”, perdeu-se a
oportunidade de se introduzir o
conceito de governança da água,
de modo a buscar um efetivo
processo de planejamento e
formas inovadoras de gestão
e arranjos institucionais que
permitissem enfrentar o
problema, que envolvem o uso
sustentável da água, saneamento,
disponibilidade hídrica,
recuperação ambiental de rios e
córregos urbanos e as mudanças
climáticas. Tanto o PDE como
a lei de parcelamento do solo
são instrumentos eficientes
de controle, da exploração
e preservação dos recursos
hídricos.
     
Como podemos observar,
continuamos a debater uma cidade
virtual, com soluções paliativas
e imaginárias, que não refletem
em nada a cidade que habitamos.
Estamos em alerta vermelho e é
sempre bom lembrar que, mesmo
sendo um bem renovável, a água
não tem ciclo infinito. Ela não
pode ser apenas preservada, tem
que ser cuidada.
(*) Márcia Vairoletti é conselheira do CADES-BT e da Ong Presença América Latina
COLUNA DO TEO
Mediterrâneo: tragédia a céu aberto
|
Toufic Attar*
     
Há dois anos o surgimento
da tão cantada Primavera
Árabe viu o mundo aplaudir
a queda de ditadores de longa
data, um após o outro. Um
decidiu resistir: na Síria. De
lá para cá, quantas tragédias
humanas!
     
Não há mais nenhuma
dúvida de que as políticas
plantadas nas nações
supostamente libertadas
levaram ao surgimento de
um novo e temível inimigo:
o Estado Islâmico e seus
soldados declarando guerra
ao Ocidente. Mas também
as populações árabes ali
residentes abandonadas ao seu
triste destino. A esperança e os
sonhos das massas cantando
vitória e alegria deixaram
um recado claro: havia uma
fome de democracia e de dias
melhores para as populações
locais.
     
O que fez a Europa
então, o Ocidente como um
todo, incluindo a Rússia?
Nenhuma solidariedade,
nenhuma sensibilidade
diante dos novos cenários
cheios de tragédias humanas
e desesperança. Esquecendo
a União Europeia, com a
Alemanha intransigente,
dos verdadeiros perigos que
surgem ao insistir em impor
políticas de austeridade, pouco
preocupada com a condição
humana resultante de tais
condições. Sem saber o que
fazer para plantar as raízes da
esperança em plena África,
fronteira natural da Europa,
permitindo o enraizamento de
novos problemas que surgem
a cada dia, aumentando as
dimensões do drama.
     
A Europa parece ignorar
que Turquia, Grécia, Chipre
e as pequenas nações do
Oriente Médio são cobiçadas
por um Estado Islâmico
sedento de poder e vingança
sanguinária. Enfraquecê-las
é brincar com outro perigo
à vista: o Mar Mediterrâneo
em chamas será pior que
o Vesúvio e o Etna juntos,
estourando ao mesmo tempo.
Quantas Pompeias teremos
então debaixo de suas cinzas
e hecatombes?
     
Em relação ao Brasil, todas
as nações do Mediterrâneo
fincaram pé aqui, elegendo a
terra brasileira como segunda
Mãe-Pátria. Todos devem
estar apreensivos e com uma
angústia profunda, vivendo
um duplo drama, a séria e
grave crise brasileira plantada
por egoísmos que deixaram o
país chegar a este ponto. E
o desconhecido amanhã das
nações banhadas pelo Mar
Mediterrâneo.
     
É preciso constituir uma
corrente de solidariedade,
analisar todas as faces
do problema, procurando
entender como trazer a paz
de volta para uns (Europa)
ou implantando-a na África e
Ásia. A diplomacia brasileira
deve fazer ouvir sua voz e
interceder ativamente por
ser uma nação que abriga
todos os povos atingidos por
esta lamentável tragédia dos
tempos modernos.
     
Todavia resta uma Luz:
o Ocidente soube se reerguer,
ao longo de setenta anos, de
um estado de caos legado
pelas Primeira e Segunda
Guerra Mundial. É preciso
saber reerguer-se, mais uma
vez, sem abandonar as nações
que lhe deram condições
de renascimento, poder e
prosperidade social. Salvar
a Terra é permitir salvar os
povos que a habitam e desejam
perpetuar sua presença e suas
culturas em paz.
(*) Toufic Attar (Teo) é presidente da OCDC - Organização Cultural de Defesa da Cidadania - e diretor de publicidade da Gazeta Cidadã
PÁG. 4
TRANSPORTE
GT-Mobilidade oferece contribuição
|
     
O GT-Mobilidade, da
Rede Butantã, entregou à
Secretaria Municipal de
Transportes documento
contendo os resultados
de discussões e estudos
realizado por vários meses
sobre a licitação das novas
empresas que farão o
serviço de transporte de
ônibus urbano na cidade
pelos próximos 20 anos.
Uma das reivindicações
é sobre a extensão desse
prazo, que o GT avalia ser
muito longo. O documento
trata também da questão da
remuneração das empresas,
buscando neutralizar o
peso dos pagamentos por
número de passageiros
transportados, que leva ao
fenômeno “sardinha em
lata”.
VERDE
Engenheiro explica árvores
|
Engenheiro Márcio Luiz
gesticula em palestra
     
Na reunião do Cades-
Butantã de 12 de agosto
o secretário da mesa,
Airton, apresentou
aos conselheiros e aos
convidados o engenheiro
agrônomo Márcio Luiz,
que realizou uma rica
palestra sobre o tratamento
das árvores em São
Paulo e, em especial, na
Subprefeitura do Butantã.
     
Grande parte da palestra
foi dedicada à questão das
podas, que não significa
apenas corte de galhos,
como muitos pensam. Há
um método, que deve ser
respeitado, ou as árvores
tendem a perder partes e
até a morrer. Galhos, disse
o engenheiro, têm de ser
cortados na base, para que
haja cicatrização, e não
em qualquer altura.
     
Por parte dos ouvintes,
viu-se muita reclamação
sobre a maneira como a
Eletropaulo, empresa de
energia, corta as árvores
para liberar fios. Mas nesse
mesmo mês de agosto,
a Prefeitura assinou
convênio com a empresa,
para que as podas sejam
feitas de acordo com as
normas em vigor.
     
Não cabe ao munícipe
fazer podas por conta
própria, mas chamar a
Subprefeitura, quando
precisar do serviço.
O engenheiro Márcio
Luiz trabalha há 24 anos na
Subprefeitura do Butantã
e tem orientado moradores
do bairro sobre que tipos
de árvores podem e devem
ser plantados.
EQUIPAMENTOS CULTURAIS
Biblioteca Clarice Lispector
|
Diego Parma*
     
Dez de dezembro de
1920. Ucrânia. Ano no
qual ocorria a Guerra
Civil Russa (1918-1922).
Extermínio em massa e
perseguição aos judeus
ocorriam deliberadamente.
Hitler pôde apreender um
pouco sobre a prática do
mal que instauraria alguns
anos mais tarde.
     
Da guerra ao mar. Maceió
foi o centro de acolhida
a uma de nossas maiores
escritoras. O Brasil merece,
sim, essa honra. Recife
e, posteriormente, Rio de
Janeiro – local no qual
estudou Direito – foram
também locais nos quais
Clarice Lispector viveu.
Laços de Família e A Hora
da Estrela são algumas
de suas mais importantes
obras literárias.
     
Muitas homenagens,
merecidas, prestigiaram
aquela que, em decorrência
de câncer, morreu em 1977.
Uma dessas homenagens
perdura até hoje, e
está localizada na Rua
Jaricunas, 458 – Lapa,
São Paulo.
     
A Biblioteca Clarice
Lispector teve as portas
abertas quando ainda a
escritora era viva, em 1956.
Lá, é possível encontrar
um espaço infantil e sala de
leitura e pesquisa, além de
variada programação, que
vai de grafite à contação
de histórias.
     
Nem todas as
homenagens são póstumas.
E Clarice Lispector é
merecedora inconteste
de ser patronesse de um
ponto cultural literário,
já que, para nosso bem,
optou pela literatura.
(*)Diego Parma é músico e escritor - diego.parma@hotmail.com
SAÚDE: Prefeito Haddad veio ao Peri-Peri
     
O prefeito Fernando
Haddad esteve presente
na atividade do Grupo
Cultura e Vida, da Casa
de Cultura do Butantã,
no dia 20 de agosto. Este
é o grupo de cultura da
terceira idade, que se reúne
todas as quartas-feiras no
local, sob organização
de Antonio Nilton, vicepresidente
da OCDC,
mantenedora desta Gazeta
Cidadã.
     
A visita do Prefeito deuse
logo depois da vistoria
realizada nas obras da
UBS do Peri-Peri, ao
lado da Casa de Cultura,
onde ele lançou também o
projeto de construção do
Hospital Dia Hora Certa.
Na visita ao Grupo
Cultura e Vida o Prefeito
conversou com os
participantes daquela
atividade e disse apoiar a
iniciativa.
Resposta do Benjamin (Peirce),
da pág. 8:
3-3/ 3-7/ 3-3-6/ 1-9-8/ 9-9-9
PÁG. 5
CULTURA
Teatro Décio de Almeida Prado - Programação musical do mês de setembro
|
     
Dia 6/09, 19h - Grupo
Ôncalo – aniversário
de TIM Maia. Super
show com canções que
fizeram sucesso na voz
de Sebastião Rodrigues
Maia ou “Tim Maia do
Brasil“.
     
Dia 13/09, 19h - Dino
Galvão Bueno e Adriana
Godoy: “Lembranças da
Velha Guarda”. O show
relembra canções dos
grandes compositores
brasileiros Pixinguinha,
Noel Rosa, Ary Barroso
e Dorival Caymmi.
     
Dia 20/09, 19h – Izzy
canta Tim. Acompanhada
por um trio, cantora Izzy
Gordon apresenta um
novo tributo a Tim Maia
baseado nos grandes
sucessos do síndico.
     
Dia 27/09, 19h –
Alana Moraes. A cantora
lança seu primeiro
álbum solo intitulado
“Alana Moraes”, um
disco bastante percussivo
e conta com
músicas inéditas de
novos compositores
brasileiros.
     
Todas as apresentações
duram 60 min, livres e
com entrada gratuita.
Retirar ingresso uma
hora antes.
     
Endereço: Rua Cojuba,
45B, Itaim Bibi (antigo
Teatro da USP).
HUMOR
Os Clecs de Eno Teodoro Wanke - Imaginações Letras H a M
|
Mosca. Às vezes uma mosca
eletrônica persistente cisma de
zumbir dentro dos alto-falantes.
Motociclistas. Os motociclistas
põem seus escafandros e
mergulham na velocidade.
Motor. Por menos que demore
a pegar, o motor sempre tem a
oportunidade de soltar aquelas
gargalhadas escarninhas da
partida.
Nó. Por que será que o nó
está sempre com aquela cara
amarrada?
Noiva, A noiva na igreja parecia
mais uma formosa borboleta branca
ladeada por um besouro negro.
Ônibus. Quando aquele ônibus
começava a andar, notava-se ser
ele provido de terremoto próprio.
Ovo. Quando cortamos um ovo
cozido, temos a sensação de que
aquilo não era um, ovo, mas sim,
um olho.
Peixes. A água tão tria, e os peixes
sempre com tanto calor, abanandose,
abanando-se...
Piscar. Quando as luzes piscam,
é que estão com segundas
intenções.
Ponteiros. Às seis horas da manhã,
os ponteiros se espreguiçam.
Porca. A porca murchou de sono.
Ainda bem que os porquinhos,
em trabalho conjunto, batalham
diligentemente para enchê-la de
novo.
Prato. No prato restam, às
vezes, pântanos de molho, cuja
erradicação se consegue facilmente
com pedaços de miolo de pão.
Pulga. Na verdade, a pulga não
salta. Ela se catapulta a si mesma.
Pulmões. A tosse e os espirros são
as provas cabais de que os pulmões
também gostam de se manifestar
ruidosamente.
CANTINHO DA POESIA
Escreve poesia com olhos fechados: não deixes que escapem sonhos pelos dedos.
Cacildo Marques
Trabalhador quer ter pão sobre a mesa,
Filho na escola, registro em carteira,
Saúde em dia, família festeira,
Corrida contra a silhueta obesa.
Domingo quer lazer, segunda-feira
Quer trabalhar mantendo sempre ilesa
A dignidade, que é sua defesa
Como era de Sansão a cabeleira.
Empregado não quer a demissão,
O esquecimento depois da eleição
Por parte de um arisco deputado.
Não quer preço ajustado na quitanda,
Pegar no posto a fila que não anda
Nem ter governo de voto comprado.
Segredo
Jacira Munduruca
Duas rosas cochicham no canteiro.
Cúmplices, tolos risos e segredos.
Súplicas dos espinhos têm enredos,
Luz de amor nebuloso, aventureiro.
Uma delas, num gesto caminheiro,
Apaixonando musas nos folguedos.
Aves dormem cansadas. Arvoredos
Escondem beijo quente, sorrateiro.
A outra suspira lânguida, saudosa.
Sempre quis fugir, solta numa estrada.
Covarde, não foi. Hoje, vai garbosa.
Sussurram de tal forma descuidada,
O orvalho ouve e tem a alma curiosa.
Voa o segredo, gota perfumada.
PÁG. 6
ACONTECEU
Dirceu. O ex-ministro José Dirceu,
que cumpria pena em prisão
domiciliar por crimes no Mensalão,
foi preso pela Operação Lava Jato,
que investiga desvios na Petrobras,
e levado pela Política Federal para
Curitiba (03/08).
Impopular. Segundo o Datafolha, a
Presidente Dilma Rousseff tem 71%
de avaliação como ruim-péssimo e
apenas 8% de ótimo-bom, tornandose
mais impopular que Collor
nos momentos finais do governo
(05/08).
Renan. O Senador Renan Calheiros
apresentou um pacote de medidas (a
“Agenda Brasil”) a serem votadas
pelo Congresso Nacional com
vistas a fazer frente à crise políticoeconômica
do país (10/08).
Merkel. Visitou o Brasil, onde esteve
com a Presidente Dilma Rousseff,
a chanceler Angela Merkel, chefe
de governo da Alemanha, para
assinatura de acordos comerciais
(19/08).
Pró. Manifestações a favor da
Presidente Dilma Rousseff tomaram
as ruas de 32 cidades do país, com
participação de mais de 200 mil
pessoas, sendo a maior em São Paulo,
com 35 mil manifestantes, contra
135 mil dos contrários ao governo
no domingo anterior (20/08).
Vice. O Vice-Presidente da República,
Michel Temer, contrariado por
interferências em seu trabalho,
deixou o cargo de articulador
político do governo, papel que vinha
exercendo há alguns meses (21/08).
Janot. O Procurador Geral da
República, Rodrigo Janot, passou na
sabatina do Senado e foi reconduzido
ao cargo para novo mandato de dois
anos (26/08).
Recessão. O PIB brasileiro sofreu
queda de 1,9% no segundo trimestre
do ano, com redução mais acentuada
na indústria (4,3%), indicando
aprofundamento da recessão
(28/08).
Tributo. O governo Dilma Rousseff
desistiu de enviar ao Congresso
Nacional a proposta de recriação
do chamado Imposto do Cheque, a
CPMF, diante da rejeição geral por
parte de políticos, empresários e
demais cidadãos (30/08).
China. Para acelerar o ritmo de
exportações, carro-chefe da economia
da China, o governo do país decretou
uma desvalorização recorde de sua
moeda, o yuan (10/08).
Tailândia. Ataque a bomba por um
fanático religioso matou mais de
20 pessoas e deixou mais de cem
feridos em templo induísta da capital
tailandesa Bangcoc (17/08).
Palmira. Segundo o governo sírio,
o EI (Estado Islâmico) decapitou
o diretor de antiguidades da cidade
histórica de Palmira, invadida pelo
grupo fanático, que vem destruindo
valiosos monumentos na área
(19/08).
Grécia. O premier Alexis Tsipras
renunciou ao cargo e indicou
convocação de novas eleições
em breve, quando espera voltar
fortalecido (20/08).
Maduro. Em retaliação a um ataque a
tiros vindo de contrabandistas contra
soldado venezuelano na fronteira
com a Colômbia, o governo de
Nicolás Maduro deportou centenas
de colombianos que viviam na
Venezuela (24/08).
Neonazistas. Angela Merkel, chefe
de governo da Alemanha, reprovou
severamente as manifestações de
neonazistas contra os imigrantes que
vivem no país (24/08).
Atirador. Vester Flanagan, 41,
jornalista negro demitido da WDBJ,
matou a tiros uma colega jornalista
e um cinegrafista que trabalhavam
em uma entrevista ao vivo, alegando
estar se vingando pela morte dos fieis
de igreja metodista por um racista
branco semanas antes, tendo sido em
seguida morto pela polícia (26/08).
PIB. O PIB do segundo trimestre
nos Estados Unidos apresentou alta
surpreendente de 3,7%, quando era
esperado um aumento de apenas
2,3%, o que indica superação da
crise econômica que se arrasta por
vários anos (27/08).
Guatemala. Mesmo com eleições
presidenciais marcadas para 6 de
setembro, a população da Guatemala
saiu às ruas em massa protestando
conta a corrupção no atual governo,
que corre o risco de ver seu candidato
perder para o apresentador de TV
Jimmy Morales (28/08).
RADAR
Rede Butantã faz pausa para discutir o Conselho Tutelar
|
     
A Rede Butantã de
entidades e forças sociais,
reunião de Ongs e
movimentos do Butantã,
reúne-se regularmente na
primeira quarta-feira de
cada mês.
     
Neste mês de outubro,
porém, por decisão dos
presentes à reunião de agosto,
no Conselho Tutelar do Rio
Pequeno, foi deliberado
que neste mês de setembro
a Rede não se reunirá,
mas reforçará os debates
sobre as eleições dos novos
conselheiros tutelares, que
se dará em outubro.
Vice-prefeita discute Parque Chácara do Jockey
|
     
A vice-prefeita Nádia
Campeão estará presente
em reunião da Subprefeitura
do Butantã neste dia 1 de
setembro, às 19h, para
discutir com a comunidade
do bairro os planos para
implantação e liberação ao
público do Parque Chácara
do Jockey.
     
O encontro foi um
compromisso firmado entre a
vice-prefeita e o Movimento
Parque Chácara do Jockey,
que há anos vem discutindo
a questão do Parque.
EDUCAÇÃO
O jogo de xadrez na escola
|
Ivanir Pineda Sanches*
     
A história do jogo de xadrez
é cercada por lendas e mitos.
Ao se tornar um sucesso muitos
países reclamaram sua invenção, e
encontramos então os que atestam
que foram os árabes, outros, que
foram os chineses, egípcios ou
Persas, mas, na verdade, ainda não
se tem certeza de onde realmente
surgiu esse jogo. Têm-se notícias
de que já existiam tabuleiros
semelhantes no século I antes de
Cristo, porém com um formato
diferente do atual. A maioria
acredita que o xadrez surgiu na
Índia por volta do século V e tinha
o nome de Chaturanga e que, ao
invés de dois exércitos, a partida
era jogada por quatro batalhões,
usando-se um dado para decidir
a ordem das jogadas. As peças
também eram diferentes, o Rajá
era o Rei, o elefante era o Bispo,
as Torres eram Carros de Combate
e os Peões eram soldadinhos.
     
O jogo de xadrez passou
a ser jogado apenas com dois
exércitos por volta do século
VII e por muitas andanças pelo
mundo acabou chegando à forma
atual. Foi jogado por grandes
personalidades da Ciência e da
Política, assim como por grandes
reis. As peças ganharam novos
formatos e o Chaturanga passou
a ser conhecido como Xadrez. A
prática desse esporte, sim o Xadrez
é considerado um esporte, perde
apenas para o futebol, no mundo.
     
Atualmente a importância do
jogo de xadrez nas escolas tem
sido amplamente comprovada por
educadores. O psicólogo Johan
Christiaen, já em 1981, em sua tese
de doutorado intitulada “Chess &
Cognitive Development” (Xadrez
e Desenvolvimento Cognitivo)
comprovou a influência do xadrez
no desenvolvimento cognitivo.
Após dois anos de aulas de
xadrez, alunos do grupo de
quinto ano obtiveram resultados
significativamente superiores em
testes cognitivos do tipo proposto
por Piaget, do que os alunos
do grupo controle, que não as
receberam.
     
Os benefícios do xadrez estão
tão consolidados que, em países
como a França e a Holanda, o
jogo faz parte do currículo escolar
como atividade extracurricular. Na
Rússia existem até universidades
para estudar melhor o jogo. No
Brasil, muitas escolas, tanto
públicas quanto particulares,
também já colocaram o xadrez em
seus currículos.
     
Como a prática do xadrez
implica a observação de valores
fundamentais, como respeito ao
próximo, regras de civilidade
e convivência, disciplina e
muitos outros, os colegas serão
incentivados a jogar com os
alunos portadores de deficiência,
estimulando a convivência
harmônica entre todos.
     
O xadrez contribui para o aspecto
psicológico do aluno por sua
natureza lúdica e com características
combativas (dois exércitos em
luta), envolve seu praticante numa
atmosfera de liderança e tomada de
decisões a cada lance, permitindo o
desenvolvimento das qualidades de
autoconfiança e liderança, fatores
estes importantíssimos para a autorealização
do indivíduo e essenciais
ao sucesso.
     
Contribui também para o
aspecto social. A criança aprende
a se relacionar com outra pessoa,
a respeitar o ponto de vista do
seu oponente, aceitar a derrota ou
mesmo a vitória como situações
comuns do seu cotidiano, a
compreender e a aceitar sua
posição no grupo, facilitando assim
a melhor e maior integração no
contexto social.
     
Reforçando, o jogo de
xadrez desenvolve habilidades
importantes, como concentração,
atenção, paciência, análise e
síntese, imaginação, criatividade.
Também estimula a abstração, uma
vez que uma partida de xadrez é
planejada, ou seja, desenvolve-se
na mente do jogador. Todas essas
habilidades são de fundamental
importância para a construção do
conhecimento matemático.
     
Finalizando, por ser um jogo
de regras, dita uma pauta ética
em um momento propício para a
aquisição de valores morais, assim
como, devido às suas múltiplas
virtudes, contribui para a formação
de melhores cidadãos.
PÁG. 7
O ITAIM BIBI EM FOCO
As casas do Bibi no Itaí (2)
|
Helcias Pádua*
     
Parte do clã Couto de Magalhães
morou por décadas na outra casa,
por sinal muito atraente, “Petite
Maison”, na esquina da Rua Cojuba
(ex-Santelmo), com a trilha ou Rua
Martha (Salvador Cardoso). Até
o final da década de 30, antes da
retificação do Rio Pinheiros, uma das
amplas curvas do mesmo passava bem
próximo à parte frontal do espaçoso
lote dessa atraente casinha dos Couto
de Magalhães, indo desde a esquina
da Av. Imperial (Horácio Lazer) até a
Rua Projetada, atual Tabapuã. Também
servia como “casa de hóspedes”,
recebendo convidados e amigos para as
pescarias e caças, incluindo as nativas
rãs fisgadas com arpão ou apanhadas
em gaiolas espalhadas pelos brejos.
Tudo era charco.
     
Em 1946, a família mudou-se
para um sobrado de sua propriedade
que ficava na mesma travessa, local
onde temos a quadra poliesportiva da
E.E.E.F. Ceciliano José Ennes. Abdica
do antigo endereço (Rua Santelmo,
nº 1) para instalação da primeira
biblioteca infantil em um bairro
paulistano, item do projeto educacional
“Escola Parque”. Em 1955 a acanhada
unidade cultural foi transferida para o
n° 45 compondo um amplo conjunto,
exemplo da arquitetura modernista,
formado pela Biblioteca Pública Anne
Frank e o Teatro Décio de Almeida
Prado, edifícios tombados pelo
CONDEPHAAT/64006-21111, em
2013, e mais o que restou do terreno
ocupado desde 1945 pelo quarteirão do
Parque Infantil do Itaim Bibi, formado
parte pela antiga Rua das Cobras (hoje
Rua Lopes Neto), a Avenida Imperial
(atual Horácio Lazer), a Rua Salvador
Cardoso (ex-Rua Martha), até a antiga
Travessa Santelmo (Rua Cojuba).
Através de convênio PMSP/Paróquia
Santa Teresa de Jesus, o quase
abandonado “chateau da Dona Marta”
recebeu na década de 90 algumas
adaptações estruturais visando acolher
as crianças da creche no Centro de
Educação Infantil/CEI.
     
Já a antiga Casa do Sítio Itay, entre
1918 e 1921, serviu temporariamente
de moradia para freiras e acolhimento
a menores abandonados e aos recémcompradores
dos lotes espalhados
pela região. Era conhecida como
Abrigo Santa Maria. Em seguida
(1922), quem adquiriu a área foi o Dr.
Brasílio Marcondes Machado, espírita
e psiquiatra, que em 1927 instalou a
Casa de Saúde Bela Vista. Comenta-se
que no extenso terreno fora enterrado
na época dos bandeirantes um grande
tesouro, objeto de exaustivas buscas.
     
Consta também que o médico se
casou três vezes, sendo na última
vez com a noiva do seu próprio filho,
fato desmentido por um dos seus
descendentes em reuniões (2007) do
Grupo Memórias do Itaim Bibi. O
sanatório foi vendido em 1944 para
o Instituto Ache, dirigido pelos Drs.
Solano Pereira e Mário Yahn. Em
1977, todo o terreno foi comprado
pelo advogado Flávio Solano
Pereira, posteriormente repassado
para especuladores que ignoraram a
proposta de tombamento requerido
ao CONDEPHAAAT - 21/05/1982
- e até mesmo a idéia da prefeitura de
transformá-lo em Parque Municipal.
     
Em agosto do mesmo ano, o
CONDEPHAAT e a PMSP impuseram
um prazo de 270 dias para total
restauração das edificações, dandolhes
“uso cultural”, fatos nunca
cumpridos. O prefeito Jânio Quadros
(1985) aconselhou a implantação da
Praça do Itaim Bibi, que sob decreto
municipal tornava de Utilidade Pública
(D.O. 05/04/88), em resposta aos
ataques a marretadas e destelhamento
do edifício, a mando do Grupo Selecta,
ironicamente alegando fazer parte
da obra de restauração. Em 1988,
sob coordenação do Museu Paulista/
USP e do Departamento Histórico/
DPH, com a responsabilidade da
professora Dra. Margarida Andretta,
pioneira da arqueologia urbana
paulistana, foi realizado um primeiro
trabalho arqueológico, com resgate
e catalogação científica das peças e
matérias que compunham o tal sítio,
ou seja, em uma área de dois mil m2,
englobando o edifício e seu entorno.
     
Em 2009-10, a equipe do arqueólogo
Dr. Paulo Zanettini realizou o
segundo levantamento arqueológico,
resgatando: (a) um fragmento de pote
do século 16, identificado como a mais
antiga cerâmica já encontrada em São
Paulo, seguida de quase 40 mil peças,
entre cerâmicas, telhas e ossos de
animais, na maioria dos séculos 18 e
19; (b) duas lixeiras anexas à casa, que
serviram a um orfanato de meninas
(Abrigo Santa Maria); (c) à esquerda
da casa, salvaram-se as ruínas de
antiga construção já com grossas
paredes de rústicos tijolos e restos de
taipa de outra casa, provável pousada
de médicos do Sanatório Bela Vista.
     
Amigos leitores: acessem os textos:
“O que é taipa de pilão” (http://
coisasdaarquitetura.wordpress.com/);
“Contexto Histórico do Bairro do
Itaim Bibi”
(http://pt.slideshare. net/
erikamarionrobrahngonzalez/
apresentao-horcio-lafer-anexo-2);
“Patrimônio material e imaterial e
divulgação científica”
(http://www.foruns.unicamp. br/
foruns/projetocotuca/biblioteca_
virtual/arquivos/Paulo%20Zanettini.
Pdf); “Arqueologia em São Paulo:
cidade oculta” (http://viajeaqui.abril.
com. br/materias/arqueologia-em-saopaulo-
cidade-oculta?pw=2#1)
(*) Helcias Bernardo de Pádua é biólogo, jornalista e presidente da AGMIB/Assoc. Grupo Memórias do Itaim Bibi, biólogo e professor. helciaspaduanova@yahoo.com.br
RECEITA DA DONA LOURDES
Salmão assado com parmesão e batatas
|
Ingredientes:
400 g de filé de salmão
4 batatas médias
1/2 xícara de queijo parmesão ralado
2 xícaras de tomates picados
3 pés de coentro ou salsinha
2 pés de cebolinha
2 colheres de vinagre
1 limão
Sal a gosto
Modo de fazer:
     
Aqueça uma travessa de
alumínio ou outro metal em
média temperatura. Disponha
o peixe nela e durante 6 a 8
minutos de cada lado, virando
com um garfo. Enquanto assa
o peixe, disponha as batatas
em círculo sobre papel-toalha
e ponha no forno de microondas,
assando-as por 5
minutos. Revire as batatas e
asse por mais 5 minutos. Deixe
descansar um pouco. Corte
as batatas assadas ao meio e
polvilhe-as com sal e com o
queijo ralado. Numa tigela
ponha a salsa e a cebolinha
picadas juntamente com o
vinagre e o tomate. Misture
bem. Bata o limão inteiro,
para render, e depois corteo
e despeje sobre o salmão.
Coloque as batatas em volta do
salmão e sirva com arroz.
Rendimento: quatro pessoas.
Chulé
     
Chulé. Passe diariamente
nos pés, não só entre os
dedos, suco de limão, pela
manhã e também antes de
dormir. Com o tempo, o mau
cheiro tende a desaparecer.
PÁG. 8
Conselho Participativo precisa receber informações
Roldão Soares FIlho*
     
O Conselho Participativo
Municipal - BT,
em cumprimento de
suas funções, tem nestes
dois anos de existência,
solicitado à Subprefeitura
do Butantã que sejam
fornecidas, passadas
ao conselho, relações
das demandas, com
demonstrativo mensal
dos casos solucionados
e dos que não foram
atendidos e o porquê
do não atendimento, e
também a relação das
empreiteiras e empresas
prestadoras de serviços a
essa Subprefeitura, com
relação de prazos e custos
dos serviços prestados.
     
Seria interessante
lembrar que o CPM-BT
não tem papel deliberativo,
mas sabemos que têm
compromisso, com a
população que o elegeu, de
ser um conselho consultivo
e fiscalizatório.
     
Sabemos que, pela lei
da transparência, pode-se
consultar as informações
no “site” da Subprefeitura,
mas nem todos possuem
condições de fazer tal
consulta por internet, razão
pela qual a Subprefeitura
poderia fornecer listas
(cópias) das consultas
a cada conselheiro,
para serem analisadas e
discutidas nas reuniões do
Conselho Participativo do
Butantã.
(*)Roldão Soares Filho é membro
do Conselho Participativo Municipal do Butanttã e
conselheiro do CADES-Butantã
EMPREENDEDORISMO
ACSP - Notícias da Distrital Sudoeste
|
Criação do Microbanco
     
A Distrital Sudoeste da
Associação Comercial de
São Paulo convocou os
associados no dia 25 de
agosto para acompanharem
a votação do PL 25/2007,
Projeto Crescer Sem
Medo, que trata do Simples
Nacional, prevendo,
para ingresso no regime
diferenciado, pagamento
em até 120 parcelas mensais
e sucessivas, dos débitos
relativos aos tributos e
contribuições. O texto
cria a figura da Empresa
Simples de Crédito (ESC),
também conhecida como
Microbanco.
Rodada de negócios com Taiwan
     
A São Paulo Chamber
of Commerce,
juntamente com a
Associação Comercial
de São Paulo (ACSP),
receberam o Conselho
para Desenvolvimento
do Comércio Exterior de
Taiwan (TAITRA), no
Hotel Incorcontinental
(Al. Santos, 1123), no
dia 31 de agosto, das
10h às 17h, para uma
Rodada de Negócios com
empresas taiwanesas em
busca de importadores,
d i s t r i b u i d o r e s ,
representantes e parceiros
comerciais para jointventure.
Entre os setores
participantes estavam
Móveis Hospitalares,
Téxtil, Componentes de
Máquinas, Mó-veis de
Metal e Purificadores de
Água.
     
ACSP-Sudoeste: R. Alvarenga,
591, S. Paulo – (11) 3180-3772.
DIVERSÃO
BENJAMIN- o jogo dos noves-fora
|
  | 4 | 5 | 2 |  
|
7 |   | 6 |   | 2
|
  | 2 |   | 5 |  
|
3 |   |   |   | 3
|
  | 2 |   | 4 |  
|
     
Preencha os algarismos
que faltam na tabela de 25
números.
     
* Multiplique dois
números contíguos de
cima para baixo.
     
* Preencha o valor
como operando ou como
resultado.
     
* Coloque o “noves-fora”
do resultado, de 1 a 9.
     
* Se há mais de uma opção
de valor, escolhe-se o que
dá menor.
     
* Exemplo: em 7 ... 3, o
valor é 3, pois 7x3=21 e
2+1=3.
     
(Prevenção contra AVC e
mal de Alzheimer, inspirado
no quadrado mágico; não é
sudoku.) Resp.: pág. 4.
Festa do Jubileu da Paróquia de São Bendito segue sendo preparada
     
A Comissão de
Comemoração do Jubileu da
Paróquia de São Benedito e
do aniversário da Vila Sônia
vem intensificando seus
trabalhos na preparação da
festa, que será realizada no
dia 18 de outubro.
     
As festividades, após a
missa do domingo, iniciamse
com almoço no salão
paroquial (Rua Dr. Silvio
Dante Bertacchi, 505),
cuja adesão tem o custo
de R$ 20,00 por pessoa.
O portador do convite terá
direito a sorteios no decorrer
das atividades. Tem sido
preparado um documentário,
a ser exibido no dia, sobre os
sessenta anos da paróquia,
relembrando momentos
especiais da atividade pastoral
e também da vida do bairro.
     
A Rádio Nove de Julho
também transmitirá entrevistas
com membros da Igreja.
     
Também no dia 17/10,
sábado, haverá festa à noite, no
pátio da Igreja, até as 22h. No
domingo, a partir das 16h, e até
22h, no mesmo pátio, haverá
apresentações de músicos e
figuras notáveis da história do
bairro serão homenageadas.
Aquicultura – Piscicultura - Qualidade das águas
Projeto – Assessoria – Amostragem – Interpretação
Relatórios - Matérias
helciaspadua@yahoo.com.br
C.F.Biologia: 00683/01D - Jornalista: MTb 72270SP
(11) 96918-1660
Biólogo
PATROCINADORES
CURSÃO – R. Dr. Silvio Dante Bertacchi, 429 - (11)3744-0196
PIZZARIA Dois Amigos – (11)3501-0451
Drogaria INDIANA – (11)3742-1011
MARCO CESAR Decorações - (11)3742-1845/ 8271-7937/ 9109-0879
SERRALHERIA HÉRCULES - (11)9839-2408
RITA&PATY - Soluções em Presentes - (11)4106-3021/ 2364-3630
JU COSMÉTICOS - R. Dr. Mário de Moura Albuquerque, 507 - (11)2634-7091
SAPPORO Hair - Cabeleireiros - (11)3731-3035 (Raposo) 3735-1020 (Bonfiglioli)
WALKIRIA ROUPAS E LINGERIE - R. Áurea Batista dos Santos, 81 walkiriasouza75@gmail.com - (11)2809-9590
NAHU Hostel - Rua Marinha de Moura Pimenta, 354, Butantã São Paulo - (11)2729-8000.
RTS Turismo - retoursampa@gmail.com rotoursampa@gmail.com (11) 3501-6738 4999-3734 97266-0092.
Associação Comercial de São Paulo - Distrital Sudoeste - Rua Alvarenga, 591 (11) 3180-3772 .
|